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Qualidade do Leite: a máscara caiu.

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/07/2011

8 MIN DE LEITURA

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Qualidade do Leite: a máscara caiu

Tenho dito repetidamente em vários artigos que o Brasil é um país importador de leite. Nos últimos 20 anos, descontado o saldo exportado no período 2004 a 2008, importamos e equivalente a quase 30 bilhões de litros de leite!

É evidente que essa situação já seria suficiente para revelar uma política leiteira inadequada resultando numa falta de competitividade da nossa pecuária leiteira e da nossa indústria.
Sim, falta de competitividade da nossa indústria pois não é imaginável conceber que tenhamos uma indústria altamente competitiva com uma pecuária leiteira de baixíssima competitividade, mesmo por que o desenvolvimento de fornecedores faz parte de uma indústria competitiva.

Essa baixa competitividade e desinteresse pelo desenvolvimento de seus fornecedores da indústria e cooperativas pode ser constatada nos resultados das analises mensais feitas em 2010. Na Clínica do Leite da ESALQ, que trabalha com 32.000 rebanhos e uma média de 58.000 amostras mensais, para CCS 52,5% só dos resultados ficaram abaixo de 400.000 células/mL com relação à CBT apenas 31,7% ficaram abaixo de 100.000 UFL/mL . No Laboratório de Qualidade de Leite da Embrapa Pecuária de Leite para uma amostra de mais de 20.000 rebanhos: com relação à CSS, 57% ficaram abaixo de 400.000 células/mL e 30,6% acima de 750.000 células/mL; com relação à CBT apenas 4,7% ficaram abaixo de 100.000 UFL/mL e 48,2% acima de 750.000 UFL/mL. A situação com relação à CBT, cujo ajuste é relativamente simples, é muito pior do que a situação com relação à CCS, cujo ajuste é complexo!

Confirmado, foi prorrogada a entrada em vigor dos novos da limites da IN51 até dezembro deste ano. Aliás, não havia outra saída, pois a maioria dos lacticínios e o próprio Governo não fizeram a lição de casa desder a publicação da IN 51, e o dilema de desmoralizar de vez a IN 51, se for aceito o leite fora dos padrões, ou jogar fora uma grande quantidade de leite que não atenda a especificação, aumentando a já alarmante situação de importação de leite, gerando sérios problemas econômicos e sociais.

Com isso a máscara sobre qualidade do leite caiu, confirmando, o que já se escutava em muitas conversas com técnicos e produtores, que o Governo e a indústria não estão interessados em qualidade do leite, mas apenas num preço baixo para o produtor. Ao falar que a indústria não estava interessada em qualidade do leite é preciso deixar claro toda regra pode ter alguma exceção. A pergunta inevitável que fica é se o Governo e a indústria estarão interessado em leite de qualidade no futuro próximo.

Agora temos a notícia que o MAPA vai criar comissão com representantes dos vários setores da cadeia produtiva para no prazo de 6 meses caracterizar as responsabilidades dos elos da cadeia produtiva na melhoria da qualidade do leite, propor novos parâmetros e prazos baseada em avaliações técnicas mais acuradas do que as que foram feitas até agora.
É preciso que essa comissão a ser criada pelo MAPA tenha a percepção de que não se pode tratar de norma de qualidade de leite fora do contexto da política leiteira.

O Brasil é um país importador de leite, não temos produzido nem para atender as nossas necessidades internas apesar do consumo per capta estar abaixo do recomendável pelas organizações de saúde. O mundo está oferecendo uma oportunidade para a exportação de leite. A Argentina, o Uruguai e o Chile estão aproveitando essa oportunidade. Se a nossa indústria pensa em aproveitar essa oportunidade para o Brasil entrar no time dos exportadores, é preciso atender aos padrões de qualidade exigidos pelos compradores. O massacre dos produtores para um de conseguir um preço tão baixo que compense a falta de qualidade do leite certamente não é o caminho.

É preciso que a indústria e o Governo tenham uma postura diferente se pretendem que o Brasil atinja a autossuficiência para abastecer o mercado interno e seja um exportador de leite e lácteos. O ponto fundamental é que as empresas que coletam e processam o leite tenham compromisso com a qualidade do leite e com a competitividade de seus
fornecedores, e sejam efetivamente catalizadores do processo de capacitação dos produtores. É preciso entender que uma cadeia produtiva tem a força de seu elo mais fraco, e que não teremos nunca um agronegócio do leite forte com uma pecuária leiteira fraca.

A comissão a ser criada pelo MAPA precisa discutir primeiro um aspecto fundamental para a política leiteira brasileira e dar a resposta à seguinte pergunta: O Governo e a indústria querem ou não que o País seja produza leite com qualidade para atender ao seu mercado interno e ter excedentes para se tornar exportador?

O produtor de leite deve ver a resposta a essa pergunta através, não de discursos e promessas, mas analisando as propostas que serão feitas e verificar se efetivamente estão sendo tomadas as ações necessárias para implementação dessas propostas.

Se o Governo e a indústria não demonstrarem que estão interessados em produzir leite cm qualidade para atender ao nosso mercado e exportar, não valerá muito a pena produzir leite no País.

Se realmente o interesse do Governo e da indústria é ter leite atendendo os novos padrões da IN51, é preciso que o Governo exija que a indústria, seja ela privada ou cooperativa, capacitem seus fornecedores de leite para atender a essas exigências, e verifique se essa exigência foi cumprida. E o produtor deveria receber um certificado desse treinamento, assinado pela indústria para a qual fornece leite e pelo próprio produtor.

O treinamento e certificação deveria ser bancado na maior parte pela indústria e talvez uma pequena parte pelo produtor. Afinal não será um custo tão grande para a indústria que deve ter interesse em desenvolver seus fornecedores, e faz sentido uma pequena contribuição dos produtores que desejam permanecer como produtores produzindo leite compatível com as exigências da norma. O Governo poderia colaborar financiando, com juros e prazos atrativos, o custo desse treinamento.

Esse treinamento deveria abordar também alguma orientação para os produtores aumentarem sua produtividade e reduzir seus custos, pois não basta melhorar a qualidade do leite. É preciso que a produção leite de qualidade seja economicamente sustentável para o produtor, ou seja, produzido a um custo competitivo, assegurando alguma margem ao produtor mesmo nas conjunturas adversas do mercado.

Um ponto importante para caminharmos para leite de qualidade é uma política de preços ao produtor que realmente premie a competência e a qualidade do leite e penalize a incompetência e a baixa qualidade do leite produzido. É preciso diferenciar os que realmente se dedicam a produzir leite com regularidade dos oportunistas que só produzem nas épocas em que é altamente vantajoso produzir.

Tudo isso tem que ser discutido e explicitadas as premissas consideradas, pois não se pode discutir qualidade do leite e a IN 51 fora do contexto geral da política leiteira brasileira, sob risco de repetirmos o que aconteceu agora, de novamente estar diante de uma situação em que não há condições de cumprir as normas.

Agora, é preciso ver se os limites exigidos pela norma estão de acordo com a realidade brasileira, onde a maior parte do leite é produzido utilizando de alguma forma pasto e há épocas onde chove muito agravando muito os problemas de mastite ambiental.

É importante que a comissão a ser criada discuta em profundidade essa questão e seja realista nos valores e prazos a serem considerados pela norma, para que sejam atingíveis e não ficarmos novamente no dilema de desmoralizar de vez a IN 51, se for aceito o leite fora dos padrões, ou jogar fora uma grande quantidade de leite que não atenda a especificação, gerando sérios problemas econômicos e sociais. O bom senso e o pagamento realmente diferenciado pela qualidade do leite parecem ser os caminhos para evitar esse dilema.

Um limite baixo para CBT pode ser atingido rapidamente se os produtores forem capacitados e treinados, pois depende fundamentalmente de higiene de ordenha e no geral as soluções não demandam muito tempo grandes recursos financeiros. Já não é realista se pretender pouco ajustar um limite muito baixo para CCS em pouco tempo, pois o problema é complexo e envolve estrutura de rebanho e recursos significativos na solução dos problemas.

Assim não parece fazer sentido dar os mesmos prazos para implementação gradativa da redução dos limites de CCS e CBT até chegar em 2016 aos limites que eram previstos para entrar em vigor em julho, como sugerido na Nota Técnica da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivado de 12/05/2011, endossada por grupo de trabalho da Embrapa Gado de Leite em 03/06/2011.

Essa comissão a ser criada pelo MAPA precisa deixar claro onde queremos chegar em termos dos parâmetros de qualidade de leite e diferenciar a complexidade dos problemas envolvidos no ajuste de cada parâmetro.

Acredito que a confiança e motivação dos produtores em investir para produzir leite de qualidade será muito maior se o prazo para ajuste dos limites de CBT forem bem menores que os para ajuste de CSS, pois demonstrará o efetivo interesse da indústria e do Governo em ter leite de qualidade no menor tempo possível, fazendo exigências de tempo compatíveis com a complexidade dos problemas a serem resolvidos.

Se houver demora excessiva em se atingir limites satisfatórios para CBT, pode parecer aos produtores a confirmação de que o Governo e a indústria continuarão sem interesse pela qualidade do leite, mas apenas num preço baixo para o produtor.

Por isso nos próximos meses os produtores devem prestar atenção no trabalho da comissão a ser criada pelo MAPA e nas atitudes e propostas do Governo e da indústria com relação à IN 51, que representarão efetivamente a resposta às seguintes perguntas: para onde vamos em termos de qualidade do leite? Vale a pena produzir leite no País?

Marcello de Moura Campos Filho
Presidente da Leite São Paulo

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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/09/2011

Prezado Celso Medina Fagundes

Agradeço o comentário.

De fato o fator preponderante para assegurar o índice de CBT preconizado na IN 51 é higiene na ordenha, o que se faz antes da refrigeração. Se a água não é potável tem que ser tratada com cloro antes do uso para limitar o grupo das bactérias pisicrotrófica. Mas se não tivermos frio, apesar dos cuidados antes da refrigeração o índice de CBT irá crescer muito, ultrapassando os 100 mil ufc/ml na coleta do leite pelo caminhão e poderá chegar no lacticínio com valores absurdamente elevados.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho

CELSO MEDINA FAGUNDES

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 15/09/2011

Concordo que o governo e a indústria se omitiram em relaçaõ a IN51, mas não se pode somente atribuir a refrigeração a salvação da melhoria da qualidade do leite.Pois antes temos que pensar em HIGIENE, em todas as etapas que antecede a refrigeração, se não o grupo de bactérias psicrotróficas vão crescer, até porque a principal fonte destas, é a água e 90%, salvo melhor juízo, não é potável nas propriedades leiteiras.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/08/2011

Prezado Cezar Pimenta Guimarães

Agradeço os comentários, importantes para a discussão dess questão.

Concordo que houve alguns erros quando da implementação da IN 51 em 2002, e o importante é não repeti-los agora. Concordo que é preciso uma participação mais efetiva da indústria e do Governo com relação a questão do frio ( tanques de expansão ). Esse foi um dos erros que esperamos que não se repita, pois sem refigeração não há qualidade de leite. Concordo que a adequação dos valores da norma sejam gradativas e estabelecidads por região, principalmente parea CCS - Para CBT os prazos tem que ser menores poius o problema não é complexo.

O que a IN 51 determinar é o mínimo aceitável em termos de qualidade. Acho que a indústria não deve cobrar qualidade do produtor, mas sim pagar por qualidade, mesmo por que leite de melhoe qualidade aumenta o rendimento industrial e permite fabricar produtos de meior valor agregado.

Com relação ao que aconteceu em 1992, quando o Governo desregulamentou o mercado e passou a ignora-lo, deixando tudo por copnta do !"livre mercado", na minha opinião lavou as mãos com Poincio Pilatos, pois sabia que o mercado não era tão livre assim, e precisava pelo menos da mediação do Governo para assegura o equilibrio de forças na cadeia produtiva.

Com relação ao que aconrteceu às cooperativas a partir de 1992, penso que os problemas vieram mais da inconpetência e principalmente da vaidade de seus dirigentes do que a omissão do Governo com relação à pecuária de leite em si.

Para os produtores retomarem as rédeas do processo precisam participar de suas entidades e escolher suas lideranças assegurando que estas sejam competentes e realmente defendam seus interesses.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 07/08/2011

Prezado Marcelo de Moura Camps Filho.
Agradeço o convite para explanar os pensamentos expostos nos itens 2 e 3 acima, isto me dá a oportunidade de estender os comentários.O que eu quis externar era na oportunidade de se discutir a criação da IN 51, apenas prevaleceu o pensamento tecnico da qualidade do leite, assim como quando da desregulamentação do setor em 1992, recaiu tudo sobre os produtores inicialmente, e depois em suas cooperativas, acredito que todos sabem que aquilo quebrou as cooperativas nos fins da decada de 90, nos colocando nesta estrada em que labutamos agora. Nós produtores não preparamos lideranças para nos defender no todo, deixando-nos a acreditar que a tecnica será responsavel pela melhoria da qualidade e com correspondente melhoria de renda e tudo ficara em maravilhas. Os produtores devem tomar redeas do processo, colocando em pauta principalmente a participação de segmentos irmãos no negocio, ou seja, se no passado a carga da responsabilidade fosse dividida com a industria e o governo, poderiamos estar com tanques pertencentes à industria, onde ela teria comprado por preço menor, teria alocado o tanque do tamanho da produção e em sua visão de linha de coleta, poderia readequar o tanque no produtor que ampliasse a produção sem nenhum onus ao produtor e permitiria a ampliação de produção em sua visão de mercado e de linha de coleta. Claro, isso obrigaria o produtor a se associar com seus colegas de linha para negociar preço e comprador com responsabilidade do volume da linha. A industria aí sim poderia cobrar qualidade do produtor, pois se assim não o fizesse sairia da linha de coleta com as consequencias a sua disposição conforme sua localização. Quanto a maneira de se estabelecer os parametros seriam simples calculos, perfeitamente explicaveis em lei, possiveis de serem medidos e avaliados seu progresso individualmente e colocados em porcentagem dos resultados alcançados em periodo anterior. Digamos quea media de resultados para CBTem eterminada região seja 460.000 e para os proximos 5 anos estabelecessemos uma pressão de melhoria de 20%, ou seja, obtermos 368.000 na media dos resultados obtidos, seria possivel, estabelecer metas anuais e avalia-las rapidamente como estaria indo o trabalho para o resultado. Essas metas poderiam ser cobradas nas plataformas de cada industria e de acordo com os seus resultados , açao e penalização deveria ocorrer na fabrica, industria, penalizando seus produtos, sua operação e não nessa forma atual de quem arca com tudo é o produtor, e a industria leva vantagem duplamente, vendendo seu produto normalmente e obtendo um preço inferior pela materia prima ao penalizar o produtor em itens de dificil avanço, sem dispender em assistencia tecnica aos produtores.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2011

Prezado Roberto José Bastos.

Agradeço o comentário

Produzir leite é gerar trabalho e renda no País. Se formos competentes deixaremos de importar leite e passaremos a exportar e o País ganhará muito com isso. Concordo que o ganho de competência tem que ser dos produtores, das indústrias/cooperativas e do Governo. O ganho de competência pode levar mais ou menos tempo dependendo do caso. Por exemplo, para atingir a competência com relação à mastite e viabilizar o valor proposto para CCS pode levar vários anos. Já para CBT essa competência para viabilizar o valor proposto para CBT, se houver empenho dos produtores, da indústria/cooperativas e do Governo, pode ser atingida no máximo em um ano.

A competência com relação à qualidade do leite realmente só depende de nós, mas esse nós significa o conjunto produtores, indústria/cooperativas e Governo, ou seja da cadeia produtiva. É preciso que todos os elos queiram e trabalhem para chegar à qualidade do leite proposta na IN 51.

Como disse, a máscara caiu, e até o fim do ano poderemos ver quem realmente quis e trabalhou para viabilizar a qualidade do leite proposta pela IN 51 e quem trata da qualidade do leite "apenas para inglês ver".

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
ROBERTO JOSE BASTOS

CABO FRIO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2011

Prezado Marcelo,
Concordo com você que temos a nossa parcela de culpa, por isso mesmo estou indignado pelo fato da prorrogação da IN 51, onde o Governo, que não produz leite, decide de forma eleitoreira e protecionista, aceitando a baixa qualidade do leite.
Não me incluo na relação dos omissos, pois temos lutado em sindicatos, cooperativas, governo, indústrias e em todas as áreas a qual temos acesso.
Produzir leite é uma atividade nobre assim como o produto que produzimos
Precisamos acabar com o conceito de que produzir leite é para subsistência e para pobre, e para isso, temos que ter qualidade e regras rígidas, e expurgar do setor os ineficientes, sejam produtores, indústrias/cooperativas e políticos.
O nosso pais tem condição de tornar a Cadeia láctea em um seguimento pujante, não só para os brasileiros como para o mundo, e nesse ponto, concordo com você.
SÓ DEPENDE DE NOS.
Forte abraço
Roberto Bastos
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2011

Caro amigo Mário Pinto Filho

Agradeço o comentário.

Você tem acompanhado a luta da Leite São Paulo e sabe das dificuldades que enfrentamos para superar a repetição dos erros do passado e contribuir para a construção de uma nova realidade para nossa pecuária leiteira.

Não perca a esperança, pois precisamos de uma massa crítica de produtores que tenham a percepção da necessidade de mudanças e possam dar sua contribuição para que o futuro da nossa pecuária leiteira não seja uma repetição dos erros do passado.

Pretendo agendar uma ida à Cooperativa em Avaré no final de agosto ou início de setembro. Espero encontrar você lá.

Grande abraço

Marcello de Moura Campos Filho
MARIO PINTO FILHO

ITAÍ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2011

Olá amigo Marcello!

Parabéns mais uma vez pelo oportuno e corajoso artigo e até pelo sujestivo título.
Agora, o "dedo" na ferida foi posto ao responder o comentario feito pelo Sr. Roberto Bastos. Perfeito!
Já muito se falou e volto ao mesmo assunto. Claro que a grande maioria dos laticínios não se importa com qualidade, principalmente no que tange ao leite fluído. Com os filtros e o processo "UHT", qualquer coisa serve. Se duvidam é só analisarem os Longa Vida oferecidos nos supermercados onde a maioria não passariam no mais simples testes, como já ocorreu em outras oportunidades.

Um grande abraço.

Mario Pinto Filho
Produtor, ainda esperançoso.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2011

Prezado Roberto Bastos

Agradeço os comentários.

Penso que a indústria tem sim responsabilidade pela fragilidade e subdesenvolvimento da mossa cadeia produtiva. Mas não podemos esquecer que o Governo também tem, quando deixou de ser o responsável pelo preço ao produtor, deixando para o "livre mercado" sem qualquer responsabilidade de mediação, ou seja, deixou para a indústria definir os preços uma vez que os produtores muito numerosos, desorganizados e sem força política, não tem a menor condição de influir no preço.

Mas nós produtores também temos culpa no cartório, pois somos omissos e não nos movimentamos para resolver nossos problemas, esperando que alguém venha a resolver para nós! Como exigir do Governo e da indústria se nós produtores pouco fazemos para resolver nossos problemas.

Penso que mais produtivo do que apontar culpados seria nós produtores reconhecermos nossos erros e nossas culpas e começar a trabalhar para não persistir nos mesmos erros e começar a mudar o quadro da pecuária leiteira nacional.

Errar é humano e só não erra quem não trabalha. Mas francamente, persistir nos mesmos erros é burrice.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
ROBERTO JOSE BASTOS

CABO FRIO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/08/2011

Parabens a Todos.
Está politica de qualidade de leite é uma vergonha.
A industria é a grande responsavel pelo patamar de sub-desenvolvimento que está a cadeia de lactos.
A Saude publica deveria fiscalizar com rigor a qualidade dos produtos industrializados, obrigando a industria valorizar os que realmente são produtores. Caso contrario a industria terá que produzir a sua propria materia prima.
Abraços
Roberto Bastos
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado João José Andrade

Agradeço o comentário.

Penso que o leite spot deve seguir o mesmo padrão exigido para o leite crú produzido pelo produtor. Mas sua colocação é muito oportuna, pois é preciso ficar muito claro as normas e a responsabilidade pela qualidade do leite spot.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
JOÃO JOSÉ ANDRADE

LORENA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/08/2011

Meus parabéns pelo artigo.
Depois de reavaliar a IN 51, gostaria de saber quais serão as normas e quem vai controlar a qualidade do leite spot? Ou será que a cobrança cairá somente sobre o produtor?
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado Cezar Pimenta Guimarães

Agradeço os comentários.

Com relação ao limite de 100.000 para CBT, com higiene na ordenha e frio é perfeitamente factível de ser atingido por qualquer produtor em curto prazo. Sem higiene e sem frio ningém deveria produzir leite. O valor de 100.000 me parece que foi estabelecido considerando padrões internacionais para podermos exportar e a qualidade que o conumidor brasileiro merece.

Concordo com você que os tanques de expansão poderiam ser bancados pela indústria, com financiamento público e juros incentivados. Mas penso que a indústria deveria se um facilitador do processo e contribuir para redução de custos ( maior poder de barganha na compra ) e que o produtor deveria pagar por isso e ser proprietário dos tanques.

Não entendi bem as suas colocações nos itens 2 e 3, e para me manifestar gostaria que complementasse essas colocações.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
CEZAR PIMENTA GUIMARÃES

PONTA GROSSA - PARANÁ

EM 01/08/2011

Senhor Marcelo de Moura Campos Filho.
Apreciei seu comentário e suas opiniões quanto à IN 51, mas me permite discordar de algumas afirmações suas , principalmente quanto aos valores de CBT de 100.000 como limite, discordo desta forma empirica de fixação de limites, acredito que hoje já possuimos dads de analises feitas desdea implantação da IN 51 para estabelecer parametros seletivos deacordo com os dados disponiveis estatisticamente interpretados e politicamente determinado porcentagens de seleção para estabelecer o parametro maximo a ser obedecido como limitante. Ou seja, é pelos resultados ja obtidos que se aplicaria tecnicamente um grau de seleção. E essa intensidade seria determinada pelas entidades representativas .Entidades essas que deveriam defender a classe produtora, pois até o momento os custos da IN 51 somente são arcados pelos produtores , senão vejamos:
1- Os tanques de resfriamento , em minha opiniao deveriam ter sido bancados e de propriedade das industrias, pela facilidade de compra (financiamento) pelo estabelecimento de linhas rentaveis, pela realocação de acordo com os volumes produzidos, pela obrigatoriedade de manutenção eficaz ( senão elas perderiam o produto), pela necessidade delas selecionarem os produtores quanto a qualidade e volume, bem como na condição de fortalecimento das industrias perante empresas prestadoras de energia, prefeituras, etc. e isso na IN 51 nem foi avaliado;
2- Para o país num todo os custos da IN 51 seriam menores e os parametros seriam mais faceis de serem alcançados. Acredito que teriamos iniciado sim um movimento progressista de evolução do setor.
3- Ocorreria a evolução pela cobrança nas plataformas de recepção das industrias;
Bem, o leite já foi derramado, mas, muita coisa pode ser corrigida, principalmente a maneira de se fazer a politica de evolução do setor, como se diria em Brasilia - com inclusão social - a inclusão da classe industrial .
Devo ratificar sua opinião quanto à complexidade da CCS, e que politicamente deveria ser melhor regulamentada, bem como a intensidade de seleção a ser aplicada neste item.
Parabens pelos comentarios
Cezar Pimenta Guimarães
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado Marcello: desculpe-me - "conferir leite na caneca telada de fundo preto" são os termos certos (rsrsrs). É a pressa e a revolta (rsrsrs).
Um abraço,


GUILHERME ALVES DEMELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Caro Guilherme Alves de Mello Franco

Agradeço o comentário.

No meu modo de ver a omissão do Governo e da indústria com relação à IN 51 levaram ao dilema: Se mantido o prazo para a entrada para julho 2011 dos novos valores de CCS e CBT ou se descartava um volume absurdo de leite e aumentava as importações ou se esse leite fora de padrão fosse recebido se desmoralizaria de vez e IN 51. O que espero que não aconteça agora não se misture problemas de solução complexa com os de solução simples, ou seja dar um prazo muito longo para ajuste do padrão de CBT. Se isso se repetir é muita burrice ou má fé.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado Marcello: O grave problema é querer, com a constatação de seus precisos dados, que não se implante nenhuma regra, o que só beneficiaria a indústria laticinista que, através de maus profissionais, aceita qualquer tipo de leite, pagando um irrisório valor, e captando leite em latão. Precisamos entender que a má qualidade do produto não atinge só a nós, os produtores, que, por causa dos péssimos produtores, que não se interessam em higiene, somos colocados na mesm cesta dos baixos preços, mas, também, a toda a sociedade, que terá produtos lácteos de qualidade sempre duvidosa. A Instrução Normativa 51 deveria ter sido aplicada de imediato, há anos, e, não, esta vergonha de adiar o inadiável. Perdemos nós, produtores sérios, que, por isto, estamos de luto, não só nosso tempo em aumentar nossa qualidade de leite, a níveis internacionais, mas, também, por termos sido feito de palhaços e amargarmos prejuízos causados pela irresponsabilidade alheia. Desculpe a revolta, mas pré e pós "dip", confirir leite na caneca tela de fundo preto, lavar tetas e enxugar com papel toalha descartável, são ações tão primárias que nos envergonham os que não as levam a termo.
Parabéns pela análise.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
UM DOS QUE FIZERAM A LIÇÃO DE CASA
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado Joaquim Távavora

Agradeço o comentário.

Realmente ajustar o padrão de CSS é muito mais complexo do que CBT que depende fundamentalmente de higiene de ordenha e refigeração do leite. Quem não tiver condição de ter resfriador e higiene de ordenha não deveria produzir leite. Se os lacticínios se empenharem e treinarem os seus fornecedores de leite e ajudar no financiamento de resfriadores creio que em um ano teráimos condições de atender a especificação da IN 51 para BT.

Agora CCS é um problema complexo, envolve inclusive estrutura de rebanho, e precisa mais tempo para ajustar à especificação da IN 51.

O assustador é se colocar no mesmo saco problemas de complexidade diferentes. Na minha opinião foi um êrro em 2002 se dar prazo os mesmos parzos para o ajuste gradual de CCS e CBT. A Nota Técnica da Cãmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados endossada por parecer da Embrapa Gado de Leite indica que se pretende insistir nesse êrro. Ao meu ver isso ou é ignorâncvia ou má fé.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
LUIZ FERNANDO VILELA DE ANDRADE

JOAQUIM TÁVORA - PARANÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 01/08/2011

Procedente o comentario
Vemos que no Brasil, tem gente preocoupada com a qualidade do leite, técnicos que elaboraram a IN 51
Preocupante o comentário
Vemos que no Brasil tem gente preocupada com a qualidade do leite, mas despreparada por não saber que CBT e CCS são diferentes e a complexidade para resolver as mesmas são diferentes.
Segundo dados da Embrapa, o Brasil tem algo em torno de 1.200.000 a 1.300.000 (HUM MILHÃO E DUZENTOS A HUM MILHÃO E TREZENTOS) mil produtores de leite, segundo dados desta reportagem são analisados algo em torno de 58000(cinquenta e oito mil) amostras por mes em São Paulo na Clinica do leite.
Analisemos os dados e veremos que todos os laboratorios do Brasil dificilmente analisarão mais do que 400.00 (quatrocentas mil amostras) mensais.
Pergunto: O que faremos para analisar quase que 2,5 duas vezes e meia a mais de amostras mensais.
Assistência Técnica
Sou Médico Veterinario da Defesa Sanitaria Animal e acompanho as analises de algumas propriedades com CCS abaixo de 200.000 e CBT abaixo de 100.000, mas e as outras propriedades que não tem assistência técnica com visita mensal, ou industria de laticinios que não tem equipe técnica montada para a orientação ao produtor como é que fica.
O quadro foi muito bem montado pelo autor, governo e industria não estão preocupados com a qualidade do leite, só estão preocupados em ter leite ou importar leite fazendo importações absurdas, pois importam uma quantidade pequena e fazem o preço ao produtor encolher em épocas que o produtor sério poderia ganhar dinheiro e se capitalizar, fora dizer que se esse dinheiro gasto com importação poderia ser direcionado ao treinamento de técnicos que auxiliariam na profissionalização do produtor.
Já esta passando da hora para acordarmos de nosso berço explendido e mudar essa realidade, senão a proxima geração vai chegar e achar um gado leiteiro produtor de leite com alta contagem de células somáticas=leite com mastite, e vai ser dificil ensinar essa geração a produzir leite com qualidade.
Obs: o prazo que o autor se refere talvez seja o de uma a duas gerações de vacas leiteiras que terão que nascer e substituir as vacas que temos em produção que conforme as ánalises realizadas estão com contagem de células somaticas acima de 750.000 por ml, este pequeno trabalho deve demorar mais ou menos duas gerações de vacas leiteiras para ser bem otimista mais ou menos 8 anos, e não 6 meses ou 12 meses como preconizam alguns.
Qualquer ação bem montada, e treinamento e capacitação a produtores de leite é trabalho a longo prazo
Atenciosamente
Luiz Fernando
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2011

Prezado Bruno Vilela Pereira

Agradeço o comentário.

Compartilho do seu pensamento no sentido que é preciso que as indústrias sejam competitivas pois não podem querem que os produtores sejam competentes capazes de produzir leite tão barato a ponto de compensar a incomprtência da indústria. Nesse sentido é importante que elas capacitem seu corpo técnico e gerencial, inclusive para poder desenvolver seus fornecedore a produzir leite com qualidade e competitividade.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho

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