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Quais os níveis de proteína e energia para vacas secas?

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/06/2000

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

O período que compreende as três semanas antes e após o parto é denominado de período de transição. Esta é uma fase de grande influência no desempenho do animal e por esta razão mais e mais se dá ênfase ao acompanhamento dos animais tanto no que se refere ao correto atendimento de suas exigências quanto à rápida detecção e solução de eventuais problemas.

Muitas mudanças ocorrem na vaca neste período, incluindo alterações hormonais para prepará-la para o parto, maior demanda de nutrientes para a síntese de leite, rápido crescimento do feto, além de mudanças no ambiente, como sua introdução num grupo diferente de animais. Estas mudanças, entre outras, resultam em queda de consumo quando o parto se aproxima. Portanto, as vacas precisam dietas mais densas nas últimas semanas de gestação.

As pesquisas e observações de campo têm demonstrado que quanto mais a vaca come nos dias próximos ao parto, maior será seu consumo após o parto. Isto traz como benefício a menor incidência de problemas metabólicos imediatamente após o parto, que têm alto custo e comprometem o desempenho do animal .

A última versão do NRC (1989) não prevê a divisão das vacas secas em dois grupos: vacas secas e vacas pré-parto, como atualmente se recomenda. Em função disso, sua recomendação é de uma única dieta com 12% de proteína bruta (PB) na matéria seca. Alguns pesquisadores consideram este valor muito baixo, causando perda de reservas protéicas da vaca. Em contraste a esta opinião, um estudo concluiu que o balanço protéico permaneceu positivo quando as vacas consumiram 10,6%, 12,7% ou 14,5% de PB. Um estudo mais recente dos mesmos pesquisadores concluiu que uma dieta com 17,8% de PB durante as últimas quatro semanas pré-parto provocou uma tendência de menor consumo de matéria seca e menor produção de leite após o parto que aquela onde as vacas consumiram 13,3% de PB. Sendo assim, pode-se dizer que uma ração com 12% de PB deva ser adequada, se as vacas não reduzirem o consumo de matéria seca nos dias que antecedem o parto.

Ocorre, no entanto, que a maioria das vacas reduz o consumo em até 30% nas últimas três semanas pré-parto. Em função disso, é benéfico ter uma dieta pré-parto (últimos 21 a 30 dias) com maior teor (14%) de proteína bruta, especialmente no caso de novilhas de primeira cria. A qualidade da proteína também é importante. Recomenda-se que 63 a 65% da PB esteja na forma degradável no rúmen.

A energia é outro nutriente importante. O lote de vacas secas normalmente é alimentado com dietas com alta participação de forragens e pouco concentrado. Após o parto estas vacas são colocadas em dietas com alto nível de concentrados, o que demanda algumas semanas para adaptação do rúmen. Para que isto seja evitado, e a vaca possa atingir a produção esperada mais cedo, é recomendável que a dieta pré-parto seja mais rica em carboidratos não estruturais, oriundos de maior nível de concentrado. Isto potencialmente aumenta a disponibilidade de carboidratos no rúmen, estimulando a síntese de proteína microbiana, adapta os microorganismos do rúmen para a dieta de lactação, promove o desenvolvimento das papilas e aumenta a capacidade de absorção de nutrientes do rúmen.

Um estudo realizado em 1999 por Dan e colaboradores na Universidade da Pensilvânia avaliou o efeito do aumento do nível de carboidratos disponíveis no rúmen de vacas no período de transição. As vacas em dietas com maior disponibilidade de carboidratos tiveram maior consumo de matéria seca e menores níveis de ácidos graxos não esterificados no sangue (indicativo de menor mobilização de gordura corporal para atender as exigências energéticas), além de maior produção de leite após o parto, quando comparadas com as vacas com baixa disponibilidade de carboidratos.

Em dietas pré-parto, quando há redução de consumo, recomenda-se que a densidade energética seja entre 1,50 e 1,60 Mcal Ell/kg. O nível de carboidratos não estruturais deve situar-se entre 33 e 38% na matéria seca da dieta.

É sempre um desafio para o nutricionista formular uma dieta pré-parto pois fatores determinantes nem sempre são conhecidos. Pode ocorrer, por exemplo, de algumas vacas parirem antes da data prevista, não recebendo a dieta por período suficiente para adaptação. Por outro lado, para alguns animais esta densidade energética pode ser muito alta provocando ganho de peso excessivo, e todas as complicações que uma vacas com condição corporal elevada pode ter no momento do parto.

Como pode ser visto, este tipo de programa depende da subdivisão do lote de vacas secas em pelo menos dois lotes; aquelas distantes do parto e as pré-parto (últimos 21 a 30 dias), sendo que o pré-parto poderia ainda ser dividido em vacas magras e vacas gordas para que se evitasse o condicionamento excessivo. Isto é especialmente complicado em rebanhos pequenos. Uma opção é amarrar as vacas pré-parto e fornecer ração adicional individual de acordo com a condição corporal.

Para vacas secas também é importante que se dê atenção aos minerais e vitaminas pois eles são importantes na prevenção de alguns problemas metabólicos freqüentes neste período. Também é recomendável que as vacas pré-parto recebam os mesmos ingredientes das rações de lactação para que os microorganismos do rúmen tenham oportunidade de se adaptar.

Comentário do autor: as vacas no período de transição vêm recebendo grande atenção da pesquisa. Quanto mais se descobre, mais se valoriza este período curto, que exerce grande influência em toda a lactação do animal. É interessante destinar algum esforço para ajustar o programa de transição do seu rebanho. A resposta será animais mais saudáveis e maior produção.

fonte: Varga, G.A e Vallimont, J., 2000, Hoard´s Dairyman, April 10.

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