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Criando o mercado de amanhã

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 10/12/2009

7 MIN DE LEITURA

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O setor lácteo, assim como outros setores da economia brasileira, viveu, nos últimos anos, um momento de grandes transformações positivas. De 2003 a 2007, cerca de 24 milhões de pessoas deixaram a zona de pobreza. Além disso, mais outro tanto foi incorporado às classes A, B e C, mais precisamente 27 milhões de pessoas, uma população equivalente à metade da França, para efeito de comparação.

Fruto desse momento, do qual o Brasil faz parte mas não é o único participante, o consumo per capita de lácteos passou de 124 kg por habitante/ano, em 2000, para 142,5 kg em 2008, um aumento de 1,8% ao ano, muito significativo, mas que ainda deixa grande espaço para evolução, uma vez que há países com renda semelhante e que consomem cerca de 200 kg por habitante/ano.

Apesar da perspectiva continuar favorável, há elementos no horizonte que sugerem que o futuro não será tão fácil assim. Embora a renda seja necessária para a evolução do consumo, talvez não seja suficiente, considerando uma série de fatores que direcionarão o consumo de alimentos no futuro.

Estive, em setembro último, participando em Berlim, Alemanha, do encontro anual da Global Dairy Platform (GDP), uma entidade criada por empresas do setor lácteo (inicialmente cooperativas, mas que hoje reúne as principais empresas de lácteos do mundo) e que visa reunir informações a respeito do consumo de lácteos, pesquisas, oportunidades e ameaças que o setor enfrenta, com o objetivo de, ativamente, garantir o crescimento do mercado.

Há duas preocupações principais no âmbito da GDP. A primeira é a questão ambiental, cuja abordagem é muito apropriada ao se considerar que, nessa semana, ocorre a Conferência de Copenhague, na Dinamarca, para discutir as questões climáticas. Em 2006, a FAO publicou um livro que, pela primeira vez, colocou números na contribuição da produção animal para a emissão de gases de efeito estufa - e números nada animadores, por sinal: pela publicação, chamada Livestock's Long Shadow ("A longa sombra da produção animal"), a produção animal como um todo seria responsável por 18% das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa, direta ou indiretamente.

Qualquer um sabe que o aquecimento global entrou definitivamente na pauta mundial; um segmento que emite 18% dos gases que aquecem o ambiente é alçado, naturalmente, à condição de vidraça. O problema, porém, é que essas medições são ainda estimativas, visto que trata-se de um assunto novo inclusive para a ciência; em segundo lugar, parte importante dessas emissões é indireta, como por exemplo via desmatamento, depois seguido supostamente pela produção animal, ou seja, não seria a produção animal em si que estaria emitindo todos esses gases, mas sim a retirada da floresta em áreas tropicais, com ou sem produção animal; terceiro, há que se considerar as dimensões sociais e econômicas da sustentabilidade, e não exclusivamente a dimensão ambiental; e, finalmente, esquece-se que há inúmeras oportunidades para redução das emissões, o que poderia fazer com que a produção animal, de vilã, se tornasse mocinha dessa história.

Essa nova realidade, em que é demandado da produção de alimentos bem mais do que produzir alimentos, vem exigindo uma postura ativa do setor lácteo, que procura, entre outras coisas, identificar o que de fato é emitido pelo setor, separando-o do restante da produção animal (os números preliminares indicam que a cadeia do leite seria responsável por 3 a 3,5% dos gases). Mais do que isso, o setor preparou um documento chamado de Green Declaration (Declaração Verde), que reconhece a contribuição do segmento para o aquecimento global, chama a atenção para sua importância sócio-econômica; lembra que a preservação ambiental é fundamental para a exploração agropecuária sustentável e, finalmente, cria uma sistemática de acompanhamento do progresso que vários países estão fazendo no sentido de reduzirem as suas emissões. Dentro de cada país, os setores produtivo e industrial vêm criando suas agendas específicas, com metas específicas para redução das emissões.

Pode-se argumentar que tal realidade está distante da nossa. Porém, ainda que em parte isso seja verdade, a lição que fica aqui é que há aspectos relevantes que estão sendo introduzidos na agenda setorial e que demandam ação coletiva, pré-competitiva, investimento em novas pesquisas e um esforço significativo de comunicação com a sociedade, sob o risco de deixar que grupos de interesse oposto, informações equivocadas e erros grosseiros ocupem o noticiário e os fóruns de decisão, de forma altamente prejudicial ao setor.

A outra grande preocupação da GDP refere-se às crescentes dificuldades envolvendo aspectos nutricionais e regulatórios, notadamente no que se refere à gordura do leite. Recentemente, a Dinamarca taxou com impostos extras produtos com alto teor de gordura saturada. Com isso, os preços da manteiga, por exemplo, devem ficar 30% mais caros para o consumidor a partir de janeiro. O setor lácteo mundial entende que esse precedente é grave e poderá estimular ações semelhantes em outros países e em outros tipos de produtos, de forma que o combate a essa medida deveria ir muito além do setor lácteo: afinal, quem será o próximo prejudicado?

A argumentação para tais impostos extras é convincente. Alimentos com alto teor de gordura saturada, consumidos em excesso, geram problemas de saúde e, consequentemente, gastos para o estado, que seriam parcialmente compensados por essa arrecadação extra. Soa familiar? Sim, o raciocínio é análogo ao do cigarro, porém com uma diferença básica e que deveria ser suficiente para não colocá-los no mesmo cesto do vício: enquanto o cigarro não traz nenhum benefício para a saúde, o consumo de muitos alimentos com alto teor de gordura saturada traz; além disso, seria muito mais sensato educar o consumidor do que taxar os alimentos. Por outro lado, taxar os alimentos é seguramente mais fácil e passa um recado objetivo às empresas e à população.

Esses movimentos têm respaldo das agências de saúde, que influenciam os governos e que, muitas vezes, são vagas em suas colocações. Além disso, muitas das pesquisas utilizadas como base para recomendações que podem mudar radicalmente a cara do mercado são frágeis e carecem de estudos mais aprofundados. Tudo isso chama a atenção para a necessidade de um posicionamento ativo do setor, reunindo pesquisas, preparando porta-vozes, financiando estudos e orientando formadores de opinião, como médicos, nutrólogos, professores de escola e a mídia em geral. A ação é ainda mais ampla: o setor busca consolidar a noção de que os lácteos são "alimentos densos em nutrientes", isto é, que fornecem grande quantidade de minerais, vitaminas e proteínas de alta qualidade por caloria ingerida. Assim, ingerindo-se determinada quantidade de calorias, uma pessoa estaria obtendo parcela importante de suas necessidades diárias de elementos essenciais. O conceito, no entanto, ainda não é uniforme - na Wikipedia, por exemplo, a referência diz que os lácteos não são alimentos densos em nutrientes. Mais uma vez, surge a necessidade de ações efetivas por parte do setor.

Esse segundo ponto está bem mais próximo da nossa realidade, uma vez que já se discute junto à ANVISA propostas que limitam a propaganda de alimentos com alto teor de açúcar, sódio, gordura total, trans e saturada, colocando no mesmo cesto refrigerantes e queijos, por exemplo.

Desta forma, ainda que o presente seja favorável e que o futuro apresente boas perspectivas, é necessário cuidar de nosso mercado. Não nos iludamos: a velocidade de transformação é grande e ameaças que estão hoje longe podem chegar mais cedo do que seria necessário para uma preparação convencional. Embora os lácteos sejam vistos como produtos saudáveis, há cada vez mais concorrentes ocupando o mesmo espaço, ou buscando destronar o leite de sua posição de alimento essencial.

A realidade brasileira apresenta um outro aspecto que considero relevante. Com a emergência de novos consumidores oriundos das classes C, D e E, surge um potencial de consumo irrefutável mas em grande parte desconhecido. Quais as crenças e valores desses milhões de pessoas? Como decidem suas opções de consumo? Por qual razão consomem ou deixam de consumir lácteos? Várias empresas do setor de alimentos estão buscando responder estas perguntas para obter vantagens competitivas e crescer mais do que a concorrência; há profissionais especializados em entender o consumo dessas classes sociais, cuja dinâmica de consumo é diferente da verificada nas classes A e B. Mesmo a propaganda precisa aprender a falar com esse novo consumidor. Mensagens que são facilmente compreendidas pelas classes mais abastadas não raro soam de forma incompleta ou equivocada nesse novo mercado que, afinal de contas, é o que realmente cresce.

Em função disso, a Láctea Brasil está concluindo uma pesquisa de mercado inédita, financiada por algumas empresas do setor, visando conhecer essa nova realidade. Afinal, como o consumidor vê os produtos lácteos? Essa pesquisa foi formulada por profissionais com larga experiência em consumo de alimentos, na criação de marcas, em comunicação e na dinâmica do novo consumidor. A razão de fazê-la é orientar possíveis ações de marketing, incluindo (mas não apenas) campanhas de propaganda. Em um cenário em que o consumidor recebe cada vez mais informações, muitas vezes equivocadas, e que cada vez mais escolhe como e quando aceita ser influenciado, é absolutamente fundamental criar uma conexão que só pode ser feita quando se conhece a fundo a atual referência do leite e dos lácteos na mente do consumidor. Sem isso, campanhas de propaganda podem ser inócuas, desperdiçando recursos importantes e escassos em se tratando de ações setoriais.

Os exemplos do exterior, respaldados pela nossa realidade interna, remetem à necessidade de ações pré-competitivas, de longo prazo, que precisam ser feitas pelo setor ou por parte significativa dele e que possam transformar o enorme potencial de mercado em mercado efetivo no futuro.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 28/04/2010

Prezados amigos,

Leiam o artigo sob o título: EUA: Indústria de lácteos se une com marca nr um de biscoito em promoção de varão, publicado hoje (28/04/2010) no marketing do leite. Não se pareçe com alguns dos meus comentários.

Um abraço
Ramon Benicio
RAMON BENICIO LIMA DA SILVA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO

EM 04/04/2010

Prezado Marcelo e demais debatedores,

Acho que a análise do mercado consumidor é sem dúvida um primeiro passo para estabelecer de que forma a produção de leite vai caminhar no futuro e que medidas podem ser tomadas para garantir o mercado.

Quando você cita que 24 milhões de pessoas deixaram a linha da probreza e que 27 milhões foram incorporadas as classes A, B e C e ao mesmo tempo o consumo per capita anual sai de 124 Kgs para 142,5 Kgs em oito anos, um aumento de 14,91% no período.

Se computarmos somente os 24 milhões de pessoas que saíram da linha de probreza e que passaram a consumir lácteos, temos então o seguinte cálculo:

142,5 - 124 = 18,5 x 24 milhões = 444 milhões de Kgs

Se compararmos este numero com a produção atual de 28 bilhões de Kgs, significa que esta população consumiu apenas 1,58% da produção total e 24 milhões de novos consumidores significam 12,30% da atual população do Brasil, os 87,70% restantes da população foi responsável pelo consumo dos outros 98,42% da produção, devemos estabelecer a relação que deveria existir no mercado se esses 24 milhões de novos consumidores tivessem o mesmo padrão médio de consumo da outra parcela da população. Fazendo todas as contas cheguei a conclusão de que o consumo desses 24 milhões de pessoas deveria ser de 13,80% da produção total e não 1,58% como foi.

Estes 13,80% equivale a algo próximo de 3,86 bilhões de Kgs ao ano, ai sim poderíamos dizer que o aumento de renda resultou no aumento do consumo de lácteos.

Isto descreve a seguinte situação. Aqueles que entraram no mercado consumidor via aumento de renda não optaram pelo consumo de lácteos. Ou seja, a cadeia produtora de leite não cuidou de trazer estes consumidores para o seu lado, o mercado não perdoa. "Não promoveu, não vendeu!"

Se como o título do texto sugere, se queremos criar o mercado de amanhã, então todas as oportunidades devem ser aproveitadas, algumas foram sugeridas nos comentários acima. e como o Roberto propõe uma agenda positiva para os próximos anos deve ser criada.

Quero parabenizar o Clemente pela forma enfática como ele defende seus pontos de vista.

Um abraço
Ramon Benicio



PEDRO LUIZ NUNES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/01/2010

Parabéns Marcelo, pelo pertinente e oportuno editorial.
Considero nescessárias medidas institucionais de incremento e proteção do setor lácteo, porém é fundamental que nós produtores, elo mais fraco da cadêia, saibamos tomar medidas da porteira para dentro, pois seremos as primeiras vítimas das ameaças sempre vigententes e eminentes. Quais medidas? Melhor seria uma orientação técnica adequada, mas algumas são óbvias, como: proteger mananciais e APPs; averbar reserva legal; providenciar outorgas e licenciamento ambiental. Não há como questionar ou postegar tais adequações, pois estaremos ilegais e seremos punidos pelos orgãos públicos, instituições de crédito e em breve discriminados pelos consumidores.
AFONSO VOLTAN

JALES - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/01/2010


Caro Marcelo!

Parabéns pelo excelente artigo, muito sensato, esclarecedor e alertador.

Atenciosamente.

Afonso.
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 19/12/2009

Caro Marcelo,
Permita-me, por favor, dar mais uma sugestão na discussão relacionada ao valor nutricional do leite.

UMA SIMPLES POSSIBILIDADE NA DEFESA DO VALOR NUTRITIVO DO LEITE

Como seria a organização, pelo menos em parte, dos congressos médicos?
Inicialmente, através da diretoria científica, são escolhidos os temas a ser discutidos. Em seguida, a programação é realizada. Ao mesmo tempo, são colocados à venda stands, simpósios (com o tema e conferencista (s) de responsabilidade do comprador do simpósio).
Imaginem um congresso (reumatologia, ortopedia) onde osteoporose fosse um dos temas centrais, ou um congresso de pediatria ou de clínica médica onde nutrição fosse um dos temas a ser discutidos.
Imaginemos agora um ou alguns órgãos (porque não parceria de várias empresas?), comprasse um stand onde teria à disposição dos congressistas leite, iogurte, queijos etc. Um simpósio onde o conferencista discorresse sobre a importância do leite. Muito de quem critica o valor do leite não sabe o que está dizendo... Realmente as sociedades médicas não se preocupam com o leite ou com qualquer outro alimento, "não dá retorno". Quem patrocina congressos médicos é a indústria farmacêutica, querem é vender medicamentos, este é o seu papel. A medicina preventiva é "muito menos importante" que a curativa. Quem gera DIVISAS PARA A INDÚSTRIA OU PARA O MUNDO CAPITALISTA É A DOENÇA, NÃO É A SAÚDE! Imaginem jornadas médicas pelo interior do Brasil, onde tivéssemos representatividade com stands, simpósios... Conferencistas treinados e capacitados a discutir o valor do leite e, também, suas limitações. Os congressos e jornadas precisam de verbas para acontecer. O resultado de tudo isto ainda seria apresentado pela mídia, jornais, rádios e TVs, estão sempre nos congressos, divulgando o que foi discutido!
Claro que tudo isto não irá resolver todos os problemas, muitos deles mal colocados por aqueles que criticam a importância do leite. Mas creio que associado a outras medidas a serem desenvolvidas, a outras idéias, tudo somado, aos poucos iremos conquistando espaços... Vamos todos somar pequenas idéias, pequenos esforços, tentando educar... Chegaremos lá!
Marco Antonio
SAVIO

BARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 16/12/2009

Caros amigos;

As análises desse site estão sendo muito enriquecedoras para todos nós, e a prova disso é que estamos debatendo e nos aprofundando mais e mais em nosso mercado.

Considero desnecessário expor minhas opiniões sobre o que foi evidenciado porque elas já foram quase que totalmente ditas acima pelo Roberto Jank, o senhor Clemente e os demais.

Porém gostaria de complementar o que disse o Dr Marco Antônio.
Alguém tem que frear a campanha difamatória do leite. O leite é uma matéria prima muito rica de uma gama extremamente diversificada de subprodutos que vão dos gordurosos aos funcionais. Vão dos "altamente nutritivos" aos "naturalmente light".

O problema todo, é não termos representatividades que tenham competência de agrupar o setor produtivo para um marketing efetivo. Respeito muito a Láctea Brasil, porém não consigo entender o "porque" da acensão social no Brasil tornar o consumidor tão desconhecido e misterioso. É importante lembrar que as classes que estão subindo no Brasil são tradicionalmente as maiores consumidores de leite do mercado interno. Já diria vovô no passado: Meu filho, leite é produto de pobre. Com toda a sua simplicidade o velho calejado é sábio sim.

Marketing nunca é demais e nunca tivemos um marketing efetivo no setor.
Vejam que estrago (positivo) fez a Parmalat no passado com o marketing dos bichinhos. É um senhor exemplo de sucesso.

No mais gostaria de finalizar parabenizando o Roberto Jank pela comentário. Acho extremamente produtivo pararmos com a idéia de que existam máfias no setor, chapeuzinhos vermelhos e lobos maus. Devemos nos unir como setor produtivo, como geradores de empregos e renda e por fim fazermos valer nosso faturamento enquanto setor para promovermos nosso produto.

Nessa linha de pensamento, reconhecendo o setor como orfão de competências organizacionais capazes de monitorar uma campanha gigantesca como essa proposta, só consigo futurizar o Milkpoint liderado pelo Marcelo como organizador em potencial de um trabalho setorial de sucesso.

Um abraço a todos

Sávio Santiago
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/12/2009

Prezado Marcelo: Parabéns por mais este precioso estudo. No Brasil, infelizmente, onde um litro de leite custa menos que meio litro de água mineral, o que ouvimos é somente os malefícios relatios ao alimento, como adição de soda cáustica e água oxigenada, pedra nos rins, responsabilidade do setor lácteo pela inflação, que o mesmo não deve ser utilizado como alimento a lactantes, entre tantos outros fantasmas. Não se verifica, entretanto, nenhuma destas acusações abertas em relação aos refrigerantes, aos corantes indiustriais, aos alimentos embutidos. O produtor de leite é um proscrito, depredador da natureza e destruidor da camada de ozônio: um verdadeiro "anticristo".

Acho louvável o pensamento do Dr. Marco Antônio Parreiras de Carvalho, mas, as Sociedades de Medicina estão há longos anos de existência e nada fazem para incentivar a utilização dos produtos lácteos no Brasil. Pelo contrário, o que se vê são informações que os produtos de origem láctea são prejudiciais ao organismo, engordando e aumentando o colesterol dos pacientes, cortados de modo brusco das dietas. Precisamos educar a população e somente com propaganda maciça isto será atingido, como vem ocorrendo no caso das drogas e da bebida alcoólica. Mas, com o pasar do tempo, já não sei se algum dia verei este quadro se tornar real, ao invés de simples desejo de prateleira, abandonado entre os livros da biblioteca.

Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
JOSÉ HUMBERTO ALVES DOS SANTOS

AREIÓPOLIS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/12/2009

Meus respeitáveis Marcelo, Clemente e Roberto.
O tema realmente é pertinente, principalmente qdo estamos rasgando Kioto.
Agora, neste nosso país, políticas assistencialistas, dentro da nossa realidade, funcionam e muito bem.
Acho louvável a pesquisa da Láctea Brasil e muito necessária para mostrar para a indústria brasileira qual o real consumidor brasileiro.
O Sudeste sempre foi o foco, pois aquí estava o consumo.
No nosso setor, considero primordial discutirmos o consumo das pessoas de baixa renda, pois elas é que farão a diferença num futuro mais próximo do que a discussão científica sobre a redução do efeito estufa.
Para fundamentar o que estou dizendo, gostaria que voces dessem atenção a uma pesquisa, patrocinada pela FAPESP, que fala sobre a drástica queda da subnutrição infantil no Nordeste do Brasil, caindo de 33% para 06% em 2.006.
É fácil: é acessar www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4011&bd=1&pg=1&1g=
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 15/12/2009

Marcelo,
Finalizando meus comentários anteriores:
Poderiam participar de campanha educativa sobre o leite, sociedades médicas como a de Reumatolgia (da qual faço parte a nível mineiro e brasileiro), sociedades outras como ortopedia, pediatria, geriatria etc.
Um grande abraço,
Marco Antonio
MARCO ANTONIO PARREIRAS DE CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 15/12/2009

Caro Marcelo,
Seu editorial é sintético e, como sempre fenomenal. Só quem sabe muito e tem didática para "passar para frente", consegue seu feito.
Pelo que percebo, seu raciocínio tem dois pilares mais importantes, o aquecimento global por um lado e o valor ntritivo do leite e derivados do outro.

O AQUECIMENTO GLOBAL - o que nós produtores poderíamos fazer realmente, sem reclamar...
1 - Não desmatar em hipótese alguma, não "roçar pastos" através de queimadas;
2 - Preservar os nossos cursos dágua, preservar com 30 metros, ou algo assim, as nossas matas ciliares;
3 - Denunciar a quem desmata e polui
Como conseguir - EDUCAÇÃO EM MASSA do produtor rural, a ser realizado por cada um de nós, se nos considerarmos mais educados e pedir ajuda de órgãos governamentais e não governamentais. Temos que sair na frente, por nossas pernas...

O VALOR DO LEITE E AS "CAMPANHAS DE DIFAMAÇÃO", seria o outro pilar importante...
1 - Não há dúvidas que o leite e derivados estão entre os alimentos mais completos para o Ser Humano. Assim, a defesa não é tão difícil como parece. Apenas as estratégias em como fazer devem ser estudadas;
2 - Por exemplo, no TRATAMENTO E PREVENÇÃO da OSTEOPOROSE, o leite e seus derivados, junto com os pescados, estão em primeiro lugar dentre os alimentos.
Para se ter uma idéia, a criança e o adulto necessitam de 1000 mg de cálcio elementar/dia, a gestante de 1500 mg/dia e a mulher em amamentação de 2000
mg/dia.Por outro lado, 100 gramas de coalhada tem 490 mg de cálcio!!!! O leite de vaca desidratado e desengordurado tem 1.500 mg de cálcio por 100 gramas, o queijo minas-frescal tem 685 mg de cálcio e o queijo prato 1023 mg de cálcio.
3 - A vitamina D, também utilizada no tratamento da osteoporose, junto com o cálcio, é administrada (como medicamento) na dose de 400 a 800 unidades internacionais (UI)/dia. Um copo de leite tem 100 UI de vitamina D!

Para ter idéia melhor da importância do leite e derivados na prevenção e tratamento da osteoporose, faremos um pequeno relato da importância da osteoporose.
A osteoporose constitui grave problema de saúde pública. Acomete 20-25 milhões de pessoas nos Estados Unidos , e no Brasil 30% das mulheres que passaram pela menopausa irão desenvolver a osteoporose. Metada delas irá sofrer fraturas, principalmente do colo do fêmur e, destas cerca de 1/3 irão morrer de complicações dela decorrentes! Lembre-se que osteoporose se previne na INFÂNCIA, única época em que se ganha massa óssea, idade da poupança para a vida adulta e a velhice.

Em relação ao colesterol e "outras gorduras do sangue"...
1 - O leite desnatado é isento de colesterol e tem um pouquinho MAIS de calcio que o desnatado!
2 - Queijo minas-frescal e ricota têm pouco colesterol. Vários outros alimentos essenciais também são ricos em colesterol. Mas o que mais faz mal ao colesterol não é leite e derivados mas os grostescos erros alimentares da população mundial. Ainda, tendência ao aumento do colesterol é GENÉTICA.
Abraços,
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 13/12/2009

Muito pertinente, este artigo enumera os vários desafios, de que todos os setores produtivos se depararão, em face de um mercado que se amplia a cada dia e que também se defronta com legislação mais adequada no que se refere ás exigências destes novos consumidores e também com a preocupação em não deteriorar ainda mais o meio ambiente, no intuito de minorar a questão do aquecimento global.Muito mas, que outros setores, a pecuária e a agricultura terão que se adequar para esta nova realidade.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/12/2009

Marcelo,
Parabéns pelo tema escolhido; se quisermos evoluir esse é o assunto em que devemos investir nosso esforço. Nosso objetivo é o consumidor.
Deixar as picuinhas e discussões infrutíferas e intermináveis entre os elos de lado e tentar entender como solidificar aspectos relevantes e convergentes para a cadeia láctea como um todo são temas que deveriam compor nossa agenda positiva para 2010.
um abraço,
Roberto
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 10/12/2009

Olá Marcelo, a profundidade, a seriedade, as verdades, e o peso contidos neste editorial são muito grandes para que ninguem se manifeste com veemencia.
Eu ainda não estou satisfeito com o desabafo feito anteriormente. Que tipo de pesquisas são essas que a Lactea Brasil quer fazer ou está fazendo sobre comportamento do consumidor para depois, quem sabe e talves, tentar criar uma campanha para melhorar a imagem do leite no conceito do consumidor?
Apesar de ser público e notório que pouco se fez até agora em função do nosso leite, voces acham por exemplo, que o consumidor pode ser tão tacanha a tapado ao ponto de não perceber que nas gôndolas de supermercados existem leites de vários tipos e preços que variam de R$1,30 a R$3,50 por litro, que todas as vacas produzem o mesmo tipo de leite, que nas embalagens do famigerado "Leite UHT",
a ANVISA obrigou a colocação da advertência de que este produto não deve ser utilizado como único na alimentação de crianças com menos de um ano de idade?
O consumidor pode não saber tudo mas, a desconfiança é a pior inimiga de qualquer campanha ou propagando para melhorar o consumo ou aceitação de qualquer produto e muito mais ainda em relação ao leite. O brasileiro é educado desde pequeno a beber refrigerante, porque é chic, e não porque o leite seja melhor e saudável. Portanto, se colocarmos a disposição do consumidor um produto confiável e com uma campanha educativa inteligente e honesta, certamente mudaremos esse quadro. Agora: como fazer isso se não temos coragem de beber ou dar aos nossos, essa coisa que está aí no mercado com nome de Leite de Longa Vida?
As empresas que estão aí promovendo bebidas lácteas a partir do soja, nunca vão falar que usan-se toneladas de defensívos agrícolas e muitos proibidos em todo o mundo para produzir o soja, muito mais ainda depois da ferrugem asiática, e que esses defensivos são prejudiciais a nossa saúde e que mesmo depois de passar pelos mais rígidos processos industriais, continuam ativos nos derivados de soja, mas os defensores desses produtos tampouco irão se manifestar, já que estão sendo muito bem pagos para falar mentiras. Porquê, falar que um leite puro e bem industrializado chega até a mesa do consumidor com todas as qualidades nutricionais essenciais intactas é tão dificil de convencer? Sabem porque? Porque a não ser os leites do tipo A ealguns do tipo prêmium, chegam as mesas com qualidade, ou com as caracteristicas naturais preservadas.
Abraços,
Clemente.
FABIANO

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 10/12/2009

Show de reportagem !!!!!

Fora o desmatamento ...quais são as outras formas que a pecuária de ( Corte e Leiteira ) contribuem negativamente para o aquecimento global .....

Obrigado ...

Fabiano

São Paulo - Cap
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 10/12/2009

Dando continuidade, Todos queremos ser, mas, quando lá chegamos a única coisa que sabemos dizer, é que somos presidentes de alguma entidade. Hora senhores, são voces que estão a frente da industria de lácteos e de entidades de classe, quem deveria estar brigando e defendendo o produto que lhes dá o sustento de seus cargos, sim, são voces! O que voces estão esperando? Talvez que o coitado do produtor que voces desfalcam diariamente tome também essa iniciativa e faça o verdadeiro MARKETING do leite? Isso vale também para os presidentes das entidades de classe, sim senhor.

O marketing que se faz para o leita no Brasil, é uma vergonha! Aliás não existe. Que o brasileiro é um povo sem educação, todos sabemos: então, porque não começar com campanhas educativas? Custa caro? Caro é ver a Coca Cola entrando no mercado de lácteos para vender produtos de soja, assim como a Nestlé já faz e ninguém fala nada.

Abraços,
Clemente.
CLEMENTE DA SILVA

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 10/12/2009

Prezado Marcelo, é bom ler seus editoriais porque eles vem recheados de verdadades e fatos terrivelmente esclarecedores assim como estarrecedores do ponto de vista futuro se nada for feito no sentido de esclarecer ao público consumidor, o que são verdades e o que são mentiras. Você menciona no inicio, que houve um acrescimo no consumo de lácteos da ordem de 1,8% ao ano de 2003 a 2007 e isso, parece satisfatório, não é? Será que teremos condições de publicar qual foi o aumento no mesmo período no consumo de refrigerantes e cervejas, por essa mesma classe que saiu da linha da miséria ou da classe D par ca e por aí afora? Não responda não! Seria assombroso demais, no mínimo umas cinco vezes o consumo de lácteos.

Na década de 1950, quando a Anderson Clayton americana, desenvolveu a margarina, orquestrou-se uma campanha contra o uso da manteiga, já que "cientificamente provado" a manteiga era responsável por aumento considerável de colesterol e consequentemente mortes por infarto do miocárdio. Só que as margarinas da época além de leite e manteiga, continham óleos vegetais e estabilizantes químicos em grande quantidade e provocavam câncer, doenças coronárias e outras muitas que eram encobertas. Muitos anos depois, as farsas foram caindo por terra e sabe-se que a manteiga não faz mal nenhum e nunca fez. Há alguns anos a industria apareceu com outra grande mentira para novamente rebaixar as gorduras do leite ao nível zero, com as margarinas com zero de gordura "trans". Que palhaçada, Marcelo! Afinal, que são gorduras Trans? Não são gorduras que passam por algum processo de transformação industrial que modificam suas moléculas? Me expliquem por favor, pois sou totalmente leigo e burro. Como pode uma margarina, que passa por processos industriais e químicos tão violentos como mistura de substâncias que só Deus sabe o que podem ser, apresentando cores, sabores e consistência que nada têm de original e vêm me dizem que tem "Zero de Gordura Trans"? A pobre manteiga é apenas extraída do leite sem processo químico algum e dizem que é gordura poliinsaturada, que é prejudicial a saúde, dá câncer, colesterol mata em dois dias, etc e tal, e o povo acredita? E quanto aos gazes do efeito estufa entâo? Agora estão levantando a questão dos Puns das pobres vacas e estão querendo diminuir sua população! E o que dizer dos Puns das pessoas, principalmente daqueas que são verdadeiras usinas nucleares, que transformam tudo em esterco da pior qualidade e de odores insuportáveis? Acho que está na hora desses idiótas começarem a fazer uma seleçaõ entre eles mesmos.

Afinal, aceitamos tudo isso e não há ninguém no leite que tenha coragem de contrariar a grande industria dos artificiais. Eu já cansei de dizer aqui, que no dia em que cada brasileiro estiver consumindo um copo de leite e comendo uma fatia de queijo por dia, passaremos a ser grandes importadores de leite. Infelizmente o Brasil é um país de presidentes, todos queremos ser presidentes de alguma coisa. Segue.
JORDANE JOSÉ DA SILVA

ARAGUARI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/12/2009

Marcelo

Quero lhe parabenizar pelo artigo, como sempre muito enrriquecedor. Muito e esse em especial muito oportuno, é preciso mesmo nos preparar para o mercado de amanha.

Grande Abraço


Sou seu fã

Jordane ( Fazenda Calciolandia)

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