Já foi apresentado, em radares anteriores, dados de nosso grupo referentes ao efeito do tratamento com GnRH ou hCG, no dia cinco após IA, nas taxas de concepção em vacas Holandesas lactantes durante o verão, e também da melhoria da prenhez quando se utiliza pré-sincronização. Neste radar, estamos apresentando resultados de trabalho apresentado na reunião da American Dairy Science Association, que ocorreu em junho, em Phoenix, Arizona (Effects of presynchronization and/or post breeding treatment with porcine LH or hCG on pregnancy rates in dairy cows, J. Dairy Sci. Vol 86, Suppl. 1, pág 1, 2003).
Vários grupos estão trabalhando visando aumentar a taxa de concepção de vacas Holandesas. São vários os fatores que podem influenciar negativamente no desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. A baixa concentração de progesterona (P4) pré e pós IA tem sido citada como um dos fatores que explicam a menor concepção em vacas de leite (VASCONCELOS, 1998). A associação das estratégias de pré-sincronização e de aplicação de LH ou hCG pós IA visa aumentar a concentração de progesterona pré e pós IA.
Os objetivos destes experimentos foram determinar os efeitos da pré-sincronização com análogo da PG e/ou tratamento com LH suíno (pLH) ou hCG pós IA nas taxas de prenhez em vacas de leite. Foram realizados três experimentos, onde se utilizou o protocolo Ovsynch para sincronizar a ovulação em vacas Holandesas em lactação (50-125 dias pós-parto). As vacas receberam injeções intramusculares de 100µg de GnRH (Fertiline; Vetoquinol) nos dias -10 e -1 e 500µg de cloprostenol (Estrumate; Schering Plough) no dia -3, e a IATF foi realizada no dia 0. O diagnóstico de gestação foi realizado por palpação retal entre os dias 45 e 60 após a IA.
No experimento 1, as vacas foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos, e receberam o protocolo ovsynch (n=92) ou pré-sincronização (n=86; 2 injeções de 500µg de cloprostenol, intervalo de 14 dias) seguido do protocolo ovsynch, sendo a primeira injeção de GnRH 12 dias após a segunda aplicação de cloprostenol. As taxas de prenhez foram 35 e 49%, respectivamente (P<0,06).
No experimento 2, as vacas receberam injeções intramusculares de 2 mL de salina, 12,5 mg de pLH (Lutropin-V; Bioniche Animal Health), ou 2500 UI hCG (Chorulon; Intervet) 5 dias após a IATF (41, 41 e 39 vacas). As taxas de prenhez foram 22, 33 e 37% (P=0,32).
No experimento 3 foi utilizado um esquema 2x3 fatorial, sendo os fatores pré-sincronização e tratamento pós-IA (como feito no experimento 1 e 2 respectivamente). Os dados de prenhez referem-se a 86 vacas (dados preliminares), sendo estes colhido em várias propriedades. As taxas de prenhez nos 6 grupos tratados variaram de 40 a 55% (ns). As taxas de prenhez foram 47 e 50% sem e com pré-sincronização, respectivamente e de 42, 48 e 55 % nas vacas tratadas com salina, pLH e hCG, respectivamente (P<0.6).
Conclusão: as taxas de prenhez aumentaram com a pré-sincronização. Tratamento com LH ou hCG 5 dias após IATF aumentou, numericamente, as taxas de prenhez.