Análise das exportações e importações de lácteos até novembro de 2005

Publicado por: MilkPoint

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Mesmo com um saldo bem mais modesto quando comparado ao mês de outubro, novembro foi o quinto mês consecutivo em que o Brasil obteve superávit na balança comercial de lácteos. Houve saldo positivo de US$ 143 mil no período, com US$ 7,839 milhões de exportações e US$ 7,696 milhões advindos de importações.

Nos 11 primeiros meses do ano o Brasil obteve ao redor de US$ 111,168 milhões de exportações contra US$ 110,176 milhões de importações, gerando assim um saldo positivo de US$ 992 mil.

Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNPL/CNA), afirma que este superávit modesto na balança comercial de lácteos deve-se a fatores como a supervalorização do real e a greve dos fiscais agropecuários federais que ocorreu no mês passado. "Portanto, há lácteos destinados à exportação que ficaram retidos e que serão contabilizados nos resultados de dezembro", completa.

Figura 1

Exportações

As exportações estão colocadas nas tabelas 1, 2 e 3. Em volume, nos meses de janeiro a novembro, 2005 está 11,8% acima de 2004, enquanto em valor a diferença atinge 36,6%. O valor exportado de US$ 7,8 milhões foi 38,5% menor do que em novembro de 2004 e 48% menor do que outubro deste ano.

Alvim afirma que se não fosse a atual taxa de câmbio, com certeza o Brasil conseguiria multiplicar os resultados de exportações, inclusive permitindo repassar melhor remuneração ao produtor.

"Em dezembro de 2004, o dólar era cotado em cerca de R$ 2,70. Em novembro deste ano, a moeda norte americana chegou a ser negociada por menos de R$ 2,20. Dessa forma, os produtos brasileiros, e não apenas os lácteos, ficam mais caros no mercado internacional, quando cotados em dólar", conclui Alvim.

O principal produto exportado pelo Brasil é o leite condensado, responsável por cerca de 45% das exportações totais, em volume, no mês de novembro. Países como Angola, Trinidad e Tobago e Guiné Equatorial são os principais importadores de leite condensado, respondendo por cerca de 55%, 18,3% e 7,6% das exportações brasileiras, respectivamente.

O segundo maior produto exportado pelo Brasil é o queijo tipo mussarela fresco (não curado), sendo o responsável por 13,5% das exportações totais, em volume neste mês. O maior importador de queijo tipo mussarela foi a Coréia do Sul, com participação de 82,7%.

Tabela 1: Exportação em quantidade (kg)

Figura 2

Tabela 2: Exportação em valor (US$)

Figura 3

Tabela 3: Exportações em quantidade (kg) e valor (US$) dos leites em pó, condensado e evaporado

Figura 4

Importações

As tabelas 4 e 5 mostram as importações em volume e valor, de janeiro a novembro, quando comparadas com o mesmo período do ano passado, além dos valores de novembro de 2005, novembro de 2004 e outubro de 2005. As importações nos meses de janeiro a novembro estão 32,1% maiores em volume e 44,4% maiores em valor, quando comparadas a 2004.

O principal produto importado pelo Brasil é o leite em pó com 47,9% das importações totais do mês de novembro, seguido pelo soro de leite com 45,6%. Importante notar que não houve importação de leite condensado e nem de leite evaporado (condensado sem açúcar).

A Argentina exportou para o Brasil cerca de 72% do total, em volume, de leite em pó, enquanto que o Uruguai exportou 27% e Bélgica 1%

Neste mês, o principal país exportador do soro de leite para o Brasil foi à Polônia. Das 1.910 toneladas importadas, 35% vieram da Polônia, 23% da Argentina e 15% da Austrália.

Tabela 4: Importações em quantidades (mil kg)

Figura 5

Tabela 5: Importações em valor (mil US$)

Figura 6

Fonte:Joice Rodrigues, da Equipe MilkPoint
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RICARDO REZENDE
RICARDO REZENDE

OUTRO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 12/12/2005

Seria importante, a estratificação, por empresa, das importações de leite em pó e exportações de leite condensado. Talvez, assim explicaria as ações leoninas de dumping, importar barato, industrializar com baixo custo das nossas matérias-primas de transformação (aço, açúcar, mão-de-obra), e ainda aproveitar os incentivos fiscais de exportação, Um verdadeiro paraíso para os grandes, e sobra aos pequenos laticínios e produtores, a desestabilização do setor.



<b> Resposta MilkPoint:</b>



Prezado Ricardo,



Obrigado pelos comentários.



Sem dúvida, seria bastante interessante a estratificação por empresa, mas os dados não estão disponíveis dessa forma. No caso das exportações, a maior parte realmente é feita pelas maiores empresas do setor, restando pouco, em quantidade, para empresas de porte menor.



Atenciosamente,



Marcelo P. Carvalho
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