ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

A produção animal é a única culpada?

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 15/03/2022

8 MIN DE LEITURA

0
5

Hoje a sociedade aponta a produção animal intensiva como causa de vários problemas globais ligados à proteína animal: crise climática, sustentabilidade, poluição, gases de efeito estufa, bem-estar animal, ética, resistência a antibióticos, disseminação de vírus e doenças. A produção nunca esteve tão no alvo da atenção como nesse momento.

Ao mesmo tempo, a cultura da “boa alimentação” está amplamente difundida: todas as pessoas pensam ser especialistas em culinária (Slowfood, Masterchef, etc.) e procuram alimentos saudáveis e saborosos. Em nossa sociedade, até as crianças conhecem os Chefs que são referência no mundo, mas podem ignorar que tipo de animal é um frango ou de onde vem o leite de seu café da manhã. Mesmo muitos adultos (incluindo mães) não sabem que o parto é necessário para uma vaca produzir o leite.

Para revolucionar a produção animal, o conhecimento científico da biologia da pecuária vai se aprimorando a cada dia: desde os mapas genéticos à metabolômica para se entender a fisiologia e os aspectos funcionais da nutrição. Porém, nosso público, os clientes, estão cada dia mais distantes da realidade e convencidos de que a única produção animal justa parece uma propaganda: no campo, com capim, sol e flores por toda parte.

A explicação mais fácil é a urbanização de nossa sociedade, com a necessidade de comida pronta, distante da realidade do campo. A demanda por alimentos em lugares densamente povoados está sustentada, com certeza, na pecuária intensiva e nas monoculturas desenvolvidas nas últimas décadas, e não faz sentido olhar apenas para os aspectos negativos, ignorando o fato de que a evolução “natural” de ambas, ou seja,  sociedade e sistema de produção, estão intimamente ligadas.

Um dos maiores problemas é quando se olha para o resto do mundo sob uma perspectiva desenvolvida, próspera e super nutrida. Em 30 anos, a população mundial chegará a 9 bilhões e, cada uma dessas pessoas, precisará de alimentos. A grande maioria dos 1,5 bilhões de novas pessoas nascerão nos países em desenvolvimento. Poucas pessoas consideram que quanto maior a renda per capita e a disponibilidade econômica, maior a demanda por proteína animal, como carne e leite, independentemente de aspectos culturais e religiosos. Infelizmente, a “fome mundial”, não pode ser resolvida de forma realista por meio de uma dieta vegetariana, animais a pasto ou hambúrgueres produzidos em laboratórios.

Alto valor biológico, baixo custo, rápido crescimento e ausência de implicações religiosas (na maioria dos casos), por exemplo, fazem da carne de frango um componente cada vez mais fundamental na dieta dos países em desenvolvimento. É impossível atender às necessidades por meio da pecuária extensiva. No entanto, é comum o pensamento de que a “agricultura intensiva”, significa “maus tratos e poluição ”. Essa visão é sustentada por vídeos caça-cliques de criação de maus fazendeiros, nos quais os animais infelizmente, são realmente maltratados, em fazendas “industrializadas”.

Na verdade, a agricultura intensiva é exatamente o oposto: a eficiência animal é maximizada através de investimentos tecnológicos, nutrição funcional, saúde e bem-estar animal. O mal-entendido está aqui: “produção maximizada” não é igual a “exploração incondicional”. A produção animal só é maximizada se os animais estiverem protegidos dos desafios ambientais, lesões, doenças, tendo cobertas suas necessidades nutricionais, com reprodução garantida e, com isso, produz-se uma proteína animal eficientemente, sem desperdícios desnecessários.

Um animal não sadio, não é produtivo e a poluição é inversamente proporcional à produtividade da fazenda. Na pecuária eficiente, as emissões de gases de efeito estufa diminuem em relação ao volume produzido. Como exemplo, em vacas leiteiras com as mesmas necessidades de mantença, quanto maior a sua produção, menor a emissão de gases de efeito estufa por litro de leite. O aumento da produção, é resultado do manejo do rebanho e das tecnologias (nutrição funcional, animais de alto mérito genético, etc.) utilizadas para maximizar a eficiência da produção, indo além da mantença dos animais. Fazendo isso, é possível reduzir a biomassa animal presente por unidade de leite produzida (Gerber et al. 2011, em FAO “Tackling Climate Change Through Livestock”, 2013). Portanto, existe a possibilidade de reduzir os gases de efeito estufa, emitidos em fazendas pouco produtivas e ainda não eficientes.

O aquecimento global e a crise climática frequentemente desencadeiam reações de defesa no setor, mas são um desafio forte e constante para a zootecnia. A realidade é que os animais experimentam cada vez mais o desconforto térmico. Se não estamos interessados na saúde mundial ou se pensamos no aquecimento global como uma notícia falsa, ignoramos também o impacto do clima no retorno econômico da pecuária. A produção animal não eficiente é prejudicial não só para o planeta, mas também para o bolso do agricultor! Por exemplo, uma quantidade excessiva de proteína na dieta de vacas leiteiras é prejudicial pois, além de aumentar a excreção de compostos nitrogenados ao meio ambiente, incrementará os custos de produção.

Para avaliar o impacto econômico da eficiência produtiva foram feitas simulações utilizando uma plataforma comercial do modelo nutricional CNCPS, com ingredientes típicos nacionais. Os preços dos ingredientes e do leite pago ao produtor são correspondentes à segunda quinzena de fevereiro de 2022 (principalmente tomados do Cepea/Esalq).

O cenário 1 apresenta vacas com médias de consumo de matéria seca e de produção de leite de 24 e 37,33 kg/d, respectivamente, para uma eficiência alimentar e receita menos custo alimentar (RMCA) de 1,56 e 33,17, respectivamente (cenário 1, Tabela 1). Se a metionina microencapsulada for suplementada (cenário 2), é possível um incremento no RMCA de até +1,2 reais/vaca/d, porque os aumentos no rendimento leiteiro (King et al., 2021) e na eficiência alimentar ressarciriam os maiores custos de alimentação.

Tabela 1: Relações entre o consumo de matéria seca (CMS), produção de leite, eficiência alimentar, custo do leite, da dieta e receita menos custo alimentar (RMCA)

 

Cenários

#1

#2

#3

#4

#5

CMS (kg/vaca/d)

24,000

24,025

22,000

22,000

22,000

Produção de leite (litros/vaca/d)

37,33

38,47*

33,33

31,33

33,33

Eficiência alimentar

1,56

1,60

1,52

1,42

1,52

Preço do leite (R$/litro)

2,02

2,02

2,02

1,95

1,95

Custos de alimentação (R$/vaca/d)

42,25

43,34

39,27

37,29

39,27

RMCA (R$/vaca/d)

33,17

34,36

28,06

23,81

25,73

* A resposta em rendimento leiteiro à suplementação de metionina microencapsulada considerada foi a reportada por King et al. (2021), para vacas Holandesas com similar nível de produção e dieta (consumos diários de 2630 g PM e 1,62 Mcal ENL/kg MS) aos cenários 1 e 2 da Tabela 1.

É comum que na medida que o preço do leite ao produtor diminui, aconteça uma tendência de redução dos custos da alimentação, eliminando-se nutrientes específicos ou aditivos. No entanto, eles são frequentemente responsáveis por um aumento na eficiência de produção dos animais. Vacas consumindo 22 kg de MS e produzindo 33,33 kg de leite, terão um RMCA de 28,06 R$/vaca/d (cenário 3, Tabela 1). Se o preço do leite diminui para 1,95 R$/litro e a decisão for utilizar uma dieta mais barata e de qualidade inferior, a eficiência produtiva das vacas pode cair de 1,52 a 1,42 e, portanto, o RMCA será inferior (de 28,06 para 23,81 R$/vaca/d; cenários 3 e 4). Porém, mantendo-se a mesma dieta, haverá diminuição do impacto negativo no RMCA, inclusive, face ao menor preço do leite (de 28,06 a 25,73 R$/vaca/d, cenários 3 e 5).

Um menor custo de alimentação, que leve a uma diminuição da eficiência pode não ser a melhor opção para melhorar a renda da unidade de produção. A única maneira de fazê-lo é melhorar a eficiência alimentar. Investir um pouco em aditivos ou nutrientes específicos para rações pode render um lucro interessante, mesmo com igual ou até menor preço do leite.

A maximização da eficiência animal, especialmente para a utilização da proteína da dieta, tem um papel fundamental no lucro do gado. Como dito anteriormente no artigo “Os ruminantes precisam de aminoácidos, não de proteínas”, a coisa mais importante a se fazer é o equilíbrio correto de aminoácidos na dieta, para otimizar a produção e a qualidade do leite. A ineficiência é sempre prejudicial, de qualquer ponto de vista.

O estilo de vida humano e a utilização de alimentos atuais não são sustentáveis. A hiperalimentação humana predispõe a patologias e é prejudicial ao meio ambiente. O desperdício de proteínas nobres, sem nenhum respeito pelos animais que as produziram, é intolerável. Um novo enfoque é obrigatório, baseado na agropecuária sustentável e eficiente, sem desperdícios, preservando nossa saúde e nosso planeta para as próximas gerações.

Todos nós, técnicos, criadores, fazendeiros, nutricionistas e amantes da boa comida, estamos envolvidos na cadeia de abastecimento agropecuário e comprometidos em alimentar o mundo de forma sustentável. Muitas vezes, nos esquecemos que além do papel técnico-econômico, somos também educadores e embaixadores agropecuários, um setor quase desconhecido pela maioria dos consumidores!

As críticas sempre chegarão e as fazendas “ruins”, mesmo que sejam apenas uma pequena parte do nosso setor, vão colocar todos nós em uma situação ruim. O nosso compromisso é isolar e banir estas fazendas, promover boas práticas de gestão, eficiência e sustentabilidade na pecuária e, finalmente, conectar o consumidor com a realidade da boa e necessária produção pecuária.

O que estamos fazendo para sermos produtores sustentáveis? Temos certeza de que estamos fazendo o melhor possível? Os animais estão produzindo com eficiência? Maximizar a eficiência da produção é a chave para sermos realmente sustentáveis!

Dentro de seu portfólio, a Vetagro possui vários produtos que maximizam a eficiência de produção. Destacam-se para o mercado brasileiro o Ruprocol® e o Timet®, fontes de colina e metionina microencapsuladas, respectivamente, que têm sido  testadas em prestigiosos centros de pesquisa do mundo.

Quer saber mais? Fale conosco!

 

Artigo original de Richard Paratte disponível na língua italiana aqui

Adaptado por Luis Depablos (luis.depablos@vetagro.com)

Este é um conteúdo da Vetagro

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures