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As dificuldades do produtor em buscar assistência

MARCO AURÉLIO FACTORI

EM 28/08/2018

4 MIN DE LEITURA

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Senhores e senhoras, meus cumprimentos. Hoje vamos conversar um pouco sobre dificuldade em buscar assistência. No artigo anterior escrevemos um pouco sobre uma situação que passei nas minhas assistências na escolha de volumosos pelo produtor. Na ocasião discorremos sobre a escolha por silagem de milho ou sorgo como volumoso.

Certa vez eu estava defronte ao computador e me deparei com perguntas simples sobre taxa de lotação. Na ocasião me perguntaram quantos animais suportavam uma área de Mombaça em certa situação de manejo. Relutando para responder, com muito receio de sub ou superestimar os valores de lotação, respondi a este questionamento com algumas ressalvas. Sabe por que pessoal? Pois bem. Por que será que o produtor tem dificuldade em buscar informação? Muitas informações custam. Outras não custam e podem ser acessadas a qualquer momento. No entanto, a busca por elas me parece ser o maior problema.

assistência técnica para produtores de leite

Em nossas palestras ou aulas eu digo sempre que o agricultor está 30 anos na frente do pecuarista. Isto não é ofensa e sim constatação. O agricultor busca pelo conhecimento diretamente porque na maioria das vezes ele vive da atividade. Muitos pecuaristas, a meu ver, ainda tem a atividade como de “fim de semana”.

Logicamente que não estamos generalizando, pois, temos neste grande Brasil pecuaristas especializados. Mas confesso: tem que existir mais. Aquele pecuarista que busca a informação, não erra, ou erra menos. Ele, ao buscar informação acrescenta em sua vida, experiência. Dizem que quanto mais experiência, mas eficácia. Concordo plenamente.

Nas minhas andanças pelas propriedades rurais me deparei com um fato interessante. Em certo dia fui contratado para passar uma receita do fornecimento de cana com ureia. Basicamente, colocamos a dosagem de 1% de ureia que se dilui em água e mistura-se em certa quantidade de cana fresca. Quero só ressaltar que hoje não nos preocupemos com a receita e sim com a história. Pois bem. Ao fazer isto, com esta proporção de mistura, garantimos que o animal não se intoxicará, pois ele não comerá a quantidade suficiente de cana com ureia a ponto de o levar a óbito - sem considerarmos ainda que no processo exemplificado, temos ainda um tempo de adaptação para que não haja problemas.

Agora vamos ao ponto chave. Na época uma pessoa veio e disse assim: adicione também a mesma mistura de ureia na silagem de milho para melhorar o teor de nitrogênio (proteína da dieta do animal). E foi feito, não por mim, mas pelo produtor. Resultado: morte de animais. E por que isso ocorreu? Foi pelo simples fato de que o animal consegue comer uma maior quantidade de silagem por dia e com isso, ingerindo mais, comeu mais ureia e, por isso, veio a morrer.

Senhores me desculpem, mas produtor de final de semana faz isso. Produtor nato não faz isso. Produtor nato é aquele que faz conta e sabe que não pode perder. Produtor nato é aquele que sabe que tem que fazer certo. Produtor nato é aquele que faz o correto para não se arrepender. Produtor nato é aquele que busca a informação antes de fazer.

Por isso senhores, venho aqui para incentivar você - produtor - a perder o medo de buscar informações. Perca o medo de saber mais. Também sei que muitos ainda estão enraizados a saberes antigos que são importantes. Muitas vezes, alguns casos que 'vovô me contava' ainda me ajudam a explicar muitas coisas. Voz da experiência sempre ajuda. Porém, hoje quero ressaltar que se não buscarmos coisas novas, estamos fazendo as velhas ainda. Só que guarda-roupa com roupa velha não tem espaço para as novas.

"Produtor nato é aquele que faz conta e sabe que não pode perder. Produtor nato é aquele que sabe que tem que fazer certo. Produtor nato é aquele que faz o correto para não se arrepender. Produtor nato é aquele que busca a informação antes de fazer".

Se você conseguir me entender, eu digo que não precisa jogar todas as roupas velhas. Vá aos poucos reformando seu visual. Aos poucos busque dados novos, animais mais adaptados, culturas mais atualizadas ou ainda atualize as velhas culturas sempre utilizadas. Vovô plantava milho e produzia três toneladas por hectare. Hoje facilmente se consegue 10 toneladas de milho seco por hectare. Vovô dizia que foi a um campeonato de produtor de leite e quando o ordenhador acabou de ordenhar a vaca (manualmente) em uma lata de 20 litros, elevou a lata e mostrou para os juízes, os quais premiaram o animal. Hoje, as vacas produzem facilmente duas a três vezes mais. Hoje não se usa mais lata, comercialmente falando, e também não se ordenha as vacas manualmente na proporção de antes.

Sei que a informação também custa. Não sou eu quem fala ou escreve isso. Mas se é caro a informação, vocês não imaginam o quanto custa o erro em função de não buscarmos a informação correta. Mas, temos por este Brasil excelentes técnicos. Excelentes cursos e excelentes faculdades. Vá até eles. Pergunte, questione e pague se precisar. Muitas vezes o custo da informação fica mais barato que arrumar o erro.

Um convite a todos: vamos buscar novas informações? Chega de achar que é isso ou aquilo. Vamos atrás do correto. Copiar algo é às vezes multiplicar o erro. Pensem nisso.

MARCO AURÉLIO FACTORI

Consultor, Factori Treinamentos e Assessoria Zootécnica.

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MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/04/2019

Prezado Gilmar.

Obrigado pelo comentário. Caso precise de assistência técnica entre em contato pelo e-mail: mafactori@yahoo.com.br
Att. Marco Aurélio Factori
GILMAR RODRIGUES DE ARAUJO

EM 18/04/2019

Parabéns,pelas matérias pois ao ler as mesmas me deparei com varias situações que estou vivendo.
Estou preparando um sitio de 5 alqueires na região de TEÓFILO OTONI MG,no qual pretendo criar umas 15 vacas de leite,porém fui criado na roça mas estou á 25 anos morando na grande SÃO PAULO e naturalmente estou muito desatualizado, e estou lendo,estudando tudo que estiver disponível pois na minha cidade é complicado encontrar assistência técnica disponível,e neste caso para o pequeno produtor com o custo fica impossível o acesso a estes profissionais.
MARCIO GREGÓRIO ROJAS DOS SANTOS

MARINGÁ - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 29/08/2018

Professor, parabéns pelo texto e compartilhamento da vivência conosco. Estou começando agora na área de gestão de sistemas de produção de leite, e já pensando em fazer uma segunda graduação ou cursos da área de psicologia/sociologia para auxiliar no meu trabalho, onde encontro situações bem complicadas, que poderiam ser melhores desenvolvidas por esse "simples" fato: conhecimento e aceitação do pecuarista para aceitar orientação técnica!
ROSANE

SEROPEDICA - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/08/2018

Achei o texto excelente, chamando a atenção para um ponto que vejo acontecer com frequência, mas difícil de mudar na prática.
CLEITON ADRIANO SCHOFFEN

SANTO CRISTO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2018

Interessante! Em muitos casos se pode aproveitar muito do que existe, apenas melhorando as instalações, com baixo custo! Mas existe muita resistência, porque às vezes pessoas de mais idade tem a mentalidade do certo ou errado, a favor ou contra!! Culturalmente, criou-se esta situação! Mas é possível sim o meio termo! Melhorar, mudar, adaptar, aperfeiçoar...é um meio termo, que pode reduzir custos, e chegar ao objetivo a médio prazo....

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