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O leite em sua função de sustentar a Nova Zelândia

POR ERIC GANDHI SILVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/09/2013

8 MIN DE LEITURA

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Cada país tem um ou mais atributos que o faz ser reconhecido mundialmente. Por exemplo, aqui na Nova Zelândia o Brasil é conhecido pelo futebol pentacampeão, pelos pilotos de formula 1 e principalmente pelas mulheres brasileiras com sua beleza ímpar. Enquanto eu estava no Brasil a Nova Zelândia era conhecida pelas paisagens exuberantes que serviu de cenário para a trilogia “Senhor dos Anéis”, pelos esportes radicais, vulcões e terremotos e nas rodas de produtores a Nova Zelândia era conhecida como a terra do leite.

foto 1 : vista do alto do Mt. Hutt mostrando o vale do rio Rakaia tomado por fazendas. Methvem -Nova Zelândia



Não é para menos, a atividade leiteira é a que mais influencia a economia direta ou indiretamente. Particularmente é muito gratificante para mim que passei a vida inteira envolvido na bovinocultura, estar vivendo em um país de primeiro mundo, que está entre os 10 melhores IDHs, a frente de países como Suécia e Irlanda, e onde a principal atividade econômica é o leite e seus setores. Nesse artigo será abordado o quanto a cadeia produtiva do leite é relevante para economia do país.

Para isso foi utilizado um relatório da NZIER intitulado “A função do leite em sustentar a Nova Zelândia”. O documento foi elaborado em 2010 no intuito de servir como base de dados para a Fonterra Cooperative Group LTD e a DairyNZ. A NZIER é uma empresa de consultoria especializada em pesquisa e análise econômica no setor público e privado em toda a Nova Zelândia e Austrália.

Segundo o relatório, o setor de laticínios é responsável diretamente por 2,8% do PIB que equivale a US$ 5 bilhões. O impacto sobre o PIB se dá principalmente por ser o maior volume de produtos exportado da NZ. Vejam na tabela abaixo os 15 maiores produtos de exportação do país.

Tabela 1: Os 15 maiores produtos de exportação da Nova Zelândia


Fonte: traduzido e adaptado de NZIER(2010)

As exportações de lácteos foram de US$ 10,4 bilhões, representando em torno de 26% da exportação total da NZ. Esta contribuição é muito superior a de qualquer outro setor de exportação. Exportação de produtos lácteos é duas vezes a do setor de carnes, mais de seis vezes do que todas as exportações de frutas, nove vezes maior que as exportações de vinho, doze vezes maior do que as exportações de alumínio e 17 vezes maiores do que as exportações de lã. Na verdade, a exportação de leite é aproximadamente a mesma que a soma dos quatro seguintes maiores setores - carne, madeira, combustíveis minerais (petróleo) e frutas e nozes.

A contribuição do leite no PIB é:
• Maior que a contribuição do PIB dos setores de mineração, da pesca e da silvicultura juntos;
• Cerca de 10 vezes maior que o PIB do setor do vinho;
• Cerca de 3 vezes maior que o setor madeireiro e florestal
• Mais de um terço da contribuição do PIB do setor primário completo (leite e carne, agricultura e processamento, a horticultura, a pesca, a silvicultura, mineração);
• 40% maior do que o setor de eletricidade, gás e água;
• 2/3 tão grande quanto o setor de construção (setor muito forte no país devido à ocorrência de terremotos)
• 15% do PIB total das indústrias produtoras de bens e
• Fornece 26% do total das exportações de bens da Nova Zelândia

Contudo esse setor se estende bem além dos seus impactos diretos ao PIB da NZ e contribui para a saúde da economia em muitos aspectos. Os laticínios estão intimamente interligados ao resto da economia devido à geração de emprego e renda, direta e indiretamente através de empresas fornecedoras de bens e serviços. Além disso, existe o efeito nas cidades pelo crescimento rural através do rendimento fiscal que financia os serviços públicos.

Dos quase US$10,4 bilhões de produtos lácteos:
• US$ 7,5 bilhões foram usados para compra leite dos produtores;
• US$ 1,5 milhões foram revertidos em salários e taxa de retorno.
• Cerca de US$ 625 milhões foi gasto em compra de insumos intermediários na NZ como embalagens, energia, etc.

Dos US$ 7,5 bilhões pagos aos produtores:
• US$ 3,0 bilhões foi mantido como taxa de retorno, trabalho e capital;
• US$ 3,6 bilhões foi gasto em insumos produzidos no país, como fertilizantes, alimentação, serviços agrícolas, serviços financeiros.

Isso tudo é dinheiro circulante no país devido a atividade leiteira de modo geral. E ainda tem o dinheiro gasto em compras de produtos e serviços estrangeiros o que faz com que parte do capital não gire no próprio país.

Na geração de emprego a atividade leiteira emprega
• 65% a mais que a atividade de corte;
• Cresce 75% a mais que o setor de frutas;
• Cria o dobro de empregos que o setor de transformação de madeira;
• Corresponde diretamente para 1 a cada 4 empregos nas 4 principais regiões leiteiras do país.
• A cada US$1/kg de leite sólido pago a mais, gera em torno de 4600 novos empregos.

Com isso a atividade gera receitas que melhoram a qualidade de vida dos Kiwis. Para termos uma idéia, o crescimento do setor leiteiro na década passada resultou em um acumulado de US$ 6,4 bilhões para as famílias neozelandesas em melhor situação de vida do que a realidade de 1999. Um aumento de US$ 1/kg de leite sólido fornece receita adicional de mais de US$ 270 por ano para cada homem, mulher e criança da Nova Zelândia. O Aumento de US $ 1,2 por kg deste ano vai gerar um extra de US$ 324 por pessoa na Nova Zelândia.

O leite também gera uma quantidade substancial de receita fiscal para o governo, através dos impostos sobre a renda dos produtores, os impostos sobre os laticínios, e taxa sobre bens e serviços (GST) e outros impostos sobre a renda e os gastos que o leite estimula no resto da economia. Quando se aumenta a receita fiscal, os benefícios não vão apenas fluir para os distritos de produção leiteira, mas no país como um todo. Aumento da receita fiscal significa mais dinheiro para gastar em serviços essenciais como educação, saúde e segurança. Em 2009, esses setores cresceram 0,7%, 0,6% e 0,2% respectivamente por causa do crescimento do setor do leite ao longo da última década.

Se levarmos em consideração as 4 maiores regiões produtoras de leite, quando os produtores estão sorrindo, todo mundo também está. A produção de leite é extremamente importante para muitas economias regionais. Ela injetou US$ 700 milhões na economia Southland em 2009, bem como South Taranaki e Matamata-Piako, ambos recebendo bem mais de meio bilhão de dólares. Para as economias regiões menores como Ashburton (US$471milhões), Waipa (US$ 361milhões) e Selwyn (US$ 270 milhões), o valor da produção de leite, em relação ao tamanho total da economia, é muito significativo.

Nas cidades, as empresas se beneficiam com a venda de bens e serviços para os produtores. Em média o produtor gasta mais da metade da sua renda em bens e serviços na operação da fazenda. A grande maioria desses bens vêm das cidades e também com superávit na balança comercial, que diminui as taxas de juros logo os custos com empréstimos o que estimula os empresários de modo geral a investirem mais.

Sendo assim o setor de produtos lácteos influencia na economia como um todo no país. É mais evidente nas bacias leiteiras, contudo todo o país sofre impactos vindos do “humor” do leite. Abaixo segue um esquema para ilustrar como tem sido essa influência.


O fluxo monetário vai influenciando setor por setor através das normais de mercado. Na NZ o leite gera altos recursos. E esses recursos são transferidos para população e para governo. E estes, por sua vez, geram riquezas cada um a sua maneira. O país também é pequeno, com uma densidade demográfica baixa, o que leva a crer que é um país fácil de fácil administração. Todavia, a atividade sísmica e variação de clima ainda é um desafio tanto para governo quanto para a população. Ainda assim a impressão que temos é de estar na Europa. Não desmerecendo a Oceania, mas comparo ao que temos mais acesso através da mídia que é a qualidade de vida na Europa. A Nova Zelândia tem o índice de desenvolvimento humano compatível com qualquer país de primeiro mundo e tem orgulho do leite ser um dos grandes patrocinadores disso.

No ano passado, tive oportunidade de conviver com uma sueca que estava fazendo estágio conosco na Back track Daires. Segundo ela, os produtores no seu país não estão preocupados em juntar riquezas como os neozelandeses e sim em deixar o país bonito e ter uma qualidade de vida razoável com menor nível de stress possível. A conclusão que chego é que o produtor neozelandês tem mais atenção com a lucratividade do negócio e em manter o país rico. Se o país é bonito e conservado é devido à pressão do consumidor e também pelo turismo forte no país. Além disso, aqui o recurso que chega ao governo volta para a população na mesma velocidade. Ainda não ouvi falar em corrupção, desvio de verbas e etc por aqui. Pelo contrário, outro dia vi um político sendo destituído do cargo por falar para um garçom: “Você sabe quem eu sou”. No sentido de estar querendo dizer “me trate bem por que eu sou autoridade”.

Verdadeiramente é um choque para um brasileiro como eu ter uma experiência de trabalho como a que minha esposa e eu estamos tendo aqui. Quando vejo um kiwi operando sua unidade de produção me vem na cabeça três palavras que quero levar para o Brasil como lema profissional: honestidade, trabalho e lucratividade.


ERIC GANDHI SILVEIRA

Consultor pela Alcance Consultoria e Planejamento Rural
Acompanhou 8 fazendas na Nova Zelândia durante 18 meses na Nova Zelândia.

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PEDRO OTAVIO PASCOALI

GUARANIAÇU - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 19/05/2016

como se desenvolve a atividade leiteira?
GLAUCO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/10/2014

Guilherme, confinamento aqui na nova zelandia ateh existe mas mais para os meses de inverno a no sul da ilha sul onde neva no inverno. A base da alimentacao eh silage de milho, junto com straw ( alfafa, eu acreio) como fornecimento de fibra e depois vem os carbohidratos batata, cenoura, abobora, frutas, o que tiver de perda no Mercado de vegetais e legumes.
Eu sou gerente de uma fazenda do governo com 1250 vacas, 495ha na plataforma leiteira numa sala de ordenha giratoria pra 60 vacas. Minha producao eh basicamente pasto com silage de pasto no comeco e fim da temporada de lactacao. Uso praticamente o ano todo a que chamam aqui de Palm Kernel que eh a raspa da casca do coco, ou o residuo depois que fazem o oleo e quando o preco ajuda eu forneco graos na propria sala de ordenha.
Tenho um sistema que eu direciono o quanto de suplemente cada animal vai receber enquanto estiver sendo ordenhado. Minhas vacas no momento fazem media de 22litros. meu rebanho eh constituido de 260 primeira paricao, 500 vacas entre 3 e 6 anos e 450 entre 7 e 12 anos. Trabalho com gado leiteiro na nova zelandia por 6 anos.
Aqui a industria do leite eh carreira, o que difere do Brasil, se comeca como assistente, depois assistente de producao, gerente de producao ou gerente de rebanho, Segundo engarregado ou assistente de gerente e gerente.,
o brasil deveria investor mais na industria do leite. Estou planejando ir para o brasil a apresentar como eh o trabalho feito aqui com mais detalhes. Ja trabalhei em fazendas com sistema de pasto apenas e com vacas sendo completamente alimentadas em "feed pads" ou o coxo ou galpao.
RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 06/12/2013

Triste falar mas a NZ e Australia são o que "Brasil" que deu certo rsrs
RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 06/12/2013

Naquele video que postou Gilberto Couto

Jogam silo no pasto? não seria desperdicio?
FRANCO OTTAVIO VIRONDA GAMBIN

JAMBEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/10/2013

Caro chara, eles estao sempre noo Paraguai ou na Bolivia com seus cachorros correndo atraz de veados. E contentes. Eu trabalhei toda s vida em industria quimica, aposentei, e tento ser um produtor de leite.Levanto cedo acompanho a ordenha, ajudo um pouco em tudo enquanto as bezerrasbe novilhas produto de ia nao crescem, mas tufo eh demorado, Ainda nao consegui comprar novilhas do Dirceu Mancilha de Pouso Alto para ganhar tempo mas chego la. Voce tem razao eu podia ficar 100% ferias mas fico embriagado com uma cachaca chamada LEITE um abraco e vamos continuar divulgando nossas opinioes.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/10/2013

Prezado Franco Ottavio Vironda Gambin: Com esta produção, me perdoe, mas ele não é produtor de leite: é tirador de leite.
Se ainda acha que está bom, dentro do princípio amador do "não produzo mas não gasto", não o aplaudo - tenho é pena dele. A produção dele não paga, sequer a silagem que ele terceiriza.
Ninguém compra leite com ração cara, a não ser os amadores. Os profissionais temos sempre em mente o lucro e o custo baixo.
Finalmente, quem passa "40% do ano de férias" tem uma vida muito vazia: ociosidade cansa mais que trabalho(rsrsrs).
Com certeza são claros exemplos do que não fazer.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
ALFA MILK
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
www.fazendasesmaria.com
FRANCO OTTAVIO VIRONDA GAMBIN

JAMBEIRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2013

Caros Flavio e Guilherme e demais colegas creio que o melhor eh seguir um mineiro que visitei recentemente: produz 300 litros dia, 45 vacas,50ha de morro para novilhas 10 ha de varzea , contrata para produzir silagem de milho para o inverno, as vacas pastam tyfton no verao irrigado as vacas sao pequenas , tudo e simples .
O melhor de tudo eh trabalham em dois, so alguns dias por mes pois estao sempre passeando um trabalha e o outro de ferias e dizem que esta bom assim e estaria melhor se nao tivessem tomado um calote de um laticinio .
Como podem ver temos o pasto e o confinamento o pai diz que so com a silagem tenho 12 litros e nao compro leite com racao cara. Pergunto a todos eles passam 40 % do ano de ferias, vivem bem qual de nos temos uma vida assim folgada? Um abraco e bom debate
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2013

Prezado Guilherme,

Não quis desmerecer o trabalho do Edmar e seu filho, muito pelo contrário, são um dos melhores selecionadores do país. Mas o trabalho dele é voltado para pista e não para produção e efetividade econômica na região que ele se encontra e mais para selecionar animais de tipo. Como eles trabalham com o supra-sumo da seleção com nivel de qualidade mundial, a questão rusticidade não é o foco deles.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/10/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Não entendi sua colocação quanto ao caso do Edmar Mamedes de Lima. Para ser selecionador e criador é preciso que as vacas estejam adaptadas ao local, senão elas morrem.
Ora de ele cria e seleciona (ainda que para a venda) é porque suas vacas resistem às temperaturas altas da região, não é mesmo?
Além do mais, ele esteve aqui com vacas em lactação, também, o que significa que não só o comércio de animais é o seu ramo, mas a produção de leite também.
E, ainda, ele vem participando de Exposições ranqueadas da Raça Holandesa por todo o Brasil, o que demonstra haver certo volume de animais especializados (pelo menos para pista).
Por fim, se a intenção fosse somente a venda, ele teria incluído animais no Leilão que ocorreu durante a Exposição, em 19 de Outubro, o que não fez.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Caro Guilherme,

Quanto ao Zé Renato manter o confinamento, precisamos perguntar para ele. Mas essa é a minha opinião, acho que é cedo para dizer que o sistema a pasto dele será sempre superior ao sistema confinado, por isso talvez ele ainda não opte por liquidar o sistema confinado. Tem também todo o trabalho de FIV e TE que ele faz talvez isso tenha alguma influência na permanência do free-stall.

Quando se quer pegar o caso Leitissimo como exemplo de custo usando toda a infraestrutura externa a produção de leite, que é apenas pela região que eles escolheram, também não é real, como você diz quanto aos sistemas confinados em regiões extremamente quentes. Temos aqui em Goiás sistemas a pasto, extremamente profissionais e que custaram muito menos que a Leitissimo, alguns já relatados pelo "Porteira Adentro" como é o caso do Zé Renato e do pessoal de Aparecida do Rio Verde, também os neozelandeses de Anápolis.

Quanto ao Edmar e o Marcello eles são ótimos criadores e selecionadores, quanto ao clima quente eles não podem ser referência já que o trabalho deles é apenas para seleção, acasalamento e venda.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Agora você já sabe como eu me sinto quando sou mal interpretado. Jamais disse que o sistema a pasto é coisa de amadores, mas, sim, que estaria retrógrado em virtude de tantos outros manejos mais desenvolvidos que ele.
Afirmo mais, todo o sistema que visa a produção de leite tem que ser profissional, seja ele de que modalidade for. Portanto, amadores jamais atingirão a expertise nesta atividade.
Por isso, coloquei que a discrepância entre os valores alcançados pelo José Renato Chiari não seriam devido à incompetência do gestor, mas, sim, estariam atrelados a outras causas, já que ele é extremamente profissional.
Mas, por lado outro, não os vejo como exemplo de superioridade entre um sistema e outro.
Devem, com certeza, estar atrelados aquilo que motivou vocês a optarem pelo confinamento: capacidades personalizadas da propriedade.
No que respeita a valores de benfeitorias num sistema de confinamento, estes podem estar apresentados com a motivação regional e, portanto, a variação de preços é natural. Só não podemos pegar o mais alto e achar que este é o usual. Cada caso deve ser analisado de per si, pois envolve características de terreno (que vão interferir, como já dissemos, por exemplo, na terraplenagem), disponibilidade de água (que vai ser conclusiva para os preços com a captação de fontes e mananciais diversos), volume de vento (que vai interferir na utilização ou não de redutores de temperatura - ventiladores, aspersores de água, ar condicionado) e tamanho do empreendimento (que determinará o custo dos galpões, a quantidade de animais e o maquinário necessário para sua viabilização).
Mesmo que levemos em consideração os valores mais elevados que são os seus, o projeto neozelandês da Bahia ainda é muito mais caro e menos produtivo que o confinamento integral que se montaria com o volume financeiro nele empregado.
Quanto ao debate, ele sempre leva ao conhecimento e é extremamente necessário que se lhe fomente. O choque de ideias, entretanto, não pode levar ao radicalismo, este sim a ser combatido.
Mas, não se preocupe: temos, ao fim, o mesmo ideal de ver a pecuária leiteira brasileira assumir o lugar de destaque que merece. Tomara que consigamos.
Mudando de assunto, estive, aqui em Juiz de Fora, com conterrâneos seus, de Bela Vista de Goiás, representantes da criação do Edmar Mamedes de Lima, com um gado holandês de altíssimo nível, que vieram participar da I ExpHOleite - Exposição de Gado Holandês de Juiz de Fora. Ainda dizem que gado holandês não se dá com clima quente (rsrsrs).
Andaram mais de mil quilômetros para participar. Que beleza!!! ESTÃO MUITO DE PARABÉNS.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Caro Guilherme,

Eu sei pelo muito estudo que fizemos que o modelo confinado é o melhor para a nossa propriedade por isso já temos o mesmo planejado e em execução. No nosso caso o relevo e o tamanho da área nos impede de partir para o SIPS no tamanho de projeto que queremos. E estamos em uma região que a terra esta extremamente cara, o que inviabiliza até vizinhos sojicultores não expandirem as áreas.

Quanto aos custos não estão tão discrepantes, pelo que vi do projeto de outros confinadores da AGCBRH dos quais tive acesso.

Faça uma simples pesquisa no MFRural e veja o valor do m2 e veja multiplique pelo projeto de free-stall padrão para 100 animais. Isso é simples. Eu mostrei valores que tenho o resto apenas colocou os valores em cheque mas não mostrou valores contrapondo o que digo.

Quanto a debater acho que é o intuito do forúm, não me leve a mal caso as vezes tenha parecido ríspido, isso é uma falha do meio escrito, que as vezes pode nos dar conotações diferentes do que o interlocutor deseja. Só faço os contra-pontos para quem diz que sistemas a pasto e sistemas semi-confinados são coisa de amadores e somente sistema confinado são profissionais. Só para citar um exemplo, nossa propriedade que usa o sistema semi-confinado atualmente, tem um manejo muito mais complexo e exigente que muito confinadores, uma dieta muito mais complexa e monitorada que muitos confinadores, processos financeiros muito ajustado, onde cada centavo de custo tem um correspondente em receita para que seja efetivado. Casos como do Zé Renato Chiari, que é um dos melhores produtores de leite do Brasil, tem tecnologias criadas por ele tanto no sistema confinado quanto a pasto que não existem em nenhum lugar do mundo.

Eu só faço o contra-ponto, parece que sou um dos poucos que ainda debatem com você e com o Ronaldo, para que o debate seja tentar tirar proveito das suas posições para enriquecer o debate.

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Eu não critico o José Renato Chiari, pois sei de sua capacidade. A única coisa que questionei é que, se a diferença de lucro entre os sistemas, como colocada pelo Gustavo, for verdadeira, alguma coisa há de errado de sorte que, se realmente isto acontece, por que ele (José Renato) estaria ainda confinando? Como profissional do setor, já teria migrado para o semiconfinamento, uma vez que "muito mais lucrativo", deixando a reclusão de animais de lado, não é mesmo?
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Caro Gustavo,

Pelo que conversei esse é o preço de galpão de vigas de concreto, com a metragem para o projeto padrão para 100 animais 1.500m2, com o pé direito necessário e lanternim, instalado. não acredito que o valor esteja fora, pode ser que esse preço esteja pressionado pelo aquecimento da construção civil.

Caro Guilherme,

A história do Zé Renato Chiari, como ele mesmo contou no vídeo e que já ouvi em diversas ocasiões. Ele estudou na UNESP Jaboticabal e após um tempo foi trabalhar na Agrindus pegando lá o conhecimento para o sistema confinado, técnicas de FIV e TE, ao sair de lá montou a SAMVET para prestar serviços de medicina veterinária, se aprofundou no serviço de FIV e TE. Junto com isso mudou para GO onde a familia comprou duas fazendas. Aqui começou o sistema confinado com uma estrutura muito interessante, com uma pista de trato e posterior construção de galpões laterais para as camas (Ele e o Jeová da Contenções Primavera-GO, são dois professor-pardal). Como sua familia tocava lavoura irrigada ele decidiu ao ver os projetos de pasto irrigado fazer um piloto dai onde nasceu o projeto semi-confinado. O projeto de gado a pasto irrigado do Zé Renato Chiari esta longe de ser um projeto simples, ele emprega toda a tecnologia que ele domina, usando padrões de conforto animal superiores a muitos confinadores brasileiros.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/10/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Eu é que não entendo porquê tanta celeuma em torno de um tema em que você, ao que tudo parece (até projeto tem) não é contrário, mas, ao mesmo tempo, insiste em dizer que o mesmo é muito caro, apresentando valores muito acima da realidade (veja a intervenção do Giovani Marcos Dinon neste sentido).
Todo projeto mal elaborado ou mal conduzido é muito caro, mesmo a pasto.
Com todo o respeito a seu tio, não é isto que as realidades demonstram no campo. Vamos aguardar para ver, depois de dez anos (que é tempo bastante prático para que problemas estruturais aconteçam, tanto no concreto quanto na madeira) se ele terá ou não razão. Por enquanto, o que se tem é sucesso.
Advirto, porém, que concreto, também "precisa de manutenção contínua". Faço manutenções todo o ano. Vamos aguardar.
Não sei onde coloquei "argumentos não diretamente relacionados" com os temas.
Você falou em valor de estrutura, argumentei que eles são menores que os custos dos pivôs centrais utilizados pelos neozelandeses.
Você falou de sistemas modulares, eu argumentei que os contínuos são melhores.
Você falou da madeira, eu me contrapus às suas ideias.
Você falou dos maquinários, eu demonstrei que, em muitos projetos, eles não são necessários (não que eles tenham que ser substituídos por versões criativas ou mais baratas, mas, sim, que elas existem e são adotadas, mas que devem ser encaradas como provisórias - há lugares, pelo clima, que nem de ventiladores se utilizam).
Desculpe-me mas, você, se tiver bom planejamento, nunca fará a construção inicial só para os número de animais que você pode ter no começo, mas, sim, sempre visando ao futuro, com o número de animais que você pretende ter ao final.
Eu fiquei com baias ociosas por um bom tempo, até completar o volume de animais que pretendia. Isto é questão de objetivo e de profissionalismo, que jamais pode faltar em qualquer empreendimento empresarial, como é uma fazenda de produção de leite.
Na ampliação de plantel, não precisei de gastar mais nada com estrutura.
Parece que quem desvirtua os debates não sou eu... (rsrsrs).
Os gastos com terraplanagem são os mesmos, tanto para sistemas modulares quanto para os contínuos. Toda ampliação além do projeto (seja para construir novos módulos, seja para aumentar o já existente) demanda revisão nas obras deste tipo, já que as áreas serão aumentadas e, portanto, o espaço físico alterado.
Rampas e muro de arrimo, muitas vezes, dependendo do tamanho, são mais caras que a mera terraplenagem.
O estudo preliminar de áreas supre qualquer destes dilemas - no meu caso, como utilizei de área já naturalmente plana, bastam apenas alguns ajustes no terreno (antes que você diga que eu disse que eles não precisam ser efetivados - rsrsrs), sem muito custo adicional.
Isto, também, é planejamento.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/10/2013

Prezado Gustavo: Toda esta discussão nasceu de um argumento meu de que o confinamento integral de bovinos de leite é um sistema universal, que pode ser implantado em qualquer parte do Globo (do deserto à neve), enquanto o pasto, não.
Todavia, para nosso deleite, partiu-se para uma comparação financeira de ambos os sistemas, com muitas lições de sucesso, de ambos os lados ( e que permanece até hoje, como se vê). Aprendi e aprendo muito com todos, já que nada sei a respeito de pecuária leiteira, sou eterno aluno.
Garanto a você que a situação descrita no "Porteira a dentro" não é tão simples assim, pois, se fosse, aquele criador não optaria pelos dois sistemas: estaria só semiconfinando, não é mesmo?
Claro! Com esta diferença de lucro, por que confinar? Melhor criar tudo a pasto, com suplementação, não é mesmo?
Daí não ser só gestão. Há algo mais...
Acertadas as suas palavras quando informa que ninguém quer ser um confinador ou um semiconfinador para ter prejuízos.
Não existe mais lugar para amadores no mundo econômico, seja em que setor for.
Pelo contrário, todos queremos lucro, mesmo aqueles abastados que estão na cadeia produtiva do leite por diletantismo e não são oriundos dela.
O universo gira em torno do lucro.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
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NETAO

BEBEDOURO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/10/2013

VAMO DEBATER E QUE ISSO MSM E EU ADORO SABER + SOBRE A ATIVIDADE LEITEIRA
FLAVIO SUGUIMOTO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/10/2013

Prezado Guilherme,

Não entendo se você faz de propósito ou é sua estratégia como advogado, ao refutar uma réplica você a faz não contrapondo-a mas vem com argumentos não diretamente relacionados, muitas vezes pegando a parte que menos importa no argumento.

Mas vamos lá...

Quando eu digo que conheço sistemas a pasto irrigado que não possuem tratores, não possuem pois não precisam realmente do mesmo. Não por que usam alternativas mais econômicas...

Quanto ao uso de madeira tratada, tenho um tio que é especialista em madeira, ele quem trouxe o ôfuro para o Brasil, e como engenheiro civil trabalha com diversos projetos de casas com estrutura ou inteiras de madeira. Conversando com o mesmo, ele disse que o custo ao longo da vida útil da madeira é bem mais caro que o concreto, já que a mesma precisa de manutenção continua.

Quando digo que o projeto que tenho é modular, é apenas que o layout é modular, ou seja, a cada 50 animais (na verdade 52 animais) o layout é repetido. É um dos layouts de free-stall mais usados no Brasil. Quanto ao galpão ele pode ser continuo chegando ao numero de animais que se deseja. Podendo ser montado para 50 animais e ir ampliando sem maiores problemas. Só falei que ele era modular para dizer que a área era a mesma a cada 50 animais. Assim o custo da estrutura de concreto e telhado era o dobro do que eu tinha para 100 animais caso quisesse colocar 200 animais que era o numero que a principio você colocou.

Tem um ponto caso a construção não sendo continua leva vantagem é a questão de terraplanagem, pois no caso de continuidade é necessário sempre realizar maior área de terraplanagem no mesmo nível, assim aumentando um pouco o custo final. No caso de dois galpões poderia se resolver com rampas e muro de arrimo...
GEOVANI

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2013

Ao colega que citou custo de concreto e barracão para 100 vacas. Seria interessante montar uma empresa que trabalhe com estrutura desse gênero em sua região, pelos números que você citou, seria altamente lucrativo. Talvez poderia ser importada tecnologia de outros estados, como aqui no Paraná, onde se consegue montar estrutura com custos bem menores que o que você citou. Poderia ser muito mais lucrativo nestes preços que produzir leite.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2013

Prezado Flávio Suguimoto: Há vários projetos que não se utilizam de maquinário para diversas tarefas.
Existem até soluções criativas, como o uso de animais de tração (carroças) para substituir o trabalho dos tratores e os suplementos são misturadas pelos empregados, na enxada, ao invés de utilizar-se o vagão misturador.
Só que os riscos destas variantes, no que pertine à economia de tempo e eficiência final do sistema, são grandes e, quando possíveis, devem ser evitadas, sempre levando em conta o peso do custo x benefício.
O mesmo se diz quanto aos sistemas de ordenha, mormente no que se diz das pesagens regulares de produção individual, quando muitas fazendas utilizam balanças, ao invés dos "milk meters" habituais, por simples economia, sem pensar no transtorno da mão de obra, no caso dos transferidores de leite, em que ainda se utilizam sistemas mais baratos, como balde ao pé e transporte manual do leite da sala para o tanque, em latões, sem se preocupar com a consequente queda de qualidade do produto e os riscos operacionais e ergométricos.
Tudo é válido, mas provisório e deve ser encarado como tal e, não, perpetrado como regra.
Somente divirjo quanto à utilização de madeira tratada na construção de galpões, porque já presenciei sistemas muito bem montados, em que este tipo de material tem utilização há mais de seis anos sem problemas (é o mesmo caso, a grosso modo, das famosas casas de madeira que tem durabilidade bastante consistente). Dá para encarar sem medo.
O grande problema é que, ao se utilizar os sistemas modulares, ao invés dos contínuos (meu caso) é este: para se ampliar tudo tem que ser refeito.
Na hipótese do sistema contínuo, como o meu, eu tomei a providência de destinar espaços para a ampliação da capacidade até o limite final do pretendido. Assim, antes de atingir ao volume desejado de animais alojados já possuía áreas destinadas a tanto. Por isso, sem grandes gastos e modificações, pude ir ampliando, pouco a pouco, o número de animais e, via de consequência, a produção, só com alguns ajustes, sem necessidade de ampliar a área do galpão.
Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO
ALFA MILK
FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
=HÁ OITO ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
www.fazendasesmaria.com

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