Estamos começando o plantio de mais uma safra. Esse é, sem dúvida nenhuma, o momento mais importante no planejamento alimentar dos nossos rebanhos leiteiros para o próximo ano. O sucesso dessa safra vai determinar grande parte dos custos com alimentação e a capacidade de ampliação do rebanho, bem como a expectativa de rentabilidade da atividade, uma vez que os custos com alimentação são os mais significativos.
Existem vários fatores que, somados à genética da cultura plantada, permitem que elevadas produtividades sejam alcançadas. A população de plantas é um dos principais. O estande adequado da lavoura se inicia no plantio, onde cerca de 70% dos investimentos de uma lavoura são aplicados. A semeadora pode atuar como elemento restritivo ao desenvolvimento de uma boa cultura, uma vez que de pouco adianta utilizar sementes de alta qualidade genética, fazer bom preparo do solo, manter a fertilidade adequada e controlar pragas e plantas daninhas, se não se obtém a quantidade de sementes distribuídas para um estande final adequado da lavoura. Dessa maneira, se o objetivo é aumentar a produtividade da cultura, a regulagem da semeadora e a velocidade de plantio (ideal é de 4-6 km/h) passam a merecer atenção especial.
Também vale ressaltar que nos últimos anos algumas doenças têm-se tornado mais frequentes e severas, causando significativas quedas na produtividade das culturas de verão e de inverno, demandando aplicações de defensivos específicos, como fungicidas por exemplo.
Contudo, ainda é muito comum o produtor de leite não ter máquinas e implementos próprios adequados para a boa implantação e manutenção de suas lavouras. Então, por que não terceirizar os serviços?
A especialização da pecuária no Brasil tem resultado num crescimento significativo na venda de produtos e serviços. No segmento de forragens conservadas, até recentemente tínhamos como referência somente a comercialização de feno para alguns poucos rebanhos de animais elite ou, em situações mais críticas, quando não se dispunha de volumoso suficiente para a produção do rebanho. Atualmente, terceirizar serviços ou adquirir produtos, inclusive volumosos, de produtores especializados na atividade tem sido uma boa alternativa para os pecuaristas. O processo pode ser iniciado pela agricultura, com serviços de implantação de lavoura, adubações (recebendo o adubo químico na lavoura ou distribuindo periodicamente o adubo orgânico) e todo o manejo fitossanitário, seguido pela colheita da forragem, envolvendo os processos de transporte e armazenamento.
Como vantagens, o produtor tem maior especialização da propriedade, focando seus esforços e investimentos naquilo que realmente é de sua competência, tendo melhor qualidade no plantio, colheita mais rápida, menor investimento em máquinas, alimentos de melhor qualidade e, principalmente, um planejamento mais seguro para sua atividade.
A primeira referência para se pensar na terceirização de serviços é o custo de máquinas e equipamentos envolvidos. Na tabela 01 são apresentados os custos (para o prestador de serviços) de tratores e alguns implementos, elaborados pelo setor de Mecanização da Fundação ABC, que norteiam os valores para contratação de serviços em algumas regiões. Para o produtor que contrata os serviços, a referência são os valores da tabela acrescidos em 20%, que seria o lucro dos prestadores de serviços. Certamente esses valores variam entre as regiões do Brasil em função, principalmente, dos preços de combustível e valor das máquinas e equipamentos, mas pode ser uma boa referência.