ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Manejo Reprodutivo na Nova Zelândia (Parte - 1)

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 06/02/2008

3 MIN DE LEITURA

0
0
Introdução

O desempenho reprodutivo das vacas de leite vem declinando, tanto em sistemas que adotam o pastejo quanto em sistemas com confinamento total. No entanto, o desempenho reprodutivo varia de acordo com o sistema de manejo. Os rebanhos mantidos em sistemas de pastejo na Austrália e Nova Zelândia apresentam melhor eficiência reprodutiva do que os rebanhos confinados dos EUA e da Europa.

No sistema sazonal e predominantemente a pasto da Austrália e Nova Zelândia, aproximadamente 80% das vacas são detectadas em estro nas três primeiras semanas da estação de monta, 53-55% das vacas concebem na primeira inseminação, 68-75% ficam gestantes depois de 6 semanas do início da estação de monta e ao final 90-94% das vacas estão gestantes. Em contraste, estudos realizados no Reino Unido mostraram taxa de concepção no primeiro serviço entre 30 e 40%, e porcentagem de detecção de estro nas três semanas depois do período voluntário, entre 30 e 50%, o que resulta em baixa taxa de prenhez.

Nos EUA foi relatado que a taxa de concepção ao primeiro serviço declinou de 65% para 40%, com o aumento da produção por lactação de 4500 para 9000 kg, no período de 1951 a 1996.

A média de dias abertos aumentou de 124 para 168 e o número de serviços/concepção de 1,85 para 3,0 de 1976 até 1999, em rebanhos dos EUA, nesse mesmo período ocorreu o aumento da produção por vaca e do tamanho dos rebanhos.

As diferenças entre os sistemas provavelmente são devido às diferenças de manejo e de genética dos animais.

Produção de leite sazonal

A produção de leite na Nova Zelândia é caracterizada pelo baixo uso de ração total e de grãos na alimentação. A produção é geralmente menor do que nos sistemas que usam ração total (produção média por lactação de 3.791 litros, no ano de 2003).

A sazonalidade dos partos e da estação de monta na Nova Zelândia é definida pela variação sazonal da produtividade e da qualidade das pastagens.

A sazonalidade dos partos resulta no uso eficiente do trabalho e dos outros recursos, devido ao foco do manejo também ser sazonal, como a atenção aos parto e ao recém nascido, bem como os serviços de detecção de cio e cobertura.

A estação de monta resulta na alta probabilidade de um grupo de vacas estarem sexualmente ativas no mesmo período, o que aumenta a probabilidade de detecção correta do cio (assunto discutido no radar: A condição reprodutiva das vacas do lote influencia a eficiência da detecção de cio? Publicado em 21/11/2006). Porém vacas que falham em conceber nas 12 a 14 semanas da estação de monta, devem ser descartadas ou o custo por ficarem vazias até a próxima estação de monta será muito alto.

Para o sucesso desse sistema é imprescindível a ocorrência de um parto/vaca/ano. Porém, o resultado econômico desse sistema sazonal de produção de leite também é dependente da distribuição dos partos no período desejado (os parto devem se concentrar no início da estação de parição, para que haja maior aproveitamento da produção de forragem e maior chance de re-concepção na próxima estação de monta) e da proporção de descarte involuntário (vacas vazias ao final da estação de monta).

O maior desafio reprodutivo dos rebanhos da Nova Zelândia é o anestro pós-parto, aproximadamente 20% das vacas não são detectadas em cio até o início da estação de monta. Essas vacas têm mais chances de terminarem a estação de monta vazias e serem descartadas. A maioria dessas vacas que não são observadas em cio, quando são examinadas, não apresenta corpo lúteo, o que evidencia o problema de retorno a ciclicidade ao invés de falha na detecção de cio (assunto discutido no radar: Anestro X Falha na detecção de cio. Publicado em 21/11/2007).

Os fatores de risco identificados para a ocorrência do período prolongado de anestro pós-parto incluem idade (vaca jovem > velha), intervalo entre o parto e o início da estação de monta, problemas peri-parto, extensão do período de balanço energético negativo, raça (Holandesa > Jersey) e escore de condição corporal (baixo > alto).

O manejo reprodutivo é focado para garantir a distribuição dos partos no período desejado com uso de indução da parição e tratamento das vacas em anestro no início de estação de monta. Apesar dos problemas peri-parto serem relativamente menores do que nos rebanhos de alta produção, mantidos em confinamento, estudos mostram que é economicamente vantajoso identificar e tratar os animais que apresentam problemas pós-parto.

No próximo radar serão apresentadas as práticas adotadas na tentativa de aumentar a eficiência reprodutiva no sistema de produção sazonal de leite.

Fonte:

Este texto é parte do artigo: Reproduction Performance and Management of Dairy Cattle, publicado no Journal of Reproduction and Development, 52:185-194, pelo pesquisador Scott McDougall.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures