Aftosa prejudica cadeia leiteira do Paraná

Publicado por: MilkPoint

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O isolamento do Paraná, com o fechamento das fronteiras dos estados de São Paulo e Santa Catarina, provocou um transtorno para as indústrias de alimentos paranaenses. Além dos dois estados, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul adotaram a mesma posição, desde que foram informados das suspeitas de febre aftosa no Paraná.

A indústria de lácteos foi uma das mais prejudicadas. Em Castrolanda, os produtores foram impedidos de enviar o leite para industrialização em São Paulo. Cerca de 15 caminhões refrigerados, com 25 mil litros de leite cada um, foram barrados no município de Itararé, na divisa entre os dois estados. Mais de 350 mil litros de leite foram jogados fora.

No final do dia, o vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti, anunciou que conseguiu do secretário de Agricultura de São Paulo, um compromisso para reverter à situação.

Pessuti lamentou a falta de negociação com Santa Catarina. O estado permanece irredutível na proibição do trânsito de produtos industrializados do Paraná. Ele disse que iria pedir a interferência do governador Roberto Requião, pedindo a permissão do trânsito ao menos para os produtos e subprodutos de origem animal destinados diretamente à exportação.

A portaria do governo paulista, divulgada no início da noite, restringe o trânsito dos produtos de origem animal oriundos do Paraná e permite a passagem em apenas quatro entradas para aquele estado. Será permitido carregamento somente de carnes desossadas, embaladas e de estabelecimentos com inspeção federal.

O produtor Lucas Rabbers, vinculado à cooperativa Castrolanda, estava desnorteado ontem. Ele previu uma quebradeira geral entre os produtores de leite caso a situação não seja revertida. A região é conhecida como a maior produtora de leite do país por causa da elevada produtividade. Cerca de 400 produtores produzem mais de um milhão de litros por dia. Só as cooperativas Castrolanda e Batavo recebem 600 mil litros de leite por dia, sendo que 400 mil litros são enviados diariamente para São Paulo. O restante vai para indústrias de laticínios da região, que ontem não tinham mais lugar para estocar os produtos.

A Batávia não tinha mais como escoar a produção. Além dos produtos industrializados de origem animal, também foram barradas as cargas de vegetais para Santa Catarina.

Criadores jogam produção fora

O prejuízo diário dos cerca de 620 associados da Batavo e da Castrolanda é estimado em R$ 300 mil ao dia.O produtor Raul Los derramou ontem 300 litros de leite na plantação. As 70 vacas de Los produzem 1.900 litros de leite diariamente.

Não há como os produtores suspenderem a ordenha de duas vezes ao dia. As vacas sofrem com os úberes cheios e desenvolvem mastite. Também não há estrutura para o leite chegar a centros de pessoas carentes.

Para o gerente da Batavo, o que ocorre é "excesso de medo ou desconhecimento das autoridades estaduais". Ele disse que o gado leiteiro é confinado e não participou de nenhuma feira recente.

Fonte: Folha de Londrina/PR (por Vânia Casado), adaptado por Equipe MilkPoint
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