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Detecção de subfertilidade em vacas por medidas anatômicas da região pélvica e do aparelho genital

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 05/01/2001

4 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

I. Efeitos na eficiência reprodutiva

Como citado em radares anteriores, a condição do útero no pós-parto constitui um dos principais fatores que influenciam a fertilidade das vacas e tem-se usado o diâmetro do útero como indicador da involução do aparelho genital e sua conseqüente volta à normalidade. Também foi citado que a taxa de involução uterina pós-parto era rápida e uniforme até o 30º dia após o parto, a partir do qual se podia considerar completa, e as modificações do seu diâmetro eram mais acentuadas e detectáveis do que as que ocorriam na cérvice. Além disso, foi dito que ocorria rápido decréscimo na porcentagem de infeções detectáveis no útero após o parto (78,4% no 5º dia, 72% no 15º , 39% no 25º e 19% no 35º), mostrando que os índices de contaminação diminuíam com a involução uterina.

A Associação Americana de Gado Holandês preconiza que o tipo ideal de vaca em relação à fertilidade deve apresentar ísquios ligeiramente inferiores aos ílios, vulva o mais próxima possível da posição vertical, quando vista de lado, e garupa longa e ampla. As vacas com desnível entre o ílio e o ísquio eram mantidas por mais tempo no rebanho, provavelmente por efeito direto do ângulo da garupa no desempenho reprodutivo, enquanto que vacas com garupa "escorrida", apresentaram menor número de serviços por concepção, provavelmente devido à melhor drenagem dos fluidos uterinos. Por outro lado, alguns autores observaram correlações fenotípicas entre características de tipo e intervalo entre partos próximas de zero e também baixas correlações fenotípicas entre medidas corporais externas e período de serviço.

O objetivo deste estudo foi mensurar as regiões que compõem a garupa da vaca leiteira, com aparelho desenvolvido para este fim, e avaliar o efeito dessas variáveis na eficiência reprodutiva (intervalos parto-primeiro cio e parto-primeira inseminação, número de serviços por concepção e período de serviço).

Foram usadas 252 vacas Holandesas, paridas com mais de 30 dias e não inseminadas. As medidas tomadas foram as seguintes: abertura de ílio (cm), aberturas de ísquio superior e inferior (cm), desnível entre ílio e ísquio (cm), posição do aparelho genital em relação à pelve: óstio cranial da cérvice, óstio caudal da cérvice e útero (pélvico: 1, pélvico-abdominal: 2 e abdominal: 3), comprimento interno da pelve (cm), posição da vulva em relação ao púbis(<1/4 acima: 1, 1/2: 2 e >3/4 acima: 3) e presença ou ausência de urovagina (presença de urina na vagina). A avaliação da eficiência reprodutiva foi obtida pelos dados da data de primeiro cio, data da primeira inseminação, número de serviços por concepção e período de serviço.

Das medidas da garupa e do sistema genital, somente a abertura de ílio, a posição do óstio cranial da cérvice em relação à localização na pelve e a presença de urovagina apresentaram alguma influência sobre os índices reprodutivos analisados. Esses resultados diferem do padrão ideal de tipo em relação à fertilidade descrito por Castro (1985), que recomendou que os ísquios deveriam ser ligeiramente mais baixos que os ílios, a vulva o mais próxima possível da posição vertical, quando vista de lado, e a garupa longa e ampla sendo que o seu nivelamento deveria ter uma relação direta com o desempenho reprodutivo da vaca, permitindo ou não uma drenagem adequada do útero, influenciando a incidência de infecções uterinas pós-parto. Randal (1980) verificou que vacas com garupa "escorrida" apresentavam menor número de serviços por concepção, provavelmente devido à melhor drenagem dos fluidos uterinos, enquanto outros autores observaram que a conformação da garupa estava relacionada com a eficiência reprodutiva, e que vacas com garupa "escorrida" apresentavam menor intervalo entre partos. Os resultados encontrados estão de acordo com os de Dadati et al. (1986), que verificaram correlações fenotípicas próximas de zero entre características de tipo e intervalo entre partos e os de Burnside et al. (1984), apud Dadati et al.(1986), que relataram baixas correlações fenotípicas entre medidas corporais externas e período de serviço.

Abertura do ílio e pico da produção de leite apresentaram correlação positiva (0,14; P<0,01). Estudos tem mostrado que a taxa de concepção em vacas leiteiras tem decrescido com o aumento da produção de leite (Nebel & McGilliard, 1993) ou seja, os efeitos de abertura de ílio nos intervalos parto-primeiro cio e parto-primeira inseminação, número de serviços por concepção e período de serviço, provavelmente, estão associados aos efeitos negativos da produção de leite nestas características, sendo que quanto maior a abertura do ílio maiores foram os intervalos parto-primeiro cio e parto-primeira inseminação, o número de serviços por concepção e o período de serviço.

A posição do óstio cranial da cérvice em relação à localização na pelve não influenciou o intervalo parto-primeiro cio porém aumentou o intervalo parto-primeira inseminação (P<0,10), o número de serviços por concepção (P=0,05), e o período de serviço (P<0,01), e este efeito provavelmente foi devido à pior drenagem dos fluidos uterinos em vacas com cérvice mais abdominal (Randal, 1980). A presença de urovagina aumentou o número de serviços por concepção, provavelmente pela predisposição das vacas portadoras à endometrites.

Pode-se concluir que das medidas anatômicas da região pélvica e do sistema genital as que influenciaram os índices reprodutivos foram: abertura do ílio (maior abertura associada a menor eficiência reprodutiva); localização do óstio cranial da cérvice (quanto mais abdominal, piores tenderam a ser os índices reprodutivos); e presença de urovagina (influência negativa na taxa de concepção). Essas características devem ser utilizadas visando detectar antecipadamente animais que, provavelmente, apresentarão problemas reprodutivos, além de sugerir acasalamentos direcionados visando à correção da garupa.

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fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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