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Cooperação x competição regional

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

EM 19/08/2002

2 MIN DE LEITURA

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A notícia da provável participação da Conaprole, cooperativa com grande participação de mercado no Uruguai, na Serlac, trading setorial brasileira que reúne empresas nacionais de laticínios, abre um precedente oportuno para uma análise sobre uniões internacionais no setor de lácteos.

O leitor do MilkPoint assiste desde o lançamento do site, em abril de 2000, a um processo complexo e rápido envolvendo fusões, parcerias e joint-ventures estratégicas entre empresas de lácteos de vários países, sejam elas cooperativas ou não.

Vários fatos podem ser pinçados no noticiário internacional, com destaque por exemplo para as movimentações que envolvem a DFA (Dairy Farmers of America), principal cooperativa de laticínios dos EUA, com captação equivalente à produção total brasileira. A DFA tem adquirido fábricas de empresas privadas de grande porte, como a Suiza Foods, maior empresa de laticínios dos EUA, fez uma joint-venture com outra grande cooperativa, a Land O' Lakes, para adquirir uma fábrica de queijos e consolidou uma parceria com a Fonterra (cooperativa neozelandesa, líder de mercado), para atuação no mercado americano.

A própria Fonterra tem expandido sua atuação mundial através de joint-ventures com empresas de grande porte como a Nestlé, nas Américas (com a criação da Dairy Partners Americas), com a Britannia, na Índia, com a Bonlac, na Austrália, e com a Arla Foods, na Europa, entre outras iniciativas que visam rapidamente globalizar a atuação da empresa.

No Brasil, estamos ainda engatinhando nesse processo. Tudo o que fizemos até então foi vender empresas nacionais a empresas estrangeiras. No âmbito internacional, nossa atuação tem sido mais no sentido de combate do que de cooperação, inclusive no mercado regional, com nossos vizinhos Argentina e Uruguai. É evidente que distorções como a triangulação de produtos subsidiados precisavam mesmo ser punidas, tanto é que o Brasil obteve grande êxito na questão anti-dumping.

Porém, é importante perceber que a industrialização e o comércio internacional de lácteos estão se tornando complexos. A formação de blocos internacionais para exportação de lácteos é um caminho que devemos procurar explorar. Não podemos, por exemplo, ficar eternamente entretidos com disputas comerciais com Argentina, Uruguai ou outro país da região, enquanto outros países, muitas vezes organizados em blocos regionais e com mais dinheiro e experiência no setor, aproveitam para ganhar mercados. Em uma conversa com um produtor de leite associado à Fonterra, na Nova Zelândia, questionei a respeito da rivalidade com a Austrália, país vizinho bem maior mas que fica atrás da Nova Zelândia no quesito mercado internacional de lácteos. Ele me disse que não há rivalidade, mas sim cooperação, pois o objetivo comum dos dois países era "conquistar o mundo".

Esse tipo de amadurecimento não vem de uma hora para outra, mas é preciso tê-lo como meta. As discussões em torno da participação da Conaprole na Serlac, junto a empresas brasileiras, é um sinal muito positivo nessa direção, talvez o seu primeiro passo.

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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