A concretização de um acordo, segundo fontes do setor, atenderia aos interesses da J&F em se concentrar em outros ativos de sua propriedade, como o Banco Original e a JBS. A princípio, as conversas entre a holding e a Pepsico começaram em janeiro. A gigante americana teria feito duas ofertas desde então. A última delas, de aproximadamente R$ 6 bilhões. A Pepsico afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que “não comentaria especulações ou rumores”. A J&F e a Vigor também não quiseram comentar.
Com marcas como Pepsi, Gatorade e Toddy em seu portfólio, a Pepsico passou a dar maior peso ao mercado de laticínios há cerca de sete anos, quando comprou a Wimm-Bill-Dann Dairy, empresa russa de produtos lácteos e de sucos. Um dos principais fatores por trás desse movimento foi a tentativa de reduzir a dependência da categoria de refrigerantes. “Dada a queda nessa categoria e a intensificação da concorrência em snacks, faz todo sentido que a Pepsico esteja buscando crescimento em categorias adjacentes”, diz Pinar Hosafci, analista da consultoria Euromonitor International.
Para os analistas consultados pela Isto é Dinheiro, a Vigor, dona de marcas como Faixa Azul, Leco e Danúbio, seria um ativo capaz de abrir novas frentes nessa estratégia. “A compra da Vigor representaria a presença da Pepsico em uma gôndola ou setor no supermercado na qual, até agora, ela não está presente”, afirma Fábio Mariano, professor do curso de Ciências Sociais e do Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Comprada pela J&F em 2009, a Vigor apurou uma receita de R$ 5,2 bilhões em 2015, um crescimento de 19% sobre o ano anterior.
O resultado foi o último divulgado pela companhia antes de fechar capital, em julho de 2016. Uma das iniciativas que impulsionaram esses números foi o fato de a empresa ter trazido a categoria de iogurte grego para o Brasil, estratégia que, posteriormente, foi copiada pela concorrência. A empresa lidera o segmento com 30% de participação, segundo a consultoria Nielsen. Pinar Hosafci, da Euromonitor, aponta ainda a média “impressionante” de crescimento anual de 10% do mercado de lácteos no Brasil nos últimos cinco anos como mais um fator que justificaria o investimento da Pepsico. “O Brasil é um mercado natural para explorar o segmento de latícinios.”
As informações são da Isto é Dinheiro.
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