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Que características um software de controle de rebanhos deve ter?

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 02/06/2000

3 MIN DE LEITURA

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Marcelo Pereira de Carvalho

Esta é uma pergunta que pouca gente faz ao adquirir um software para controle de rebanho, o que sugere que boa parte das fazendas adquire produtos sem ao certo saber o que quer e, conseqüentemente, o que está comprando. Muitos produtores perguntam se determinado programa é "bom". Na verdade, para responder esta pergunta de forma adequada, é necessário saber antes de tudo o que o produtor precisa. Um programa pode ser muito bom para um usuário e inadequado para outro. Mesmo sem poder generalizar, há certas características que devem ser consideradas em um programa de computador.

Um primeiro item que se observa com freqüência é que, via de regra, os softwares disponíveis são orientados para a execução de tarefas, caracterizando-se pela geração de listagens: vacas para toque, vacas para secagem, vacas aptas à aplicação de BST, novilhas com peso liberado para cobertura e outras tarefas mais. Este tipo de função visa substituir a manipulação das tradicionais fichas de vacas e evidentemente otimiza o tempo e reduz a possibilidade de erros.

Porém, a organização de tarefas não é tudo que um software deve ter. Aliás, é o básico. A grande vantagem de utilização de computadores é possibilitar o cálculo e armazenamento de dados de modo rápido e preciso. Desta forma, o cálculo de índices de produtividade é algo indispensável a qualquer bom software de rebanho. Intervalo entre partos, taxa de concepção, % de mastite, produção acumulada, persistência de lactação, detecção de cio e muitos outros mais são fundamentais para que o produtor e os técnicos envolvidos no dia-a-dia possam saber o que está acontecendo com o rebanho.

Há vários softwares que calculam índices, mas nem sempre o cálculo é correto e, outras vezes, não há como saber como o software calcula cada índice. O ideal seria que na função Ajuda ou no Manual houvesse uma descrição de todos os cálculos envolvidos. Não raro desconfia-se da forma de cálculo utilizada, o que serve para desestimular o uso da informação. Há padrões de cálculo definidos por exemplo pelo DHIA americano e que poderiam muito bem ser seguidos para efeito de padronização, considerando-se que por aqui não haja um padrão definido de como calcular os inúmeros parâmetros técnicos da atividade.

Além da disponibilidade dos índices produtivos, reprodutivos e sanitários, é desejável que o software seja flexível na manipulação dos dados. Como assim ? O ideal é que seja possível agrupar os dados da forma que o operador desejar, inclusive disponibilizando-os em gráficos. Deve ser possível por exemplo responder questões do tipo: qual o efeito da perda de condição corporal pós-parto na data do primeiro estro ? E na taxa de concepção ? E nos dias após a concepção ? E na incidência de descarte na lactação ? A ocorrência de pneumonia nas bezerras afeta a data da primeira inseminação ? Em quantos dias ? E a produção na primeira cria ? Quando muda-se as vacas de lote cai a produção de leite ? Quanto ? As flutuações em determinado índice estão dentro do esperado de acordo com controles estatísticos do processo ?Com este tipo de análise são descobertos os vilões da atividade e e aí que se pode atuar reduzindo custos.

Pacotes ainda mais completos poderiam por exemplo incorporar controle de custos e simulações com o objetivo de avaliar custo/benefício de técnicas.

As possibilidades são inúmeras e percebe-se que, antes de tudo, é preciso saber o que "perguntar" ao software e como interpretar, ou seja, envolve técnico especializado na área por trás. É possível supor também que o software precisa ser robusto, versátil e com boas ferramentas de análise de dados. É provável que tal sistema tenha um custo mais elevado e que, em função do despreparo para utilizá-lo, restringindo inicialmente o mercado, fique ainda caro.

Porém, talvez cooperativas e associações de produtores pudessem centralizar o controle, ainda mais agora, com a disponibilização crescente da Internet como meio de troca de informações. Tal procedimento facilitaria por exemplo a compilação de dados entre fazendas, traduzindo-se em uma ferramenta gerencial a mais que retornaria ao produtor.

O importante é que o produtor de leite busque softwares que não apenas gerem listagens, mas também índices do rebanho e que, idealmente, sejam flexíveis e permitam o agrupamento e análise de dados. Só assim entraremos na era da informática realmente aproveitando suas vantagens.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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RODRIGO LUIZ DE PAULA

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 26/05/2008

Prezado Marcelo,

Sou analista de sistemas na cidade de Belo Horizonte e aluno do curso de pós-graduação em produção de software. Venho agradecer pelo artigo, que serviu de base para a produção de minha monografia com o título "Análise de requisitos de software para pecuária leiteira".

Abraços e sucesso!

Rodrigo Luiz de Paula

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