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Período de ocupação de piquetes em módulos de rotacionado

POR MURILO SARAIVA GUIMARÃES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/07/2013

3 MIN DE LEITURA

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Nos sistemas de pecuária que utilizam o pastejo rotacionado é comum surgir a dúvida de quantos dias os animais ficam em cada piquete. Para explicar melhor os efeitos dos números de dias em que os animais pastejam cada piquete (definido como sendo o período de ocupação) é importante entendermos algumas das consequências desse período para a planta e para o animal.

Em primeiro lugar é preciso ter em mente que o período de ocupação está relacionado à quantidade de forragem disponível e ao número de animais para consumi-la. Temos que encontrar o ponto de equilíbrio do suprimento e a demanda de forragem. No entanto, esse tempo em que os animais permanecem em cada piquete trará consequências tanto para as plantas quanto para os animais.

Quando pensamos no capim, o período de ocupação irá influenciar na velocidade e na maneira que se dará a rebrota do pasto, isso porque períodos de ocupação longos aumentam a possibilidade dos animais visitarem (consumirem) partes de uma mesma planta várias vezes. Essa situação faz com que após cada visita, a planta retome o processo de crescimento várias vezes e em alguns casos consuma reservas de energia armazenadas na base da planta para refazer material (folha e colmo) que já estavam iniciando crescimento.

Outro fator é que aumentam as chances de ocorrer decapitação do meristema apical (principal tecido responsável pelo crescimento da planta) e com isso o crescimento passa a se dar pelos meristemas laterais e basais, levando mais tempo para atingir uma altura. A decapitação dos meristemas apicais só é bem vinda em sistemas que utilizam capins de porte alto como alguns do gênero Panicum. Ela pode ser utilizada como estratégia para não perder o controle da altura do capim, fazendo a decapitação do meristema apical dessas plantas no início do período de chuvas para induzir a brotação de meristemas laterais. Essa ação impede o crescimento em altura das plantas presentes no pasto no fim do inverno.

Quando períodos de ocupação curtos são utilizados, a rebrotação se dá com maior velocidade e de forma mais eficiente, isso porque as folhas que iniciaram ou retomaram seu crescimento não sofrerão novos cortes no início desse processo e poderão alcançar seu potencial fotossintético mais rápido, auxiliando no crescimento da planta e tendo mais tempo para produção de matéria seca. Dessa forma, levando em consideração a planta, não é recomendado ter períodos de ocupação maiores do que 3 dias.

Pensando no animal e no seu comportamento durante o pastejo, eles irão consumir primeiro as partes da plantas com melhor valor nutritivo (folhas novas) dispostas na parte superior. Posteriormente irão passar a consumir colmos e folhas mais velhas que estão na camada inferior da planta. Assim quando os animais em sistemas com períodos de ocupação curtos começam a consumir material de qualidade inferior ocorre a mudança de piquete e esses animais voltam a consumir folhas novas. No entanto, para que isso ocorra, é preciso que haja abundância na oferta de forragem (kg matéria seca/animal dia) no piquete e que não gere competição por comida ao ponto de o animal ter que consumir o que tiver pela frente sem ter a possibilidade de exercer preferência. Isso explica melhor o ponto abordado na matéria dos “Fatores a serem observados no pastejo rotacionado” em que foi citado o fato de que quanto menor o período de ocupação melhor será a qualidade de forragem consumida.

O efeito dessa estratégia de manejo é bastante visível em animais que produzem leite uma vez que esse tipo de estratégia pode ser responsável pelo aumento da qualidade e quantidade produzida. No geral, sistemas que adotam essa estratégia de manejo contam com lotes de repasse para atingir a meta de altura de resíduo dos piquetes. Esse tipo de estratégia irá beneficiar o desempenho individual de cada animal. É comum em sistemas altamente intensificados de produção de leite períodos de ocupação de um dia ou menos (60 ou 70% do piquete é pastejado de noite e 40 ou 30% é pastejado durante o dia). Para produção de bovinos de corte ou ovinos o efeito no consumo é parecido, no entanto, o efeito no desempenho só é visível em prazos maiores, e por isso é comum períodos considerados curtos de 1 ou 2 dias.

Como dica, procurem não ter períodos de ocupação maiores do que 3 dias tanto na caprinocultura de corte como na ovinocultura de corte. Procurem definir se o objetivo é o desempenho individual do animal ou o desempenho por área, pois isso ajudará bastante na decisão de quantos dias os animais irão permanecer em cada piquete. Lembre-se que o uso da lotação correta e o período de descanso dos piquetes são fundamentais para que a escolha do período de ocupação seja correto (esse assunto será abordados com mais detalhes nos próximos artigos).

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MURILO SARAIVA GUIMARÃES

Consultor da Campo - S/A
Engenheiro Agrônomo formado pela ESALQ - USP
Mestre em Ciência Animal e Pastagem pela ESALQ- USP

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ELTON FERREIRA

CONCEIÇÃO DO CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/02/2017

Muito boa sua matéria, bem explicado e interessante.
EVERTON CARVALHO NOBRE

ARACI - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/11/2016

Boa tarde, Murilo

Gostaria de saber se a quantidade de piquetes é de acordo com o ciclo do capim para a categoria da caprinocultura e ovinocultura, ou seja o Tifton o seu ciclo é de 21 dias quer dizer que serão necessário 21 piquetes.

Parabéns pelo seu artigo, gostei muito.   
JOAQUIM

COCALZINHO DE GOIÁS - GOIÁS

EM 26/12/2013

sua matéria é muito boa, só que gostaria de saber quantos m2 é necessário por vaca em piquete para 03 dias.
JORGE LUÍS DA SILVA PONTES

SÃO JERÔNIMO - RIO GRANDE DO SUL - OVINOS/CAPRINOS

EM 08/08/2013

Realmente uma excelente materia, já utilizo esta rotatividade mas necessito aprender muito ainda, assim serei um espectador assíduo.



Parabens.
JOÃO BATISTA DE SOUZA AGUIAR,

PARANAÍBA - MATO GROSSO DO SUL

EM 26/07/2013



A matéria está excelente! As informações são bastante esclarecedoras para realização de um bom manejo animal.
MURILO SARAIVA GUIMARÃES

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2013

Pedro e Miraíma,



Obrigado pelos comentários e espero poder continuar a ajudar com mais artigos que possam ser de serventia para produtores e traga novas discussões ao setor de ovinocultura.
MURILO SARAIVA GUIMARÃES

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2013

Marcelo Rezende,



Obrigado pelo comentário espero poder ajudar.

A quantidade de ovelhas para o seu caso depende de quanto é intensificado o seu sistema. Principalmente se é feita a correção da fertilidade do solo e a quantidade de adubo usado para adubação de produção (parcelado ou não?). No entanto, sugiro que faça amostragens de produção de forragem nos seus piquetes periodicamente para encontrar a capacidade de suporte (quantas ovelhas vão poe piquete). Estamos preparando um artigo que irá explicar como fazer a amostragem e como encontrar a capacidade de suporte dos piquetes, que deverá ser publicado aqui no FarmPoint em breve.
MURILO SARAIVA GUIMARÃES

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/07/2013

Jaime,



Obrigado pelo comentário.

Muito bem lembrado a respeito da altura de entrada e saída. Essa questão além de ser específica para cada capim escolhido também pode trazer efeitos para plantas e animais e vou escrever um próximo artigo para explicar quais são os efeitos da escolha das alturas de entrada e saída para planta e animais.  
PEDRO EUNARDS BRAGA LIMA

MIRAÍMA - CEARÁ - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 26/07/2013

Excelente artigo, espero contar com o enriquecimento destas informações a partir de outras matérias complementares que posteriormente venham ser publicadas.
PEDRO ALBERTO CARNEIRO MENDES

FORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/07/2013

Murilo



Parabens pela qualidade da matéria. Muito importante para quem deseja adotar e também para quem vem usando o pastejo rotacionado.
MARCELO REZENDE

OUTRO - SÃO PAULO

EM 24/07/2013

Muito bom. Em piquetes de mais ou menos 300 metros quadrados de grama estrela, com 3 dias de ocupação e 24 de descanso, vc recomenda quantas ovelhas?
JAIME DE OLIVEIRA FILHO

ANGATUBA - SÃO PAULO - OVINOS/CAPRINOS

EM 24/07/2013

Muito boa a explicação,podendo acrescentar também que cada cultivar existem padrões de altura de entrada e saída dos animais e como o Murilo falou muito bem sobre o ponto de equilíbrio entre área a ser pastejada + nº de animais e manter a estrutura de planta que  poderá ter uma rebrota mais rápida.

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