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Detecção de subfertilidade em vacas por medidas anatômicas da região pélvica e aparelho genital II

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 19/01/2001

4 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

II. Efeitos na contaminação intra-uterina

Como citado em radares anteriores, tem sido observado por vários autores rápido decréscimo na porcentagem de infecções detectáveis no útero após o parto, e que bactérias Gram-negativas predominavam no início do pós-parto e as Gram-positivas apareciam em maior proporção posteriormente. Também, foi detectado que o exame detalhado do trato genital de bovinos deve ser feito entre 30 e 40 dias pós-parto, para evitar tratamentos antecipados e desnecessários em vacas que vão se recuperar espontaneamente e prevenir infecções graves que poderão atrasar a concepção, tornando tratamentos de endometrites pós-parto após o 40ºdia menos eficientes que os realizados antes desse período, salientando que, nesse último caso, o efeito do tratamento pode estar confundido com a cura espontânea, ou seja, tome cuidado na interpretação dos resultados quando se faz o tratamento antes do 35ºdia pós-parto. Outro aspecto importante a ser observado para efetuar os tratamentos é a etiologia e a sensibilidade aos antibióticos, considerando as particularidades de cada propriedade, visando melhorar a eficiência destes.

A condição do útero no pós-parto constitui um dos principais fatores que influenciam a fertilidade das vacas. A involução uterina pós-parto tem sido estudada, e tem-se usado o diâmetro do útero como indicador da involução do aparelho genital e sua conseqüente volta à normalidade. Vasconcelos et al. (1993) verificaram que a taxa de involução uterina pós-parto era rápida e uniforme até o 30º dia após o parto, a partir do qual se podia considerar completa, e as modificações do seu diâmetro eram mais acentuadas e detectáveis do que as que ocorriam na cérvice. Verificaram também rápido decréscimo na porcentagem de infeções detectáveis no útero após o parto (78,4% no 5º dia, 72% no 15º , 39% no 25º e 19% no 35º), mostrando que os índices de contaminação diminuíam com a involução uterina.

O objetivo deste estudo foi mensurar as regiões que compõem a garupa da vaca leiteira, com aparelho desenvolvido para este fim, e avaliar o efeito dessas variáveis na contaminação intra-uterina.

Foram usadas 252 vacas Holandesas, paridas com mais de 30 dias e não inseminadas. Realizaram-se medidas anatômicas da região pélvica e do aparelho genital e cultivo bacteriológico de material uterino.

As medidas anatômicas da região pélvica tomadas mediante aparelho desenvolvido para este fim foram as seguintes: abertura de ílio (cm), aberturas de ísquio superior e inferior (cm), desnível entre ílio e ísquio (cm), posição do aparelho genital em relação à pelve: óstio cranial da cérvice, óstio caudal da cérvice e útero (pélvico: 1, pélvico-abdominal: 2 e abdominal: 3), comprimento interno da pelve (cm), posição da vulva em relação ao púbis(v1/4 acima: 1, 1/2: 2 e ^3/4 acima: 3) e presença ou ausência de urovagina (presença de urina na vagina). Todas as aferições foram feitas pelo mesmo técnico.

A avaliação da contaminação intra-uterina pós-parto foi realizada mediante colheita de material uterino com pipeta de inseminação e seringa estéreis, por meio de infusão e posterior aspiração de 20ml de solução fisiológica, seguida de cultivo bacteriológico do aspirado em meio de ágar sangue e ágar MacConkey, incubados a 37ºC por 48h em aerobiose.

As porcentagens de vacas com contaminação intra-uterina e o gênero da bactéria são apresentados na Tab. 1. Os dados em relação a dias pós-parto da colheita (18,5% entre 30 e 45 dias, 12,2% entre 46 e 60 e 21,4% após 60 dias) estão de acordo com os resultados obtidos por Vasconcelos et al. (1989) - 19% no 35º dia pós-parto -, porém os valores são mais elevados que os de Elliot et al. (1968), que observaram maior tendência de diminuição dos índices de contaminação com a involução uterina (93% entre 3 a 15 dias, 78% entre 16 a 30, 50% entre 31 a 45 e somente 9% entre 45 a 60).

Tabela 1. Média e erro-padrão do intervalo parto-colheita de material uterino (dias) por agente bacteriano contaminante e por ausência ou presença de contaminação intra-uterina em vacas da raça Holandesa

Tabela 1


Entre as bactérias contaminantes, o Staphylococcus sp foi o microrganismo mais freqüentemente isolado do material intra-uterino, seguido de Actinomyces pyogenes, Streptococcus sp e coliformes.
A Tab. 2 mostra que não foi detectado efeito da presença de contaminação intra-uterina nos índices reprodutivos analisados, provavelmente por serem as características reprodutivas muito influenciadas pelo meio (Maijala, 1976), tornando difícil a detecção do efeito da contaminação intra-uterina na eficiência reprodutiva. Outrossim, muitas vacas foram examinadas com menos de 60 dias pós-parto, podendo, de acordo com Elliot et al. (1968) e Stefan et al. (1984), ainda se recuperarem e, conseqüentemente, não sofrerem influência negativa sobre a futura eficiência reprodutiva.

Tabela 2. Intervalo parto-primeiro cio, intervalo parto-primeira inseminação, número de serviços por concepção e período de serviço segundo a contaminação intra-uterina em vacas da raça Holandesa

Tabela 2


A presença de contaminantes intra-uterinos não foi influenciada por nenhuma das medidas anatômicas da região pélvica (abertura de ílio, aberturas de ísquio superior e inferior, desnível entre ílio e ísquio, posição do aparelho genital em relação à pelve, comprimento interno da pelve, posição da vulva em relação ao púbis e presença ou ausência de urovagina. Staphylococcus sp (29,6%) foi o microrganismo mais encontrado no material uterino, seguido por A. pyogenes (26,0%), Streptococcus sp (22,2%) e Coliformes (22,2%), porém essa contaminação não teve efeito negativo nos índices reprodutivos, neste estudo.

Comentário MilkPoint: Esses dados mostram a importância de manter os animais periparto em boas condições, visando minimizar a ocorrência de problemas e maximizar a recuperação pós-parto, lembrando que os índices reprodutivos são negativamente influenciados por vários fatores. Mais uma vez salientamos a importância do manejo e conforto da vaca no período periparto, visando diminuir, dentro do possível, todos os fatores potencialmente estressantes como: estresse térmico, balanço energético negativo, presença de micotoxinas na dieta e suprir com segurança os minerais e vitaminas que fortalecem o sistema imunológico (Vit. E, Selênio, Cobre, Zinco), visando maximizar a recuperação pós-parto.

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fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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MATEUS DE OLIVEIRA RAMOS

RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/02/2008

Qual seria o índice de contaminação, com relação à inseminação artificial, e qual seria o tratamento mais recomendado?

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