Alagoas inaugura beneficiadora de leite de cabra

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Além de manter a "saúde das crianças", o leite produzido diariamente pelos animais de Danilo Silva dos Santos e de outros 42 agricultores significa perspectiva de progresso econômico. Eles uniram forças e acabam de fundar a primeira indústria de beneficiamento de leite caprino do Sertão alagoano.

A indústria dos agricultores "acostumados" à agonia do verão, por falta de alternativa ou orientação técnica, está encravada no Assentamento Selma Bandeira, entre São José da Tapera e Pão de Açúcar. "Só aparecia aqui nesse fim de mundo quem tinha negócio", brinca Danilo Silva.

E foi justamente a perspectiva do bom e próspero negócio, que é produzir derivados de leite de cabra para satisfazer o paladar de exigentes consumidores abastados, que pôs no destino dos 43 agricultores representantes do Sebrae, Iteral e Banco do Nordeste.

"Eles não agregavam valor ao leite pelas suas cabras. Então, discutimos com a associação sobre a viabilidade de criar uma indústria beneficiadora de leite de cabra na região", disse a consultora do Sebrae para o programa de Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura, Vania Brandão.

A partir da criação de um condomínio de empreendedores sob comando da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Alagoas (Cafisa), os 43 agricultores compreenderam a necessidade de eliminar a figura do atravessador, que só lhes pagava R$ 0,30 pelo litro de leite de cabra.

"A procura pelo leite era indício de que havia comprador", explicou o presidente da Cafisa, Marco Antônio Nunes Salgueiro, e um dos responsáveis pela "mudança de comportamento" dos agricultores que até então "só vendiam mão-de-obra" e agora "são empreendedores rurais".

Antes de se livrar do atravessador, os empreendedores rurais concordaram em se submeter, durante um ano e meio, a um longo processo de capacitação gerencial sob coordenação de Reginaldo Guedes, agrônomo gestor do APL de Ovinocaprinocultura em Alagoas.

"A gente trabalha agora com produto de qualidade e cujo destino um dia será a mesa do barão", explicou o criador e empreendedor Juraci Pedro de Souza (48), presidente da Associação do Assentamento Selma Bandeira, viabilizado com recursos do Programa Banco da Terra.

O sonho de empreendedorismo e renda certa no fim do mês viraram realidade quarta-feira passada, quando lideranças políticas enfrentaram o calor escaldante para testemunhar, em plena caatinga, a inauguração da primeira indústria de beneficiamento de leite caprino de Alagoas.

"Encravada numa região com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, a iniciativa é prova concreta de que o sertanejo não precisa depender sempre de esmola oficial para sobreviver com dignidade", arrematou José Antônio, prefeito de São José da Tapera.

Fonte: Tribuna de Alagoas (por Maikel Marques), adaptado por Equipe MilkPoint
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