A Perdigão, segundo maior frigorífico do país, está negociando a compra da Batávia, de Carambeí (PR). Caso o negócio venha a ser concretizado, marcará a entrada da companhia - tradicional em produtos de frango e suínos - em lácteos e refrigerados.
Fontes do lado da Parmalat, que detém 51% da Batávia, afirmam que é a empresa como um todo que está sendo negociada. Outras pessoas próximas à Cooperativa Central de Laticínios do Paraná (CCLPL) e à Agromilk, detentoras de 49% da Batávia, afirmam que a Perdigão está interessada apenas na participação detida pela subsidiária da multinacional italiana. Procurada, a Perdigão afirmou que "não comenta especulações".
A reportagem do jornal Valor apurou que a diretoria da Perdigão teve acesso a documentos e números da Batávia, mas uma proposta firme ainda não foi feita. Uma fonte da Batávia informou que as conversas começaram há cerca de um mês. "Se fechar o negócio, a Perdigão entrará no mercado de refrigerados com uma participação de cerca de 13%", comentou a fonte. Os valores em discussão são mantidos em sigilo.
Mas para bater o martelo em relação à compra da Batávia, a Perdigão terá de oferecer uma proposta melhor em relação àquelas feitas pelos interessados na Etti. Isso porque o plano de recuperação da Parmalat prevê que ou Etti ou a Batávia será vendida nos próximos 90 dias com o objetivo de gerar caixa para a Parmalat enquanto não é feito o aumento de capital nela.
A transação é bem-vista por todas as partes. A Parmalat obteria recursos para recompor seus estoques e resolveria uma batalha judicial que já dura quase dois anos com as cooperativas. As duas sócias minoritárias excluíram a Parmalat do controle da Batávia ao alegar que a crise da multinacional poderia comprometer os negócios. Ganharam também o direito de continuar usando a marca Parmalat e os equipamentos que a multinacional havia transferido para Carambeí. Esta última decisão foi derrubada pela Justiça do Paraná, que deu à Parmalat o direito de reaver os equipamentos.
Do lado das cooperativas, a aquisição pela Perdigão, independentemente de permanecerem ou não no negócio, faria com que se livrassem da parceira indesejada.
Em 2000, a Batávia concentrou a operação em laticínios e vendeu 51% das ações da área de carnes para a Perdigão, que comprou o restante em 2001 e usa a marca Batavo sob licenciamento. Hoje apenas um muro divide as duas empresas em Carambeí. E das duas saem produtos Batavo.
Fontes do setor observam que há afinidades entre as duas empresas. Por exemplo: a Perdigão tem entre seus integrados produtores que entregam leite para as cooperativas que são sócias da Batávia. Além disso, os canais de venda no caso de carnes e refrigerados seriam os mesmos.
A Parmalat entrou na Batávia em 1998, ao comprar 51% das ações por R$ 140 milhões.
Fundada em 1911 por três famílias holandesas, a Batávia tem 218 itens no varejo, entre leite, iogurte, queijo, manteiga e sobremesas das marcas Batavo e Parmalat. Em 2004, faturou R$ 562 milhões, e a previsão é de receita de R$ 630 milhões este ano.
Fonte: Valor (por Marli Lima e Carolina Mandl, com colaboração de Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe MilkPoint
Batávia pode ser adquirida pela Perdigão
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