Na reforma de pastagens, o produtor prepara o solo, implanta medidas de conservação, corrige e aduba o solo e semeia a planta forrageira. Durante a recuperação, a pastagem é revitalizada por meio da adubação e correção do solo, do controle de plantas daninhas e da adequação do manejo da planta forrageira.
O controle de plantas daninhas em pastagens pode ser feito de várias formas. O mais comum é a roçagem, manual ou mecanizada. Esse método, no entanto, é pouco eficaz para plantas que apresentam capacidade de rebrota (ex: leiteiro, assa-peixe, camará, etc). Nesses casos, a alternativa seria a aplicação de herbicidas.
As relações entre os valores dos produtos pecuários (carne e leite) e os insumos agrícolas (fertilizantes, herbicidas, combustível e sementes), devem ser constantemente analisadas. Certas ações dentro dos sistemas de produção podem ser corretas e economicamente mais interessantes ou não, dependendo do custo dos insumos.
No último ano, o custo dos herbicidas aumentou bem mais que o produto agrícola, chegando a inviabilizar a recuperação do pasto em áreas muito infestadas. Da mesma forma, assistimos a um aumento considerável dos fertilizantes, principalmente os nitrogenados.
A Tabela 1 apresenta a avaliação de custos de uma área em reforma e de três sistemas de recuperação. As áreas em recuperação se diferenciam devido ao grau de infestação de plantas daninhas. Áreas mais infestadas são aquelas onde ainda é possível se fazer a recuperação, pois, mesmo devido ao alto grau de daninhas, o stand da forrageira ainda é bom. Nesse caso, o controle das plantas daninhas deve ser via foliar e também no toco. Áreas com grau de infestação médio, são aquelas onde é possível a recuperação apenas com a aplicação foliar. Áreas com grau baixo de infestação, são aquelas que praticamente não apresentam plantas daninhas e que, apenas uma recuperação química é suficiente.
Tabela 1. Custos de recuperação de pastagens diante do grau de infestação de daninhas comprado à reforma da pastagem (valores em reias).
Nota-se que as áreas de maior infestação de plantas daninhas não são viáveis de serem recuperadas, pois seus custos são maiores que a própria reforma. Entretanto, deve se ressaltar que áreas declivosas, sujeitas a erosões e com impedimentos físicos (solos rasos e com pedras) sempre serão áreas de recuperação. Nelas, a reforma deve ser evitada ao máximo. Nesses casos, o custo é menos importante.
Comentário dos autores:
Para decidir se irá reformar ou recuperar o pasto, o pecuarista deve se basear tanto em informações técnicas quanto na análise econômica do processo como um todo. Essa análise deve ser feita sempre que se for começar a trabalhar em uma nova área, pois tanto o preço dos insumos quanto as condições dos pastos (nível de infestação e tipo de planta daninha) podem ser alterados.