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Fontes de Staphylococcus aureus em rebanhos leiteiros com alta prevalência de mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 01/07/2011

3 MIN DE LEITURA

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Na maioria dos países, a bactéria S. aureus é a principal causa de mastite, com prevalência média de 20% das vacas. Este microrganismo é considerado contagioso, o que indica que o úbere é a principal fonte de infecção e a transmissão do agente entre as vacas ocorre principalmente durante a ordenha.

Desta forma, fica evidente porque as principais medidas para reduzir a transmissão da mastite causada por S. aureus tem sido focadas na melhoria da rotina de ordenha (linha de ordenha e pós-dipping). Além disso, outras medidas de controle amplamente recomendadas para rebanhos-problema (com alta prevalência de S. aureus) são o tratamento de vaca seca e o descarte de vacas com mastite crônica. No entanto, o emprego destas medidas (isoladamente ou em conjunto) nem sempre tem eficácia para prevenir novas infecções, o que indica que possam existir outros reservatórios deste agente dentro do sistema de produção.

Estudos anteriores com o emprego de técnicas de biologia molecular indicam que outros reservatórios de S. aureus podem ter contribuição significativa para aumento da transmissão de novos casos de mastite causados por este agente, tais como: lesões de pele e tetos das vacas, mãos dos ordenadores e teteiras contaminadas. Recentemente, pesquisadores suecos buscaram identificar se outros reservatórios de S. aureus em rebanhos-problema podem ser fontes importantes deste agente.

Foram estudados 5 rebanhos leiteiros com histórico de alta prevalência de mastite causada por S. aureus, dos quais foram feitas coletas de amostras para isolamento e identificação de S. aureus, tanto das vacas em lactação (amostras de leite dos quartos mamários e lesões da região do jarrete), do ambiente, das vacas secas e de animais jovens (bezerras de 0-3 meses, novilhas de 4-12 meses de idade). Além da identificação, as amostras foram avaliadas por técnicas de biologia molecular para caracterização de cepas específicas, predominantes dentro de cada rebanho. Este tipo de análise permite identificar se a cepa de S. aureus causadora de mastite é geneticamente semelhante às demais cepas presentes em outros locais.

Os rebanhos estudados apresentaram média de 60 vacas em lactação e produção média de 9.000 kg de leite por lactação. O total de amostras coletadas foi de 3727, sendo 757 de quartos mamários infectados, 1811 de amostras da pele (região do jarrete), 902 do ambiente e 250 de outros locais. Do total de vacas analisadas, 27% das vacas e 11% dos quartos estavam infectados com S. aureus, sendo em alguns rebanhos este índice atingiu 50% das vacas.

Os resultados do estudo indicaram que as mesmas cepas de S. aureus isoladas em amostras de quartos infectados foram também frequentemente isoladas de lesões da pele, nas amostras coletadas no ambiente, e em menor proporção nas amostras de animais jovens. Um importante resultado foi a identificação de que as lesões da pele na região do jarrete de vacas confinadas é um importante reservatório de S. aureus em rebanhos leiteiros com alta prevalência do agente. Uma das possíveis razões para a elevada ocorrência de S. aureus em lesões de jarrete é a ocorrência de vazamento de leite contaminado de quartos mamários infectados, durante o período nos qual o animal fica deitado sobre a cama. Este leite contamina a cama das vacas e consequentemente a pele desta região.

A presença de S. aureus em bezerras em idade de aleitamento pode ter como origem o leite contaminado usado para alimentação das bezerras, as quais podem transmitir entre si o agente por meio da mamada entre bezerras. Este mecanismo de transmissão pode ser uma das origens de ocorrência de novos casos de mastite em novilhas, cuja manifestação somente ocorre no pós-parto. Sendo assim, os resultados do estudo podem ajudar a explicar a dificuldade de controle e prevenção da mastite causada por S. aureus em rebanhos com alta prevalência. Isso ocorre, pois, além da baixa resposta ao tratamento, existem diferentes fontes e reservatórios do agente.

Fonte: Journal of Dairy Science, vol. 93, p 180-191, 2010.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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FERNANDO SERGIO BATISTA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2019

O que pode causar aumento da glandula mamaria de vacas em lactaçao sem dor ou alteraçoes aparentes no leite?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/09/2019

Prezado Fernando, veja a resposta anterior. Aumentos da glândula mamária podem ocorrer por inchaço (mastite), ordenha incompleta ou trama físico. Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/09/2019

Veja a resposta anterior, Marcos Veiga
FERNANDO SERGIO BATISTA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2019

Sou veterinario na regiao de Sete lagoas Mg e tenho uma pequena produçao de leite , sao 35 vacas em lactaçao com produçao de 520 litros por dia, a cerca de 12 dias atras 10 vacas apresentaram aumento da glandula sem dor , sem altecoes no.leite como glumos e no teste de cmt apresentaram negativo.O leite ate aumentou a quantidade.Isto ocorreu na ordenha da manha e a tarde estava tudo normal.Hoje aconteceu novalmente só que um numero bem maior de vacas com queda da produçao.sem glumos , sem dor.Nao usei nenhum medicaçao.Pode me ajuda Professor Marcos Veiga Santos?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/09/2019

Prezado Fernando, os sintomas de mastite clínica são alteração do leite (grumos, leite aquoso) OU inchaço no úbere. Sendo assim, aumento de volume do úbere pode ser indicativo de mastite clínica (neste caso seria interessante primeiramente excluir se é infecção ou não, pois é a principal causa). Como não há outras alterações, somente é possível identificar se é uma infecção intramamária por meio de cultura microbiológica do leite, para depois dos resultados tomar uma decisão de tratamento com antibiótico intramamário ou anti-inflamatório não-esteroidal. Não se recomendaria usar CMT para avaliar se é mastite clínica (confirmar diagnóstico), pois o CMT é um teste para mastite subclínica. Atenciosamente, Marcos Veiga
Atenciosamente, Marcos Veiga
EM RESPOSTA A MARCOS VEIGA SANTOS
FERNANDO SERGIO BATISTA

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/09/2019

Muito obrigado., hoje ja estavam normais com produçao de leite normal , se fosse mamite clinica nao iriam desaparecer o inchaço de uma hora para outra.A respeito do teste cmt , realizei hoje somente dois animais apresentaram positivos.os outros negativos.Nao pode ser da raçao , algum produro mineral usado em excesso?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/02/2012

Prezado Eder,



As vacinas contra mastite por S.aureus e coliformes devem ser usadas como ferramentas auxiliares, pois não substituem as demais medidas de controle. Tradicionalmente,  a eficácia da J5 (contra coliformes) é de cerca de 70% de redução de casos clínicos contra coliformes, enquanto a eficácia contra S. Aureus é de cerca de 60%.



Minha opinião é de que se no rebanho em questão houver ocorrência de mastite por um destes agentes, em alta prevalência, a vacina pode ser uma ferramenta auxiliar, mas não se pode esperar que o uso da vacina seja a principal medida de controle.



Atenciosamente, Marcos Veiga

MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/02/2012

Prezado Paulo,



Não houve ainda um estudo que tenha avaliado o uso de desinfecção dos jarretes como medida de controle. Sendo assim, eu não recomendaria uma medida como esta pois não se pode garantir que isso traga benefício. Em teoria, o uso de desinfecção poderia auxiliar, mas não conheço um estudo que tenha avaliado diferentes  produtos, doses e formas de aplicação. Eu não recomendaria este tipo de medida sem um embasamento de estudos.



Atenciosamente, Marcos Veiga

MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/02/2012

Prezada Kamila,



Esta é uma pergunta muito difícil de responder pois tem várias implicações e possíveis interpretações. Vamos às possibilidades:

1)     Tecnicamente, o mais recomendável em termos de  leite para aleitamento de bezerras é a pasteurização do leite antes do fornecimento, o que eliminaria as bactérias patogênicas (incluindo o S. Aureus). No entanto, isso é impraticável na maioria das fazendas. Neste caso, se o leite for pasteurizado, poderia ser fornecido para aleitamento o leite proveniente de animais doentes. O único problema seria a presença de resíduos de antibióticos, o que é um fator de risco para desenvolvimento e aumento de resistência bacteriana aos antibióticos.

2)     Pode-se argumentar, por outro lado, que todo o leite, independentemente de ser ou não de vacas sabidamente doentes pode ter a bactéria, pois o leite usado para aleitamento geralmente vem de um rebanho que tem entre 30 e 40% de vacas com mastite subclínica. Estas vacas estão liberando S. Aureus no leite, mesmo sem alteração visual. Em outras palavras estamos fornecendo leite com S. Aureus na maioria das vezes que é feito o aleitamento.

3)     Considerando estas duas questões levantadas acima, o fornecimento de leite de vacas sabidamente com mastite gera um risco de novas infecções e do desenvolvimento de resistência bacteriana (quando vier de vacas tratadas) e deve ser evitado, no entanto, este risco ocorre mesmo para o leite das vacas com mastite subclínica.



Atenciosamente, Marcos Veiga

EDER GHEDINI

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL

EM 07/02/2012

Olá Professor!

Com respeito ao protocolo vacinal recomendado por um laboratório de referência mundial no controle de mastites causadas por S. aureus e E. coli e se for de seu conhecimento, qual a eficácia na sua adoção, em que momento observariamos o auge da sua eficiência  e em sendo utilizado a princípio observaríamos uma maior incidência de casos devido a uma reação vacinal?

Com relação a desinfecção de ambientes, quais produtos poderiam ser utilizados?

Obrigado
PAILO ATHAYDE DE FREITAS GO ÇALVES

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/10/2011

Professor !





Considerando a identificação de S.aureus em lesões na região do jarrete(pele) um resultado importante , uma assepsia nesta região nos animais em lactação em intervalos regulares seria uma medida preventiva, e este manejo justificaria esta mão de obra a mais na propriedade?


E qual seria o produto indicado (detergente+ antisséptico) para região do jarrete?
KAMILA AMARAL RODRIGUES DA CUNHA

PASSOS - MINAS GERAIS - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 06/07/2011

Ola Professor!

Diante da afirmação do último parágrafo, você recomenda ou não, a utilização de leite de vacas positivas para aureus para as bezerras?!

Obrigada
Kamila

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