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Pastejo + Fornecimento de Dieta Total (TMR): alternativa para aumento da produção de leite no Inverno

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 10/06/2005

3 MIN DE LEITURA

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Forrageiras tropicais necessitam de dias longos (maior fotoperíodo/horas de brilho solar), água (umidade) e temperaturas elevadas, para a manifestarem plena produção de massa. Desta forma, a quantidade de forragem obtida através das mesmas é variável ao longo do ano, caracterizando um regime de produção sazonal, cuja maior produtividade é obtida durante o verão, em detrimento ao inverno. Na média, estas plantas manifestam 80% do seu potencial de produção no verão e somente 20% durante o inverno. Esta estacionalidade da produção exige do produtor de leite uma programação estratégica no que se refere à alimentação suplementar, seja na forma de volumoso, concentrado ou ambos.

Estratégias de Suplementação:

Dentre as opções de suplementação, para sistemas de produção à pasto, o fornecimento de concentrados associados a produção individual do animais é uma prática bastante difundida. Alguns produtores, com objetivo de minimizar os efeitos deletérios da escassez de forragem advinda da pastagem no inverno lançam mão do uso de alimentos volumosos conservados na forma de silagem (excedente de produção no verão) ou capineiras, sendo a cana de açúcar, uma opção muito utilizada.

Tendo como objetivo o estudo de alternativas para a manutenção da produção durante o período de menor produção dos pastos, pesquisadores da Penn State University (EUA), realizaram estudo com 45 vacas holandesas, de elevado potencial genético durante 21 semanas de experimento, comparando a suplementação de animais em sistemas de pastejo durante o período de menor oferta de forragem. Foram efetuados 3 tratamentos:

  • pastagem + concentrado (PC)

  • pastagem + TMR* (PTMR)

  • TMR* (TMR)
*TMR - "Total Mix Ration": Ração/Dieta Total ou Total Mix

De acordo com os pesquisadores e baseado na lógica e princípios da nutrição de ruminantes, o fornecimento de uma TMR parcial (PTMR), proporciona um melhor controle da quantidade ingerida de forragem via pasto em relação a programas de alimentação com suplementação somente via concentrado. A adoção de uma PTMR ofereceria uma séria de vantagens como:

- melhor estimativa do consumo de matéria seca (CMS) através do controle do consumo da TMR fornecida

- menor possibilidade de incidência de distúrbios digestivos oriundos de consumo excessivo de concentrado (vale lembrar que nem sempre o fornecimento é individual, o que possibilita uma maior ingestão de concentrado por parte dos animais dominantes e mais agressivos)

- fornecimento, eventual, de uma fibra de melhor qualidade que a pastagem seca

- possibilidade de maior produção de leite

Antes de tomar qualquer decisão, o produtor deve considerar possíveis desvantagens do emprego da PTMR, como a necessidade de maior mão de obra, tempo de trabalho e maquinário adequado para o fornecimento da ração total. Além disso, o produtor ao fornecer qualquer tipo de suplementação na forma de volumoso, deve estar atento ao custo da forragem extra fornecida, bem como o custo total da dieta formulada para "fechar" as deficiências da pastagem. Destacamos, ainda, que além do adicional operacional, a propriedade deve estar estruturada no que se refere às instalações para a adoção deste manejo, ou seja, área de confinamento adequada (cochos, sombra e disponibilidade de água/bebedouros).

Para a implementação de uma PTMR é recomendado o monitoramento técnico de um nutricionista ou pessoa devidamente capacitada para acompanhar o desempenho dos animais, a qualidade e disponibilidade da forragem e sua associação com a quantidade e teores da TMR suplementar fornecida. A medida que a estação seca vai avançando, eventuais mudanças na dieta são recomendadas para equilibrar o conjunto da alimentação.

Os dados da tabela abaixo apresentam resultados do experimento realizado por pesquisadores da Pennsylvania:


Fonte: adaptado de Bargo, F. - J. Dairy Sci. 85:2948-2963

Os dados acima devem ser analisados criteriosamente, uma vez que refletem uma realidade norte americana, o que fica evidente no consumo possivelmente mais elevado de pastagem em relação ao padrão médio das nossas forrageiras e elevada produção individual (potencial genético). Destacamos o diferencial de produção obtido entre o tratamento PC em relação ao PTMR de 12,3%. Um maior número de dados experimentais, principalmente em solo nacional seria importante veículo para auxiliar eventuais decisões de manejo alimentar em sistemas à pasto. É necessário checar sempre a relação custo x benefício, ou seja, saber se, efetivamente, somos capazes de promover a diferença na produção acima e se a eventual produção extra, oriunda da PTMR não será diluída com o aumento no custo operacional resultante da introdução de nova estratégia de alimentação.

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

LENÇÓIS PAULISTA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/09/2010

Prezado Julihermes,

Primeiramente peço desculpas pelo atraso e demora na resposta. A velha correria e compromissos. De toda forma, agradeço, antes de tudo, pela sua participação e manifestação.

Vamos lá. Não acredito que a silagem seja a melhor opção de fornecimento. Não podemos generalizar. Para cada sistema de produção (pasto, confinamento total ou semi-confinamento, como mostram os dados acima) existe uma opção mais adequada (que melhor se encaixa a uma dada situação efetiva de campo). Teoricamente, a melhor opção será aquela que apresentar o menor custo por unidade energética e protéica. Em outras palavras, quando analisamos a forrageiras, devemos sempre associar o fator: preço x qualidade. O que é mais barato, uma silagem de milho (por exemplo) custando 75,00/ton de matéria original (MO) e com 33% de matéria seca (MS) ou uma silagem de 68,00/ton de MO com 28% de MS? Primeiramente, devemos convertar para a base seca e veremos que a primeira é mais barata que a segunda. Agora a pergunta: mesmo na base seca, sendo mais barata, é a melhor opção? Depende. Temos que avaliar os teores nutricionais de cada material, compreende? Por esta razão que o tema é complexo.

Conheço sistemas de produção muito bem conduzidos com uso de cana-de-açúcar. Capineiras (normalmente de capim elefante) necessitam de cuidado especial, mesmo no verão, em relação ao ponto de corte.

O assunto é extenso.

Um abraço, até!
JULIHERMES CHAGAS PISSINATE

ITAMARAJU - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/09/2010

uma grande icognita é a opção a ser escolhida na hora do plantio de forrageiras , como se vem usando muita a cana-de-açucar para o fornecimento em época específica , mas ainda é dificil escolher pois ambos os tipos de forragens tem seus prós e contras , onde se usarmos capim como opção de fornecimento aditivo ele tem seu poder vegetativo limitado onde mais se precisa ou a cana-de-açucar tem maior produção quando precisamos mas sua qualidade nutricional é baixa então fica a pergunta qual seria a melhor opção de fornecimento ? silagem !

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