Dentro desse cenário, foi desenvolvido um estudo na Nova Zelândia, no qual foram avaliadas 708 novilhas de 30 rebanhos diferentes, em relação à ocorrência de mastite no período peri-parto. Os objetivos principais desse estudo foram descrever os padrões e as conseqüências de infecções intramamárias (IMI) e de mastite clínica em novilhas criadas em regime de pastejo. O monitoramento foi realizado por meio de coleta de amostras de leite de todos os quartos antes (cerca de 3 semanas), depois (5 dias) do parto e dos casos clínicos nas duas semanas seguintes ao parto para cultura microbiológica e identificação dos agentes patogênicos.
Foram diagnosticadas IMI em 18,5% do quartos no período pré-parto, dos quais 13,5% foram identificadas como estafilococos coagulase-negativa (ECN) e 2,8% como Streptococcus uberis, conforme tabela 1. No período pós-parto, a prevalência de IMI aumentou para 21,5% dos quartos amostrados, principalmente em função da maior ocorrência de IMI causadas por patógenos primários, como Escherichia coli, Staph. aureus, Strep. agalactiae, Strep. dysgalactiae, e Strep. Uberis.
Entre o período pré e pós parto houve uma elevação de 4 vezes na prevalência de S. uberis, passando para 10% dos quartos. Em termos de rebanho, cerca de 38% dos animais avaliados apresentaram pelo menos um quarto infectado antes, e aproximadamente 49%, após o parto.
Tabela 1. Resultados de isolamentos microbiológicos em quartos mamários antes e após o parto em novilhas sob pastejo.
Fonte: adaptado de Compton et al., 2007.
Com relação aos casos de mastite clínica após o parto, foram diagnosticados 195 de um total de 2.784 quartos, o que corresponder a cerca de 7%. O S. uberis foi o agente mais isolado dos quartos com mastite clínica pós-parto, correspondendo a 64,4% dos casos. As IMI causadas por patógenos primários foram associadas com aumento do risco de descarte da novilha do rebanho e de aumento da CCS > 200.000 cel/ml.
Fonte:
Compton et al., J. Dairy Science, v. 90, p.4157-4170, 2007.