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O leite vira moeda no Ceará

POR FRANCISCO ZUZA DE OLIVEIRA

ESPAÇO ABERTO

EM 18/11/2019

1 MIN DE LEITURA

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Quando um produto agropecuário se torna muito importante para a economia de uma região, vira moeda de referência nas transações comerciais. É caso da soja no Oeste baiano onde o preço do hectare de terra, em função da sua localização, vale entre 40 a 600 sacas de soja .

No Ceará, o litro de leite começa a ser a moeda na compra de novilhas e vacas leiteiras, numa operação desburocratizada, já em execução, entre a indústria Betânia Lácteos, seus fornecedores de leite no Ceará e a Fazenda Flor da Serra (fornecedora das novilhas), visando repovoar o rebanho leiteiro que sofreu redução durante o último ciclo de secas, atendendo a uma demanda de produtores de leite que não conseguem crédito bancário oficial.

A primeira transação, baseada numa relação sólida entre a Betânia e os seus produtores de leite ocorreu nesta primeira semana de novembro, quando foram negociadas 56 novilhas prestes a parir, com 16 pequenos produtores de leite de Quixeramobim, Morada Nova, Limoeiro, Ibicuitinga, Alto Santo, Piquet Carneiro e São João do Jaguaribe.

Cada novilha, selecionada pelos produtores, com capacidade mínima de produzir 15 litros de leite por dia, foi negociada por 4.250 litros de leite. O produtor assina um contrato com a Betânia para pagar o débito durante 20 quinzenas, tendo dois meses de carência, tempo em que as novilhas estarão paridas e produzindo leite.

Nesse contrato, o produtor autoriza à Betânia a descontar do boleto de leite fornecido, quinzenalmente, 212,5 litros de leite até liquidar a conta. O valor correspondente a esse leite será repassado pela Betânia à fazenda fornecedora das novilhas.

A cadeia do leite no Ceará, entre 2006 e 2017, mostrou que responde positivamente economicamente, gerando renda (VBP) de R$ 742 milhões, a segunda maior do setor agropecuário, e socialmente, com 115 mil empregos diretos no campo, em 2017.

Vale considerar que, no Ceará, entre 2006 e 2017, com seis anos de seca, apesar de uma redução de 12% do rebanho bovino, a produção de leite cresceu 25%, motivado  pela tecnologia empregada no campo e pelo trabalho sério dos pecuaristas, com ganhos de produtividade por vaca por lactação, em torno 80%.

Portanto, na minha leitura, as instituições públicas e privadas realmente comprometidas com a economia agropecuária do Semiárido do Nordeste precisam 'trocar o chip' da mesmice e encontrar soluções inteligentes e desburocratizadas para viabilizar o desenvolvimento das poucas cadeias produtivas agropecuárias viáveis nesse sertão de secas recorrentes.

FRANCISCO ZUZA DE OLIVEIRA

Francisco Zuza de Oliveira, paraibano, Agrônomo pela UFPB e mestrado pela UNESP Jaboticabal SP
Iniciou a profissão na extensão rural na EMATER PB. Em Pernambuco, coordenou projetos de difusão de tecnologia na EMBRAPA SEMIÁRIDO e no IPA. Foi Diretor

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CHRISTIE GARCIA BARRETO

CONCEIÇÃO DE MACABU - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/11/2019

Seria uma boa iniciativa das cooperativas aderir essa forma de negociação.
LEONARDO SOUSA

PADRE BERNARDO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/11/2019

E uma boa iniciativa visando melhorar o rebanho??????
ALOISIO BASTOS

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/11/2019

Essa é uma boa informação! Uma vertente muito boa a ser seguida que promove o desenvolvimento social de uma região muito carente. É o Brasil das diferenças! Essa iniciativa devia ser seguida em todas as regiões do Brasil. Mas isso não é seguido no resto do Brasil. Principalmente do Sudeste para baixo e pro Centro, vejo grandes empresas e não produtores de Leite. Todas com capital próprio. Grupos de investimento. E os pequenos? Alto índice de inadimplência ao crédito Rural? É isso ou estou errado?

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