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Mão-de-obra: desafios para novos tempos

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2010

6 MIN DE LEITURA

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Há cerca de um ano atrás, na estréia do MyPoint (https://www.milkpoint.com.br/mypoint/11521/p_o_desafio_da_mao_de_obra_74.aspx), inauguramos nossa série de posts com um tema complicado: mão-de-obra. Ao longo do ano, diversas discussões surgiram sobre o tema com artigos e colocações interessantes no MilkPoint. Durante muitos anos acreditei em deteminados conceitos à respeito da maneira e forma de resolver problemas com mão-de-obra (qualificação) e seus conflitos diários (atividade programada x atividade não realizada). Atualmente, modifiquei radicalmente a maneira de se conduzir equipes e, aparentemente, temos encontrado melhores resultados.

Mão-de-obra sempre foi um desafio. Ok, correto. No entanto nada tão difícil como nos dias atuais. Afinal, o que está acontecendo? Por quê cada vez mais empregadores, técnicos e demais envolvidos com equipes de trabalho têm reclamado cada vez mais dos homens que executam o trabalho diário?! Acredito diferentes razões estão proporcionando desafios cada vez maiores para aqueles que trabalham e dependem da qualificação da mão-de-obra. Quando conversamos com especialistas de empresas que atuam no setor de qualificação da mesma, a solução para obtenção de resultados parece ser repetiviva e simples: treinamento + treinamento + treinamentos... hum..., certo, então quer dizer que se temos problemas com qualificação basta implementarmos, criarmos ou direcionarmos nossos funcionários para um programa de qualificação (treinamento) e, pronto! Temos um novo, motivado e preparado profissional para lidar com a atividade, pronto para assumir responsabilidades.

Não, o conceito acima não tem funcionado, na prática, muito bem. Inúmeros são so casos em que o produtor de leite (falando especificamente do nosso setor, claro), percebendo uma vontade, esperteza ou talento adicional de um determinado funcionário, acaba pagando (oferecendo) um curso de inseminação artificial. Meses após a conclusão do mesmo o, agora inseminador (e funcionário com qualificação adicional) deixa a propriedade. Vai para outra fazenda? Negativo. Muitas vezes vira frentista de posto de combustível, caixa de supermercado, entregador de cestas básicas, etc. Explore sua imaginação. São variáveis "mil".

A meu ver, passamos por uma era de transformações em nossa economia com reflexos significativos e atuantes no padrão comportamental daqueles envolvidos com o mercado de trabalho (profissionais, independente da natureza/setor/segmento). Comentamos no primeiro post sobre o assunto que hoje, não há (ou muito dificilmente) vínculos entre o empregado e o empregador ou entre funcionário e empresa/emprego/trabalho. Com a globalização e tempos de "real time" ou "anything you do now is online", criamos uma mentalidade "imediatista" de tudo que nos cerca. Quero fazer uma viagem para a Austrália. "Como é a Austrália? Não sei não conheço, ops! Peraí, deixa eu procurar na internet...hum, ok, tranquilo, pelo Google encontrei tudo. Ah, legal, quero ir para lá mesmo!". "Nossa, olha que moto legal! Nossa mas deve ser cara! Que nada, dá para financiar, com seu salário (e salário mínimo, mesmo que comprometa-o em 30% ou mais na parcela de um financiamento) em 48x!!"

Meus amigos, me desculpe. O trabalho deveria ser um promovedor de estímulo, de impulso, gerador, potencializador de ideais e vontades, mas quando tratamos de classes menos abastadas (emergentes) na atual sociedade, o trabalho (EMPREGO) deve oferecer muito, mas muito, para poder gerar qualquer força de vontade adicional para se atingir um determinado objetivo. A "suposta" mão-de-obra barata (https://www.milkpoint.com.br/default.asp?noticiaID=65956&actA=7&areaID=50&secaoID=124), mesmo se treinada para uma determinada função, hoje, está presa ao que pode e irá consumir com seu salário. Educação financeira, prosperidade, poupança???!, que é isso! O que importa é o aqui e agora. Como arrumar estímulo para um emergente (social) que, com um simple salário mínimo consegue comprar: carro, moto, geladeira, microcomputador, celular, microondas, ipod, etc... qual é o meio, o órgão regulador desta "bolha" que ainda não estourou? Como lidar com a idéia: "fulano, se envolva com seu trabalho, não perca hora, aproveite o treinamento que lhe dou gratuitamente, use regularmente seus EPI´s, tenha raça, honre a camisa da empresa porque, no final do mês, com algumas bonificações e horas extras, você conseguirar ser alguém, um dia na vida, ter sua família e criar bem seus filhos!" "Ser alguém na vida..."  expressão forte, mas e se o vulgo fulano "já for alguém". Eis a questão. Devido a baixa escolaridade e formação, a massa de manobra de hoje tem acesso mas não estrutura para lidar com a disponibilidade e facilidade de crédito. Isso a meu ver faz com que, cada vez, o trabalhador crie vínculo com uma carteira assinada (para ter como comprovar origem de renda) e não com os ideais ou propostas/metas da empresa que trabalha.

Temos exceções? Sim. Nossos melhores funcionários, os raros carregadores de piano ainda existem. Quase toda propriedade tem, pelo menos um. Quando não tem, passa por período de extrema dificuldade e problemas. Como melhorar, então?! Como estimular o pessoal? Como insinuei nas linhas anteriores, o modelo econômico atual é rápido e dinâmico. Tudo muda o tempo todo, cada dia. Anúncios na internet, televisão, promoções etc. Tudo tão distante (financeiramente falando) e perto ao mesmo tempo (difícil, mas possível de ser conquistado). Para mim, a logística do trabalho deve seguir a do mundo atual. Cada dia uma rotina, um serviço, uma dinâmica. Como?! Sim, cansei de montar equipes. Cansei de criar uma determinada função, para uma determinada pessoa, treiná-la e depois de 5 ou 6 meses de calmaria, começar tudo de novo. Quantas equipes passaram pela minha mão... O que faço hoje, vamos a um exemplo: "fulano você está vai começar trabalhando na limpeza das baias, ok? vai pegar um rodo ali e o Zequinha vai te ensinar a rotina". Passado 15 dias abordo o cidadão e digo: "fulano, você dirige ou já dirigiu trator?! Não?! Ah, só trator pequeno, puxando carretinha. Não tem problema, você esta semana vai trabalhar no dia, tal, tal e tal com Antônio, no trato, com o vagão, vai acompanhá-lo e aprender como funciona, como opera a balança eletrônica".

Minha gente, o mundo mudou. Claro que isso é impossível em determinadas regiões mais atrasadas do Brasil. No entanto, em diversas localidades tudo mudou. No passado havia 1 ou 2 marcas de geladeira, 3 grande fabricantes de veículos. A mão-de-obra do campo era analfabeta ou semi-analfabeta. Hoje, manipulam dvd´s, celulares, e tudo mais. Princípio Darwiniano, adaptados, e sobrevivendo como podem aos dias atuais. Podem não ser instruídos, são ignorantes, mas não são mais analfabetos, muitos são espertos e não podem ser menosprezados. Imagine se eu chegasse no fulano do exemplo anterior e dissesse: "meu caro, sua função e sina é ser rapador de b.... aqui na fazenda. Eu até melhoro seu salário daqui uns 6 meses se fizer sempre tudo direitinho, mas seu trabalho é este, sempre será!" Não dura 2 meses no serviço. Por anos tentei consolidar equipes. Fazer com que 3 ou 4 pessoas, por exemplo executassem sempre as mesmas tarefas. Hoje a dinâmica é outra. O cara carrega saco, capina, passa herbicida com pulverizador costal, toca vaca, faz o trato, auxilia no plantio, ajuda em tratos veterinários. Somente em segmentos muito delicados evitamos as mudanças. Tudo numa semana, de uma só vez?! Claro que não, mas em diferentes turnos passa a alternar sua rotina de serviço diária (isso não temos como mudar), com novos desafios. E qual é a grande vantagem disso tudo. Um trabalhador menos cansado, mais estimulado. Para o empregador, criar, monitorar e controlar tudo isso é complicado, com certeza. Mas é um modelo novo e com uma grande vantagem. Se um dia um bom funcionário resolve sair ou precisa ser demitido de uma função, haverá  outros à postos, substituindo-o sem maiores traumas.

Solução universal para o dia-a-dia neste segmento creio não existir. Diferentes formatações podem levar ao sucesso. Escolha ou crie aquela que melhor lhe servir.

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