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Ocorrência de mastite em novilhas em sistemas de pastejo - parte 1

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 17/10/2007

1 MIN DE LEITURA

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A ocorrência de mastite em primíparas no período peri-parto é geralmente maior que em vacas adultas, ainda que haja variação entre rebanhos e sistemas de manejo adotados. As novilhas representam um dos maiores grupos de um rebanho, com relação à ordem de parição, e são o futuro da fazenda em termos de produção leiteira, além de significar um investimento elevado durante a criação. Pouco se conhece sobre a epidemiologia da mastite em novilhas criadas em sistemas baseados em pastejo e os seus efeitos sobre a produção leiteira.

Dentro desse cenário, foi desenvolvido um estudo na Nova Zelândia, no qual foram avaliadas 708 novilhas de 30 rebanhos diferentes, em relação à ocorrência de mastite no período peri-parto. Os objetivos principais desse estudo foram descrever os padrões e as conseqüências de infecções intramamárias (IMI) e de mastite clínica em novilhas criadas em regime de pastejo. O monitoramento foi realizado por meio de coleta de amostras de leite de todos os quartos antes (cerca de 3 semanas), depois (5 dias) do parto e dos casos clínicos nas duas semanas seguintes ao parto para cultura microbiológica e identificação dos agentes patogênicos.

Foram diagnosticadas IMI em 18,5% do quartos no período pré-parto, dos quais 13,5% foram identificadas como estafilococos coagulase-negativa (ECN) e 2,8% como Streptococcus uberis, conforme tabela 1. No período pós-parto, a prevalência de IMI aumentou para 21,5% dos quartos amostrados, principalmente em função da maior ocorrência de IMI causadas por patógenos primários, como Escherichia coli, Staph. aureus, Strep. agalactiae, Strep. dysgalactiae, e Strep. Uberis.

Entre o período pré e pós parto houve uma elevação de 4 vezes na prevalência de S. uberis, passando para 10% dos quartos. Em termos de rebanho, cerca de 38% dos animais avaliados apresentaram pelo menos um quarto infectado antes, e aproximadamente 49%, após o parto.

Tabela 1. Resultados de isolamentos microbiológicos em quartos mamários antes e após o parto em novilhas sob pastejo.


Fonte: adaptado de Compton et al., 2007.

Com relação aos casos de mastite clínica após o parto, foram diagnosticados 195 de um total de 2.784 quartos, o que corresponder a cerca de 7%. O S. uberis foi o agente mais isolado dos quartos com mastite clínica pós-parto, correspondendo a 64,4% dos casos. As IMI causadas por patógenos primários foram associadas com aumento do risco de descarte da novilha do rebanho e de aumento da CCS > 200.000 cel/ml.

Fonte:

Compton et al., J. Dairy Science, v. 90, p.4157-4170, 2007.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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SEBASTIAO MOURA

GOIÁS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/06/2011

Os testes feitos com meu rebanho, vários animais apresentaram acidez no leite.


Vacas com bezerros novos outras com bezerros mais velhos, não havendo padrão dos animais que apresentam o problema. Existe uma medida que possa tomar de forma geral para solucionar e prevenir o que vem ocorrendo?





        Obrigado, Sebastião Moura
TIAGO FRANCISCON LUIZ

SANTA CRUZ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 31/07/2009

Dr. Marcos,

Duas novilhas leiteiras, criadas a pasto e em condições relativamente boas, apresentaram o quadro de mastite no período pré-parto, porém não sei especificar-lhe quanto tempo antes. O profissional que atendeu o caso mandou não usar nenhum medicamento parenteral devido a prenhez e nenhum antibiótico intra-mamário. O resultado foi a perda de um teto de uma e dois tetos de outra novilha. Qual seria a provável causa dessa mastite? Seria a ambiental? É comum esse tipo de mastite? Qual a conduta correta para este caso? Qual o manejo correto?

Atenciosamente,
Tiago Franciscon Luiz

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Tiago Franciscon Luiz,

A ocorrência de mastite em novilhas (ou vacas de primeira cria) é relativamente comum e pode ter apresentação subclínica (sem sintomas) ou clínica (inchaço, aumento de volume, presença de sercreção).

Entre as possíveis causas, temos tanto bactérias de origem ambiental, quanto contagiosas, e desta forma, é difícil estabelecer qual o microrganismo sem uma cultura do leite do quarto afetado. A conduta mais recomendada seria o tratamento intramamário do quarto afetado (aumento de volume) com produto de vaca seca (aos 60 dias antes do parto) ou com um produto intramamário para vacas em lactação, caso a gestação já esteja mais adiantada. As taxas de cura são de cerca de 90-100% e não há nenhum tipo de risco para a gestação. Não é recomendado o tratamento sistêmico, uma vez que o tratamento intramamário geralmente funciona de forma adequada.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ALEXANDRE DOS REIS E SILVA

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/05/2008

Prezado Marcos,

Qual a relação entre nutrição e acidez de leite? Alguns técnicos andam indicando adição de bicarbonato em sal mineral,com o intuito de diminuir a acidez individual de vacas. É correto esse procedimento?

Obrigado,
Alexandre

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Alexandre dos Reis e Silva,

A relação entre acidez do leite e nutrição é difícil de ser estabelecida. No entanto, o que ocorre é que muitas vezes é feito o teste do alizarol, cujo resultado quanto é positivo, é interpretado como acidez. Isso nem sempre é verdade, pois pode ocorrer resultados positivos ao Alizarol e o leite não estar ácido. Isso ocorre quando a proteína do leite está instável, mas o pH está normal.

Não se sabe exatamente quais as causas desse problema, mas sem dúvida que envolve sazonalidade e nutrição com algum tipo de deficiência ou desbalanço. Quando é feita a recomendação de adicionar bicarbonato, parte do pressuposto de que existe um problema de acidez ruminal, que leva a alteração de acidez do leite. Isso geralmente não é fato, pois não existe relação direta entre acidez ruminal e do leite. Desta forma, eu não recomendaria esse tipo de procedimento, mas sim uma correção e/ou melhor balanceamento da dieta das vacas.

Atenciosamente, Marcos Veiga
HELVECIO OLIVEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 24/10/2007

Marcos, bom dia!

Muito revelador o artigo, parabéns!

Qual procedimento preventivo você sugere que possamos padronizar diante desta permanência instalada? Você conhece algum artigo correlacionando a incidência de carrapatos com mamites?

Obrigado Helvécio.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Helvécio,

Obrigado pela mensagem. Além das medidas preventivas de controle de ambiente e de moscas, evitar o oferecimento de leite de vacas em tratamento para bezerras em bezerreiros coletivos, temos como medida de controle o uso do tratamento de vaca seca para as novilhas, aos 60 dias antes da lactação, ou um tratamento para vaca em lactação aos 8 dias antes do parto.

Não tenho informações sobre a relação entre carrapatos e mastite.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos

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