O setor leiteiro da Argentina elaborou um projeto com o qual pretende superar o panorama incerto atualmente verificado pelo setor no país. A idéia é abastecer adequadamente o mercado interno, contendo por um tempo o preço de alguns produtos básicos, e aproveitar as condições favoráveis em termos de exportação. Existe o medo de que o governo nacional prorrogue as retenções de impostos às exportações.
Na manhã do dia 20 de dezembro, diversos setores vinculados à produção leiteira da Argentina se reuniram na sede da Sociedade Rural de São Francisco com o objetivo de definir um projeto que permita ao setor de lácteos do país dar um salto de qualidade e evitar uma possível crise.
O presidente da Mesa de Leiteria de Santa Fé, Roberto Socín, classificou de "positivo" o encontro onde, além dos produtores de leite de Santa Fé, Córdoba e Entre Rios, estiveram presentes os secretários de Agricultura e Pecuária das principais províncias produtoras da Argentina, além de deputados nacionais e provinciais, senadores, intendentes, presidentes de entidades e representantes do setor industrial.
Socín disse que a idéia principal do projeto é que o setor de lácteos ajude o governo nacional a conter o índice inflacionário. Em troca, o governo deveria deixar o caminho livre para que o setor leiteiro da Argentina possa aproveitar as vantagens competitivas que hoje representam o tipo de câmbio e a alta demanda internacional. "Se o setor cresce, impulsiona novos investimentos, gera mais produção e cria novas fontes de trabalho".
A "ajuda" que o setor lácteo teria que fazer está relacionada com o abastecimento de produtos lácteos no mercado interno, a preços que não modifiquem o índice de preços ao consumidor.
Socín entende que após a aplicação desta medida, o governo nacional teria que "deixar livre as exportações, para que o setor recupere a competitividade, aproveitando os mercados disponíveis, quanto à demanda e aos preços".
Deixar livre as exportações significa, para o setor produtivo, a eliminação ou diminuição dos impostos de exportação, hoje em 15%. Socín confia que a nova alternativa convencerá o governo nacional a não estender a duração da Resolução 466, pela qual os impostos de exportação de lácteos foram aumentados de 5% para 15%.
Se a atual situação não se reverter, o setor de lácteos da Argentina entrará em crise. "Temos que fazer todo o possível para que isso não aconteça, porque senão o setor voltará a entrar em crise, com efeitos parecidos com os apresentados no período de 1999-2002".
No entanto, Socín estabeleceu as diferenças com relação à crise anterior. "Neste período éramos Brasil-dependentes e quando o Brasil tomou a decisão unilateral de deixar de comprar de nós e desvalorizou sua moeda, ficamos sem competitividade. Agora, a situação é totalmente diferente. Há alta demanda internacional de produtos, assim como bons preços, e nós temos que vender estes excedentes".
Fonte: LaOpinion-Rafaela.com.ar, adaptado por Equipe MilkPoint
Argentina: produtores não querem impostos de exportação
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