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Superovulação de doadoras de embriões em tempo fixo

Por Leandro Francisco Gofert1

Antes do uso da ultra-sonografia na avaliação ovariana, a compreensão da fisiologia do desenvolvimento folicular, durante o ciclo estral de vacas, era bastante limitado, inclusive com alguns conceitos errôneos.

O conceito de desenvolvimento folicular em ondas não existia, nem se sabia que determinadas vacas durante o ciclo estral desenvolviam duas ondas, enquanto outras três e até quatro ondas de crescimento folicular.

Resultava dessa falta de conhecimento uma variabilidade grande na resposta de vacas submetidas a protocolos de superovulação, havendo animais que respondiam bem aos protocolos, enquanto em outros as respostas eram baixas ou nulas.

Sabe-se hoje que, aplicações de FSH, mesmo em altas doses, aplicadas após a instituição da dominância de um folículo sobre os demais podem não gerar ovulações múltiplas.

Além disso, como não existiam técnicas e fármacos para sincronizar o início da foliculogênese, dependia-se da observação de cio da doadora para se iniciar um protocolo de superovulação. Isso dificultava a programação das coletas por parte do técnico e um baixo aproveitamento deste.

As doses de FSH utilizadas em superovulações eram maiores, pois como nem sempre se aplicava o hormônio no momento mais favorável (na emergência da nova onda folicular), tentava-se compensar essa deficiência com doses maiores.

No entanto, essas dosagens elevadas provocavam uma proporção maior de efeitos colaterais, com maior incidência de cistos ovarianos e alterações hormonais, muitas vezes produzindo infertilidade transitória em animais de alto valor.

Desenvolvimento de novas técnicas:

Com a compreensão da dinâmica folicular e do desenvolvimento de novos fármacos, capazes de interferir no ciclo estral, foi possível obter-se um maior controle sobre a fisiologia ovariana e, com isso, técnicas mais modernas e efetivas de superovulação foram desenvolvidas por vários pesquisadores e rapidamente adotadas pelos técnicos de campo, em vista dos resultados superiores que proporcionam.

Sincronização da emergência da onda folicular:

A sincronização do início da nova onda é essencial para que apliquemos o FSH no momento mais adequado, evitando variações de resultados.

Existem três modos de se obter essa sincronização:

 

 

  • Induzindo a ovulação do(s) folículo(s) presente(s) mediante aplicação de GnRH e dessa forma uma nova emergência ocorrerá em cerca de 1,5 dia.




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  • Indução de atresia do(s) folículo(s) presente(s) no ovário mediante associação de estrógeno e progesterona, ocorrendo uma nova emergência em cerca de 4,3 dias.




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  • Aspiração de todos os folículos por meio de punção guiada por US, com nova emergência em cerca de 1 dia.

Os melhores resultados são obtidos pela associação de estrógeno (Benzoato de Estradiol) com progesterona (Dispositivos de liberação lenta), pois seus resultados são mais homogêneos e seu custo mais baixo que as demais técnicas.

Adequação das doses de FSH:

Com a sincronização da emergência folicular, temos a condição de iniciar a aplicação do superovulatório no momento mais adequado, estimulando um número maior de folículos a crescer. Com isso, os resultados obtidos utilizando as doses anteriormente preconizadas, eram de estimulação excessiva, indicando que doses menores seriam mais adequadas.

Experimentos foram desenvolvidos nesse sentido e chegaram a conclusão que, doses cerca de 50% inferiores ao que se utilizava então, produzem a mesma resposta, porém, com uma diminuição representativa de efeitos colaterais (cistos, embriões degenerados, estruturas não fertilizadas, etc).

Um detalhe importante a citar é a qualidade do FSH utilizado para superovulação. Pesquisadores mundialmente importantes na área de Transferência de Embriões são unânimes em afirmar que o superovulatório deve conter quantidades de contaminação por LH inferiores a 10% para que este hormônio não interfira na qualidade embrionária (gerando grande número de estruturas degeneradas).

Produtos com índices maiores que 10% de contaminação por LH se caracterizam por interferir desfavoravelmente no crescimento folicular, sua influência sobre a estrutura dos folículos (principalmente nos receptores da camada granulosa) pode induzir uma luteinização precoce dos folículos e degeneração dos oócitos, bem como, diminuição da resposta à ovulação, com a formação de cistos foliculares. Desta forma, mesmo gerando boa estimulação ovariana, esses produtos geram menores médias de estruturas viáveis, se comparado a hormônios mais purificados.

Sincronização da ovulação:

Existem alguns hormônios que aplicados no momento certo, induzem a ovulação em vacas, podendo citar: Estrógenos, GnRH, HCG e LH.

Estrógenos não são indicados em vacas superovuladas (gerariam hiperestimulação estrogênica, pois os níveis nesses animais já são altos devido à produção pelos folículos ovarianos).

O GnRH induz a liberação endógena de LH de forma sincronizada e concentrada, permitindo trabalhar-se com inseminação em tempo fixo, mas essa liberação é dependente do aporte de LH existente, que nem sempre é suficiente quando falamos em ovulação de muitos folículos.

O HCG simula a atividade biológica do LH, mas sua farmacodinâmica difere um pouco, pois, como tem longa duração de efeito, não atinge um alto pico de concentração sanguínea, como ocorre na ovulação induzida por LH.

A ovulação de doadoras, induzida através do uso de LH exógeno, apresenta algumas vantagens, quando comparada à ovulação induzida por outros hormônios:

 

 

 

 

  • Apesar de exógeno tem atividade biológica igual ao LH da própria vaca.

  • Provocamos a ovulação simultânea de todos os folículos presentes no ovário.

  • Obtemos menor possibilidade da formação de cistos foliculares, já que garantimos um aporte suficiente de LH, independentemente do aporte endógeno.

  • Obtemos uma melhora significativa na qualidade e padronização dos embriões.

  • Pela melhor qualidade dos embriões, obtemos uma melhor taxa de prenhez quando transferimos a fresco e uma maior proporção de congeláveis, se esse for nosso objetivo.

Idealização de protocolos:

Baseado nos conceitos expostos até aqui, os protocolos mais modernos de superovulação baseiam-se nos seguintes princípios:

1) Sincronização da emergência folicular (BE + Disp. Progesterona).

Vantagens proporcionadas:

 

 

 

  • Independência da observação de cio na doadora para iniciar um protocolo.

  • Melhor produtividade do técnico, com o planejamento das coletas.

  • Aplicação do superovulatório no momento ideal, gerando melhores respostas.

2) Diminuição da dose de FSH exigida para o processo superovulatório.

Vantagens proporcionadas:

 

 

  • Melhora da qualidade dos embriões.

  • Menor proporção de efeitos colaterais nas doadoras.

  • Economia de custos da superovulação.

3) Indução da ovulação.

Vantagens proporcionadas:

 

 

  • Maior qualidade embrionária, com melhores índices de prenhez.

  • Melhor aproveitamento do sêmen, diminuição de estruturas NF.

  • Diminuição da incidência de cistos ovarianos pós-coleta.

  • Inseminação em tempo fixo, independendo de eventuais falhas de observação de cios.

Conclusões finais

A tecnologia de superovulação de doadoras em tempo fixo veio para melhorar a produtividade da transferência de embriões. Na produção de embriões, no aproveitamento do profissional ligado à técnica e na eliminação da necessidade de observação de cios.

Em vista disso, sua utilização está disseminada entre os melhores profissionais de reprodução bovina.

____________________________________________
1Médico Veterinário, Depto. Técnico Tecnopec.

 

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NUNO MOREIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/03/2008

boa tarde gostaria de saber qual a dose em UI de FSH mais utilizada em SPO de vacas holandesas usando um protocolo com implante e BE ?
ANTÔNIO CÉSAR FERNANDES

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/09/2005

Poderíamos, ao invés de associação progesterona/estrógeno, usar progesterona/gnrh?



Neste caso, se a emergência de crescimento folicular ocorreria em 1,5 dias, a inovulação deveria ocorrer 1,5 dias após o implante com progesterona?





Resposta do autor:



O problema é que com o GnRH vai ocorrer ovulação, e ao se iniciar o FSH 1,5 dias depois, provavelmente o corpo lúteo não será responsivo no dia da prostaglandina.

Por isto da preferência do protocolo com Estradiol mais progesterona.



Um abraço, Zequinha.

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