O Concurso Mundial do Melhor Queijeiro reuniu onze candidatos* representando 9 países no domingo, dia 2 de junho. “O ganhador é aquele que vai representar o melhor 'cheesemonger' do mundo” disse o presidente do concurso Rodolphe Le Meunier na abertura do evento.
Evert Schonhage (Holanda, 1º), Virginie Dubois (França, 2º) e Hiriko Susuki (Japão, 3º). Foto: Débora Pereira/SerTãoBras.
Cheesemonger é o termo inglês para o profissional, produtor ou comerciante de queijo com todas as competências teóricas sobre fabricação, cura, conhecimentos gerais e criatividade para montar obras artísticas queijeiras queijeiras. Eu participei como jurada, primeira vez que um brasileiro entra no júri deste concurso.
“Em inglês, 'Monger' significa aquele que promove algo geralmente relacionado com atividades ilegais ou problemáticas… O uso de cheesemonger faz uma brincadeira com isso, com nossas dificuldades para promover um produto tão querido e perseguido ao mesmo tempo”, explica Fernando Carvalho de Almeida, pesquisador e membro da SerTãoBras.
Alguns queijos de massa mole muito curados não resistiram e derreteram. Foto Débora Pereira/SerTãoBras.
Em um dia de forte calor, os candidatos enfrentaram um programa muito denso e rítmico de 8 às 18h para concorrer ao troféu e aos prêmios de 2.500, 1.500 e 750 euros.
Os vencedores foram Evert Schonhage, comerciante da Holanda em primeiro lugar, Virginie Dubois da França em segundo e Hiriko Susuki do Japão em terceiro.
Conheça as provas do concurso:
- Prova de múltipla escolha com 20 perguntas, com questões desde a identificação de raças de vacas, quanto, por exemplo, qual a família tecnológica do Altenburger zienenkäse, queijo de denominação de origem alemã que é uma massa mole de casca florida;
- Degustação às cegas de 10′ para provar e identificar 4 queijos com denominação de origem protegida sem a casca;
- Teste de corte de 5′ para cortar 4 partes de 250g, usando lira, fio ou faca, de queijos fornecidos pela organização que serão descobertos na hora;
- Apresentação oral de 5′ para apresentar o queijo do seu coração ao júri, único momento que os candidatos podem se comunicar com os jurados;
- Prova de habilidade culinária com um queijo fornecido na hora, que deveria ser harmonizado com alimentos;
- A prova final foi uma mesa de queijos sobre o tema “A originalidade artística do Queijeiro“, com alianças de sabores e a preparação de uma receita culinária fria usando um queijo com casca lavada.
Queijo luminoso, da obra da francesa Virginie Dubois. Foto: Débora Pereira/SerTãoBras
Dois recordes mundiais foram quebrados no evento. A maior mesa de queijo do mundo, com mais de mil variedade e 3 toneladas de queijos que foram degustadas por 1.600 visitantes e uma exposição que reuniu mais de 300 potes de leite. Ambos os registros devem estão sendo incluídos no Livro de Recordes do Guinness.
Escultura de queijo representando os moinhos da Holanda. Foto: Débora Pereira/SerTãoBras
Queijeiro Andrew Moulton (Canadá). Foto: Débora Pereira/SerTãoBras
(*) Andrew Moulton (Canadá), Aurore Ghigo (Nova Zelândia), Cesar Olivares (México), Eunju Kim (Coréia), Evert Schonage (Holanda), Hiroko Suzuki (Japão), Jordan Edwards (EUA) , Nick Bayne (Grã-Bretanha), Rory Stamp (EUA), Tomoko Kasseki (Japão), Virginie Dubois-Dhorne (França).
As informações são do blog Só Queijo, de Débora Pereira, para o Estadão.