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Silagem de grãos: desafios na alimentação de vacas leiteiras

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/03/2022

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 16/03/2022

A silagem de grão úmido tem um papel interessante na dieta. Conforme já foi destacado no texto anterior, a silagem de grão úmido é uma alternativa interessante de uso nas dietas em substituição ao grão seco de milho, uma vez que o processo de ensilagem promove um aumento na digestibilidade e acarreta em maior concentração de energia absorvida pelo animal quando comparado ao grão seco.

Mas como é a composição bromatológica destes alimentos? Difere muito os resultados de grãos úmidos para grãos reidratados?

Lembrando que conhecer a real composição de um alimento é fundamental do ponto de vista de garantir subsídio para formular uma dieta corretamente, não gerando falta ou excesso de nenhum nutriente necessário para o animal atingir seu desempenho.

Na avaliação da silagem de grãos úmidos, primeiramente, em comparação com os grãos secos, verifica-se uma composição bastante semelhante com exceção do teor de matéria seca (MS), que obviamente no grão úmido é menor (Figura 01).

Figura 01. Composição bromatológica de grãos úmidos e grão seco de milho. Fonte: Adaptado do NASEM 2021.

Além disto, quando comparamos o grão úmido com grãos reidratados, ambos de milho, percebemos que também existe uma certa similaridade, conforme indicado no compilado de trabalhos abaixo (Tabela 01).

Todavia, aqui cabe uma ressalva, estamos comparando trabalhos em que o material foi colhido no momento correto e/ou o procedimento de reidratação foi realizado de maneira adequada. Não seria possível comparação se os processos estivessem sidos realizados inadequadamente.

Tabela 1. Valores médios de matéria seca (MS), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e nutrientes digestíveis totais (NDT) de silagem de grãos úmidos e de grãos reidratados de milho de acordo com diferentes trabalhos em literatura

Entretanto, se fossemos comparar o grão de milho úmido com o grão de sorgo úmido teríamos uma discrepância maior (Figura 02).

Grãos de milho possuem muito mais amido, o que favorece uma maior concentração de energia por kg de MS. Por outro lado, grãos de cereais de inverno (Aveia, trigo, cevada), que possuem menor concentração de amido, mas sua Degradabilidade ruminal é maior do que milho e sorgo.

Figura 02.  Avaliação da composição de silagens de grão úmido de milho e de sorgo.

Com relação ao desempenho, de forma generalista, com a ensilagem promovendo maior fermentabilidade ruminal (maior aproveitamento) do grão úmido, há maior produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), principalmente o Propionato. O Propionato é o principal precursor de glicose, e quanto mais propionato produzido, mais glicose sanguínea, cuja presença vai impactar positivamente na produção de leite.

Um trabalho conduzido por San Emeterio et al. (2000) demonstra o impacto neste aumento de fermentabilidade ruminal sobre aspectos produtivos (Tabela 02), sendo que vacas recebendo grãos úmidos em relação a grãos secos tiveram uma produção de leite 4,6% maior.

Contudo, nem tudo são flores, o principal ponto de atenção no fornecimento da silagem de grão úmido é que ela pode causar acidose. A sobrecarga de amido altamente fermentável no rúmen gera uma maior produção de ácidos graxos de cadeia curta, os quais são responsáveis pela queda do pH ruminal com consequente morte de bactérias e protozoários.

A acidose pode afetar os bovinos em diferentes graus, levando em consideração a quantidade e velocidade de amido em excesso ingerido pelo animal, podendo causar diversos problemas no organismo.

Tal transtorno pode alterar a composição do leite, diminuindo os teores de gordura. Os resultados (Tabela 02) demonstram claramente que quanto mais aumentamos a Degradabilidade ruminal através de ensilagem e processamento (partindo do grão seco moído grosseiro para o grão úmido moído fino) mais reduzimos a gordura do leite. Ou seja, deixamos, o ambiente ruminal mais desafiado.

Isso ocorre, pois, excesso de carboidratos e consequente queda no pH ruminal, acarretam na bioidrogenação incompleta de ácidos graxos insaturados (ou seja, ácidos graxos insaturados continuam a ser insaturados), resultando na passagem de subprodutos intermediários para o intestino, os quais causam redução na síntese de gordura pela glândula mamária.

Tabela 2. Produção e composição do leite de vacas alimentas com grãos úmidos e secos e com dois tipos de processamento. Adaptado de San Emeterio et al. (2000)

 

Para as silagens de grãos reidratados os resultados ainda são incipientes, no entanto, em trabalho com vacas leiteiras, Bittencourt (2012) observou que o uso de grãos reidratados na dieta possibilitou os níveis de proteína do leite foram maiores e os de nitrogênio uréico no leite foram menores, indicando maior sincronismo durante a degradação do amido e formação de proteína microbiana, fato este extremamente benéfico.

Em suma, a silagem de grão úmido pode ser bastante benéfica para um sistema de produção quando bem utilizada. O seu uso impacta diretamente no desempenho animal, aumentando digestibilidade, eficiência e produção.

Entretanto, é importante ressaltar que, como todo alimento, a silagem de grão úmido deve ser inserida em uma dieta balanceada e formulada por um profissional capacitado, com seu uso ajustado de acordo com a necessidade dos animais e do manejo de cada fazenda.

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GUILHERME FERNANDO MATTOS LEÃO

Médico Veterinário e Dr. em Zootecnia (UFPR). Contato: (42) 9 9928-5109 dairy.innovationbrazil@gmail.com @dairy_innovation

NATHÁLIA BITTENCOURT RODRIGUES MARANI

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RAFAEL FREITAS

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/03/2022

Gostaria de saber mais sobre o silo de milho e cevada com ração
Para vaca leiteira
16 988301457
Rafael
FELICIO MANOEL ARAUJO

LAJINHA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 18/03/2022

Parabens a todos os idealizadores desta Materia nota 10 .

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