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O Brasil dos dois leites

POR CAETANO BEBER

ESPAÇO ABERTO

EM 13/09/2017

6 MIN DE LEITURA

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Este artigo foi desenvolvido para complementar e expandir a análise muito bem formulada pelo Marcelo Pereira de Carvalho em “A solução dos problemas do leite no Brasil” de 24/08/2017.

Ficou claro no artigo “A solução dos problemas do leite no Brasil” que o problema da cadeia do leite brasileira não será solucionado com uma simples política tarifária. Segundo o artigo também temos que investir muito ainda em ganhos de eficiência e produtividade para nos tornarmos mais competitivos e não dependermos de subsídios. Mas...será mesmo?

Infelizmente a coisa é um pouco mais complicada. O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins defendeu, inclusive em artigo publicado pelo MilkPoint, que leite deve ser tratado como assunto de Estado. “É assim em toda parte do mundo. Não há nenhum país que trabalhe com livre comércio no que diz respeito ao leite”. E dificilmente encontra-se algum. No Canadá existem cotas, nos EUA o “Milk marketing orders”, o “MPP-Dairy” e o “DPDP”. Na União Europeia (UE) já houve vários subsídios e hoje há os pagamentos por redução de produção, entre outros. Assim como há uma pressão no Canadá para que caia o sistema de cotas, houve na UE durante muito tempo.

O problema é que os produtores não se davam conta de que eram as cotas quem mantinham o preço “alto” ao seu leite. Assim que o sistema caiu levando junto os preços do leite pagos ao produtor, vimos produtores franceses fazendo protesto todos os dias porque o valor recebido nem sequer cobria os custos de produção. O que aconteceu? UE volta a subsidiar seus produtores de leite, agora pagando àqueles que decidem reduzir a sua produção, retornando, em partes, ao sistema de cotas. Eles não conseguem se livrar dos subsídios ao setor.

E pasmem, Canadá, EUA, e UE possuem os sistemas de produção mais eficientes do planeta, com produtividades estratosféricas. Os parâmetros da nossa (nunca aplicada) IN-62 eles já cumpriram há décadas, o poder de consumo (demanda) deles é muito superior ao nosso e mesmo assim há políticas de estado ao setor leiteiro. É até explicável: sistemas intensivos confinados são geralmente frágeis, com margens sempre muito pequenas, onde qualquer alta no preço dos insumos ou queda no preço do produto já põe a atividade em risco.

Nessa história quem consegue se virar “sem” (sim, entre aspas) subsídios, mesmo em dificuldades, é a Nova Zelândia, com seu sistema intensivo, mas à base de pasto, o que não a deixa tão vulnerável às flutuações de preços de insumo e produto. E pasmem outra vez: quem mantém o sistema mais eficiente de produção de leite na União Europeia é a Irlanda, sendo o único, ou um dos poucos, com sua produção majoritariamente à base de pasto. Parece que esse é o único modelo que sobrevive em um mundo sem, ou com menos protecionismo. Daí acompanhamos todos os dias mais e mais especialistas dizendo que a salvação da produção de leite no Brasil é o confinamento. Simplesmente não faz sentido em um país onde podemos ter pasto o ano inteiro querer imitar os sistemas confinados de países onde o setor sobrevive às custas de subsídios. Vamos andar em círculos, ficar mais eficientes e continuar dependendo de subsídios, assim como eles. Mas esse é só um detalhe.

Outro problema é o custo Brasil que de fato é alto e precisamos muito investimento em infraestrutura básica, começando por rede elétrica estável e uma rede rodo-aqua-ferroviária decente. Há de se olhar para o setor do leite como há décadas fazemos com outros setores - dentre os quais - estamos entre os mais competitivos do planeta, pois produtores de soja, milho, frango, suíno e boi recebem tecnologia de ponta custeada pelo governo/contribuinte por meio da Embrapa e outros institutos e um plano safra com taxas baixíssimas, que não se encontram por aí no mercado. Também há a Conab, uma linda ferramenta de composição de estoque entre outros programas de apoio. Mas esse é só outro detalhe.

Agora o que fazer com o leite? Obrigar a IN-62 e quem não cumprir está fora?

Não sei se muitos aqui lembram ou leram o que aconteceu na região Sul do Brasil na década de 1980, com as mais de 52 mil famílias excluídas do setor de aves e suínos com a intensificação e integração dos sistemas de produção. Resposta: elas migraram para o leite como forma de sobrevivência no meio rural.

Consequentemente o setor expandiu e foram surgindo muitas cooperativas singulares e centrais para beneficiar essa produção. Daí eu pergunto: se intensificarmos a produção de leite - da mesma forma - para onde vão migrar as mais de 412 mil famílias (IBGE, 2006) produtoras de leite só na região Sul? Temos suficientes indústrias para absorver toda essa mão de obra?

A resposta dessa pergunta é: NÃO, não temos. O leite vem sendo a base da economia rural, o sustento de famílias e a grande fonte dos empregos no campo, sobretudo de jovens e mulheres. Estima-se que 4 milhões de pessoas, 40% dos postos de trabalho no meio rural, sejam gerados pelo setor lácteo, além de 1,3 milhão de produtores (IBGE, 2016). Olhar para esse setor como a visão simplista da maximização de lucros é um equívoco, portanto as políticas para ele devem levar em conta essa função secundária, ou mesmo primária do leite.

Há de haver abertura comercial, temos que correr atrás do Uruguai e Argentina em termos de eficiência produtiva, mas não se pode deixar o setor ao livre mercado esperando que ocorra outro problema de exclusão em massa, cometendo o mesmo erro de antes. O mercado é cheio de distorções, e no leite mais ainda. Eu não tenho ideia de para onde esses agricultores iriam migrar desta vez. Para o fumo talvez? Os pequenos produtores foram quem desenvolveram o setor leiteiro, agora estamos querendo mandá-los embora.

O Brasil tem que ser analisado pelo que ele é, e temos que parar de imitar quem gostaríamos de ser sem ao menos antes termos uma reflexão sobre nós mesmos. Há duas realidades no setor de leite no Brasil, uma com alto nível tecnológico (a do leite commoditie), como no Centro-Oriental do PR por exemplo, e outra com sua agricultura familiar e de economia solidária (a do leite fonte de renda) como a região Sudoeste do PR por exemplo. Partindo daí, os pesquisadores e espertos na cadeia, devem desenhar políticas distintas e adequadas para cada contexto em um projeto de aumento da competitividade que inclua todos que estejam dispostos a se tornarem mais competitivos.

Para chegarmos naquele nível de competitividade que o Marcelo citou precisamos de incentivos à exportação, redução de tributação de insumos, incentivo a fusões das cooperativas (ganho de escala em processamento de matéria-prima), à agregação de valor, apoio tecnológico e de infraestrutura, mas ao mesmo tempo aprimorar as compras institucionais, microfinanciamentos, extensão rural, educação, profissionalização e empreendedorismo no campo para que os pequenos produtores não sejam apenas excluídos, mas tenham noção de como poder progredir e se adequar ao mercado competitivo. E ah! Em sistemas intensivos à base de pasto, por favor! Assim talvez conseguiríamos melhorar os problemas estruturais da cadeia sem criar um problema paralelo. Essa geração de agricultores e os seus filhos estão percebendo que quem não se tornar mais eficiente, provavelmente estará fora em um futuro bem próximo. Basta um pouco de direcionamento para que estas unidades produtivas se adaptem ao mercado competitivo.

Realmente o nosso potencial de crescimento é enorme e temos muito a evoluir como cadeia produtiva. O problema é definitivamente estrutural, mas muito mais complexo do que se vêm discutindo. E não apenas em termos sociais, mas econômicos. Manter estas pessoas no campo é fundamental, e quanto mais produtivas elas e as suas terras forem, melhor. Melhor para elas, para o setor e para a economia nacional. 

CAETANO BEBER

Eng. Agrônomo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Mestre em Economia Agrícola pela Montpellier SupAgro/IAMM/Université de Montpellier I, França. Doutorando em Economia Agrícola e Desenvolvimento Rural pela Universidade de Göttingen, Alemanha

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JULIO

ARAUCÁRIA - PARANÁ

EM 31/12/2017

Parabéns. Ótimo texto. Sobre o custo Brasil e vc falou da rede elétrica estável e energia de qualidade já q é uma das mais caras do planeta,  uma solução é gerar a própria energia ou parte dela então. Através d pequena termelétrica ou sistema de cogeração aproveitando as caldeiras existentes ou troca por equipamentos mais eficientes. Em araucária/ curitiba tem fabricante do sistema completo à partir de 300 kW/ h até 2 ou 3 megawatts/ h. Obrigado.
CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2017

Daí entra investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico em pastagem, irrigação, genética animal, gestão e planejamento produtivo das propriedades, etc. Muitas tecnologias já estão aí, basta difundi-las adequadamente e garantir o seu acesso. Falo apenas das evidências que vêm sendo observadas.

Estou de acordo com o André, o consumidor brasileiro já se mostrou que não mantém por muito tempo o mesmo padrão de consumo, portanto as medidas que muitos países desenvolvidos adotam não são adequadas ao nosso mercado. "Debruçar de forma transparente e estratégica sobre o assunto e chegar a uma diretriz onde todos possam ganhar seria a única alternativa." Concordo!

Para aumentar a competitividade do setor é preciso aumentar a produtividade. Não só produtividade por animal, mas produtividade por hectare, por horas trabalhadas, por capital utilizado, enfim por todos os fatores de produção.



E o aumento da produtividade é fundamentado em 4 fatores:



1. Progresso Tecnológico

2. Eficiência Técnica (na transformação dos insumos no máximo possível de produto final)

3. Eficiência Alocativa (no mix de insumos mais baratos pra produzir 1 unidade do produto)

4. Eficiência de Escala (no tamanho mais adequado das unidades produtivas)



Para que esses 4 fatores garantam a melhor produtividade é preciso 3 coisas:

A. Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e difusão das tecnologias

B. Melhores técnicas agronômicas e industriais (o que inclui gestão)

C. Políticas adequadas que garantam a melhor alocação dos recursos



Acho que essa seria uma base interessante para começar a pensar nas estratégias onde todos possam ganhar.



Abraços
AMAURY MACHADO

JUNDIAÍ - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 22/09/2017

Qualquer que seja a atividade comercial ou industrial empreendida no país, atualmente, tem-se que fazê-la com profissionalismo efetivo e, com um forte foco também no conceito profissional da cidadania, para que não se fique a mercê dos profissionais da política que consomem  as gotas de suor do trabalho de grandes e pequenos.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/09/2017

Prezado Caetano Beber: Não se trata de desprezar a Agropecuária Familiar, mas, sim, de não fechar os olhos em relação à ineficiência, só por pena ou por não saber onde absorver esta mão de obra se ela for excluída. Todos os ineficientes têm que ser alijados, sejam grandes ou pequenos. Todavia, há muito mais pequenos ineficientes que grandes e, portanto, a lâmina ceifadora tende a cair, com mais frequência, sobre aqueles do que sobre estes. Quanto à sustentabilidade dos regimes a pasto, a mesma se queda questionada quando se verifica a longa estiagem que está acontecendo nas regiões maiores produtoras, que inviabiliza o pastejo, a não ser (novamente) para os grandes, que podem ter pivôs de irrigação constante. E, note-se que falta de chuva ou de água não é o único complicador, já que a baixa luminosidade dos meses de seca interfere, de igual sorte, no desenvolvimento dos cultivares, baixando os índices proteicos e de outros nutrientes essenciais. A pasto, só funcionaremos em metade do ano, enquanto o mercado é perene e exige produção constante. Por isso, o sistema confinado é o melhor para a produção de leite, porque a dependência climática fica de fora do balcão!!!!

Um abraço,





GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK - FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
NELSON VILMAR

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2017

Excelente artigo nós  os pequenos temos que estar sempre bem , mas bem mesmo informados, de olho em tudo que for viável . Acompanhar melhorando sempre tanto qualidade como produtividade mesmo que você seja um pequeno produtor.
ANDRÉ GONÇALVES ANDRADE

ROLIM DE MOURA - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/09/2017

Parabéns Caetano e aos demais pelos comentários e participação!



Brasil, ah meu Brasil! Somos isso, uma diversidade de pessoas e sistemas, que divergem em pensamentos. Isso é fantástico!



Somos grandes produtores de proteína animal? Sim.

Motivo: nossa proteína animal é mais barato que em outras regiões produtoras. Assim nos tornamos exportadores, atingimos sem subsídios grandes mercados (inclusive mercados protegidos pelos governos daqueles países).

O mesmo com soja, milho etc.

Onde não alcançamos excelência, fomos substituídos por outros países produtores mais eficientes que nós.

É assim e assim será. Isso é determinante do livre mercado.



No leite, ainda somos "incapazes de atender ao mercado interno". Historicamente fomos importadores. Somente recentemente chegamos próximos da auto suficiência.  E sempre que falta leite, os preços ganham patamares insustentáveis para o consumidor (2016 nos deu mostra disso), oportunizando a importação (seja do Uruguai, Argentina ou qualquer outra região que tenha custos e qualidade para competir), promovendo equilíbrio e num segundo momento sobras de leite (ora motivados pelo aumento da produção - devido aos preços maiores, ora pela redução do consumo, como no momento atual devido a crise econômica/política que vivemos).



Não há equação e nem receita para mudar isso.

Debruçar de forma transparente e estratégica sobre o assunto e chegar a uma diretriz onde todos possam ganhar seria a única alternativa.

Se formos capazes de proteger nosso mercado, qualquer custo e sistema de produção serve, desde que o consumidor final consiga pagar.

Se formos ficar no livre mercado, precisamos ser capazes de produzir a baixos custos. Em sistema que comporte as oscilações que temos assistido.



Portando, ao meu ver, não é o sistema de produção o determinante. É o mercado.

Temos que responder algumas perguntas de forma coletiva:

- Onde queremos atuar? Que mercado queremos atender?

- Se aumentarmos a produção interna, teremos que ter custos menores para ser exportadores? Ou preços menores capazes de promover o aumento do consumo interno? Como fazer isso? Ou a fada vai aumentar o poder de compra dos brasileiros e o consumo vai crescer?

- Se vamos proteger nosso mercado, dá pra repassar custos mais elevados aos nossos consumidores? Até quando e até quanto?



Essas e outras perguntas tem que estar na base das diretrizes para uma discussão inteligente e próspera. Caso contrário: iremos intensificar o debate sobre o que é melhor em termos de sistemas de produção e sempre levaremos como resposta as oscilações do mercado.

Aí é só colocar a culpa nas importações, no governo, nos produtores e quem sabe nas vaquinhas. Afinal são elas que produzem o leite!










CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2017

Obrigado Paulo! Com certeza o produtor tem sempre que definir o que é mais rentável para as suas condições.

Exato Pedro, mantenho que a produção intensiva à pasto é, de acordo com estas evidências, um sistema que vem apresentando maior sustentabilidade, e isso em termos econômicos. Ao menos o que menos depende de subsídios. Apesar de não ser a solução da lavoura, possa ser o sistema que seja mais adequada à realidade da maioria dos produtores brasileiros, especialmente os com menos acesso à crédito para investimento.



Os 1,3 milhão é informação do IBGE, que infelizmente não atualizou ainda o censo agropecuário. Realmente, bons dados estatísticos para realizar análises são escassos. Mais com certeza o número de produtores segue sendo muito grande.



Quanto a estrutura dos volumes de produção, é aí que temos que estar atentos. O que acontece com os 70 a 80% dos produtores que produzem os 20 a 30% dos volumes? O que eu quis deixar claro no texto é exatamente como vamos realizar a seleção natural, que na verdade nem é tão natural, visto que há várias formas de manipulá-la.

Simplesmente excluí-los, ou trabalhar uma forma para que possam tornar-se mais eficientes?

Daí eu volto ao sistema de produção, que é apenas UMA ferramenta em um amplo programa de aumento da competitividade. Pra aumentar a competitividade tem que se oferecer ferramentas adequadas aos produtores, que passa por um sistema de produção que lhes proporcione maior retorno financeiro, principalmente através da redução dos custos como você mencionou. Mas também de acesso ao mercado, que passa por estratégias de marketing por parte da indústria, com abertura de mercados internacionais, com o cooperativismo, etc.. Além de vários outros fatores, alguns deles citados no texto.

E continuo acreditando que há espaço para todos, os que conseguem produzir em sistema confinado tem o seu espaço, principalmente se conseguirem ter o seu lucro sem depender de subsídios. Porém as evidências mostram que em muitos casos estes acabam recorrendo à subsídios quando não conseguem manter margens positivas devido às flutuações dos preços. E é essa a minha crítica! Mas se conseguirem manter as suas margens positivas sem subsídio, melhor.



A intenção dessa análise é mostrar que deveríamos pensar em um planejamento de aumento da competitividade do setor a longo prazo que possa ser ACESSÍVEL À MAIORIA. Esse planejamento tem que se basear nas estratégias que garantam que o setor possa ser o mais auto-sustentável economicamente, mantendo-se competitivo e independente. O que não impede que seja sustentável socialmente.



Obrigado pelos comentários, muito construtivos ao debate!

Abraços
PAULO TADATOSHI HIROKI

LONDRINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/09/2017

Parabéns, muito interessantes suas colocações. Acho que a defesa de sistemas de produção não tem muito sentido, o que vale é a rentabilidade. Mas quando colocamos a rentabilidade em pauta, a dádiva Divina às Regiões Centro e Sudoeste do Paraná (com solo e clima propício a produção de pastagens perenes e de inverno), não consigo visualizar o produtor familiar sobrevivendo e tendo uma vida digna não sendo com a produção à base de pasto. Até hoje, não consegui ver apresentações dos defensores da produção em confinamento, mostrar que o Custo Total com a Atividade Leiteira seja adequadamente amortizado pelos preços praticados em nosso louco mercado.
PEDRO AUGUSTO CARVALHO PEREIRA

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2017

Obrigado Roberto Jank !



Prezado Caetano,



Embasei minha análise mediante a passagens que li no texto, tais como: "...Parece que esse é o único modelo que sobrevive em um mundo sem, ou com menos protecionismo. Daí acompanhamos todos os dias mais e mais especialistas dizendo que a salvação da produção de leite no Brasil é o confinamento ", ou:  " E ah! Em sistemas intensivos à base de pasto, por favor! Assim talvez conseguiríamos melhorar os problemas estruturais da cadeia sem criar um problema paralelo."



Os problemas estruturais da cadeia, que realmente são inúmeros, pouco têm a ver com sistema de produção. Estamos falando de um setor ainda em formação, cuja dinâmica apresentada nos últimos tempos, com aumento da produção e diminuição do número de produtores acompanha o processo ocorrido em grande parte dos países mais desenvolvidos. Os poucos dados que possuímos apontam para uma origem de 70 a 80% do volume de leite sendo produzido por 20 a 30% dos produtores, sendo que, particularmente, tenho minhas dúvidas quanto à existência de 1,3 milhão de produtores, pois em 2001 já existiam referências bibliográficas com esse montante. A preocupação social com quem não se enquadra nos moldes que o mercado vem impondo é de extrema relevância, mas não pode sobrepor a necessidade de evoluirmos como um todo. Vai ser dolorido para muitos, mas a seleção natural imposta pelo mercado é parte indispensável do processo de formação e evolução da cadeia produtiva.



Achei muito interessante a colocação da importância do marketing como meio de desenvolvimento do setor. Nesse sentido, entendo que um dos primeiros passos seja mudar a imagem de quem produz, pois não cabe mais ficarmos passando por coitados, excluídos que ficamos a margem de outras atividades do agronegócio e encontramos na produção leiteira um meio de sobrevivência, por mais que isso tenha acontecido em determinadas regiões. Ficar reclamando que o litro de leite vale menos que copo d`água ou refrigerante desde os tempos do meu avô não vem surtindo efeito. Para muitos aqui no Brasil o problema não é preço de leite, que em alguns momentos encontra-se até acima do restante do planeta, mas sim custo de produção. Os resultados do projeto Educampo, coordenado pelo Christiano Nascif, mostram isso perfeitamente.



Embora quem direcione as mudanças seja o mercado, acredito que os pequenos produtores, desde que eficientes, tem possibilidades de continuar inseridos no setor. Contudo, ao invés de ficarmos tentando criar modelos de sistema de produção para suas propriedades, talvez seja muito mais importante lutarmos pelo fortalecimento do cooperativismo e associativismo, que podem ser o esteio para a sustentabilidade dessa classe.



Abraço
CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2017

Muito obrigado Gianlucca, concordo inteiramente!

Prezado Guilherme, há espaço para todos, o Brasil é muito grande. Entretanto há de haver profissionalismo não importa o tamanho da produção. É como se resolvêssemos acabar com as micro, pequenas e médias empresas no Brasil. Seria um desastre. Todas têm seu espaço na economia.

E tendo em conta que a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos que se consome no Brasil, é uma categoria que não se pode negligenciar.

Abraços
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2017

Prezado Caetano Beber: Saíram os oportunistas que só vêm à cadeia em tempos de alta de preços e aqueles que, mesmo sendo profissionais, não aguentaram a baixa de preços e a alta de insumos, ou, ainda, os que não quiseram ou não puderam investir em marcas próprias, única saída para quem deseja produzir com qualidade e segurança, fugindo, assim, da escravidão que é o mercado. Penalizar os eficientes para garantir a sobrevida dos que não o são, não se nos afigura como o ideal, pois, ao invés de manter o setor ativo, leva a todos - grandes, médios e pequenos - ao subemprego, à sobrevida, à estagnação e à baixa produtividade. Melhor ter cem grandes e eficientes do que mil pequenos e sem temática para a qualidade do produto. Sejamos profissionais, de uma vez por todas, e paremos de ter visões eleitoreiras e prejudiciais sobre a cadeia produtiva do leite. Economia familiar cabia bem à época da colônia. Hoje, não é pecado ter empregados e não depender de filhos, netos e agregados para se desenvolver. Muito menos, ser grande é um estigma, um sinônimo de exploração social. Pecado é manter este sistema arcaico, que mais atrapalha do que ajuda a quem quer produzir com seriedade, seja de que forma profissional for. Sou pequeno, eficiente, dou emprego a três pessoas e ajudo a manter-lhes as próprias células familiares e acho que contribuo muito mais para o Brasil que aqueles que se fecham no casulo de suas famílias e individualidades, acomodados, que só pensam em melhorar a vida deles próprios, não se aventurando a voos mais altos e dignos, esperando que o Governo sempre lhes estenda a mão, como, aliás, tem sido feito até então.

Um abraço,



GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

ALFA MILK - FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG
GIANLUCCA RIZZI

CHAPADA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 18/09/2017

Excelente texto Caetano!

Gostei muito da sua visão por desvincular os "exemplos" de outros países, acho que somente analisando os nossos problemas e principalmente nossas virtudes é possível achar um meio  de estabilizar a cadeia. Certa vez um alfaiate me deu um conselho "aqueles que somente cuidam do negócio dos outros tendem a perder de vista o propósito do seu negócio", esta frase se aplica perfeitamente a algumas mentalidades que definem o capital externo e a tecnificação de tudo como solução.

Ainda a complementar, achei de extrema importância o comentário sobre as forças de trabalho do campo e o tecido social envolvido, é realmente importante valorizar aqueles que resistem em atividades consideradas "inviáveis" pela visão empresarial, o país necessita imediatamente fomentar as cadeias produtivas e estimular a criação de tecnologias de baixo custo, visando uma produção enxuta e mais eficiente.

Ao municiarmos produtores com conhecimento eles estarão aptos a decidirem os melhores caminhos e com menores tendências a aceitar influências negativas. A extensão associada ao desenvolvimento de conhecimento "in-loco" é o caminho a ser trilhado, apenas ao conhecermos profundamente a realidade podemos pensar em mudanças e otimizar a produção, eliminando entraves que muitas vezes são vistos como problemas indissolúveis.



Grande abraço!
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2017

Pedro Augusto, perfeita sua análise. Simples e realista. Concordo em 100%.

Parabéns.
CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 18/09/2017

Olá Murilo, concordo que a tendência é se pagar cada vez mais por qualidade e isso só traz benefícios, principalmente se houver um bom trabalho de suporte à qualidade integrado. Também acho que a realização de contratos entre indústria e produtores é uma boa ferramenta nessas transações.

Porém flutuação de preços no mercado de leite não ocorreram em apenas uma época. Ocorrem com frequência, havendo altas e baixas, principalmente ligados à (des)estímulos da demanda interna no Brasil.

De todas as formas o meu objetivo é atentar para os riscos de sistemas que trabalham com margens pequenas e vivem às custas de subsídios. Dei o exemplo de produtores no Brasil, mas se dermos uma olhada nos EUA, Europa, Canadá, etc. vamos ver que muito só sobrevivem com subsídios, justamente por haverem esses períodos de queda nos preços do leite ou alta no preço dos insumos, como ocorreu com o milho recentemente por ex., e as margens serem muito pequenas.

E daí veio também o exemplo de países com a produção baseada em pasto (em condições similares para efeito de comparação) onde o setor é menos frágil e mais independente. Devemos trabalhar em desenvolvimento e difusão tecnológico em genética, qualidade, sanidade, diminuir os problemas da sazonalidade, etc. para chegar lá.

Podemos ficar dias discutindo confinamento vs pasto e haverão pontos positivos e negativos em ambos.



O objetivo do artigo não é apenas esse, mas sim que haja um plano de desenvolvimento em conforme com a(s) nossa(s) realidade(s) para não investirmos em algo que não traga retorno, o que só sobreviva com ajuda externa.

Abraços
CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 18/09/2017

Bom dia Pedro, a ideia da crítica não é dizer que um ou outro sistema é a solução da lavoura. Com certeza há espaço para todos. O objetivo foi apenas ilustrar que ao nosso contexto no setor do leite, de pequenas propriedades, produções familiares, mas também de condições ambientais favoráveis, um sistema pode ser mais viável (e democrático) que outro.



Agora grandes produtores, que podem investir altas somas, trabalhar com grande escala, pequenas margens e ter o seu lucro também têm o seu espaço certamente.



A questão vem lá da discussão do texto do Marcelo, em como deixar o deixar o setor mais competitivo...Acredito que o setor pode ficar mais competitivo sem que para isso tenhamos que ter apenas mega-fazendas de produção confinada. Há outras alternativas que podem deixar o setor do leite mais competitivo,principalmente levando em conta a nossa realidade. E sem que milhares tenham que ficar de fora desse processo.

Mas você tem razão, se não houver profissionalismo, seriedade, empreendedorismo, gestão eficiente, não importa o sistema. O mercado está cada vez mais competitivo e quem não levar a sério a atividade provavelmente não terá mais espaço.



Bom dia Matozalém, muito obrigado! No meu ponto de vista a equação da oferta e demanda deveria se equilibrar com ações e políticas voltadas para o lado da demanda. Incentivando o consumo interno através de compras institucionais, aumento do consumo de lácteos nas escolas, campanhas de marketing e incentivo ao consumo de lácteos nas famílias. Mas fundamentalmente através da exportação, e isso passa pela melhora da qualidade do produto e pela eficiência produtiva, tanto na produção quanto no processamento, marketing, comercialização e logística. Com certeza podemos produzir um leite com a mesma qualidade do neozelandês, e com um custo mais baixo. O Brasil tem potencial pra ser o maior exportador de lácteos do mundo, assim como já é em outros setores. Assim os produtores poderão produzir o quanto quiserem, pois provavelmente sempre haverá para quem vender.



Abraços
MURILO ROMULO CARVALHO

PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/09/2017

Caro Caetano,

Parabéns pelo artigo, abordou vários pontos extremamente relevantes de uma maneira concisa e clara. Concordo totalmente com você em relação à necessidade de melhorarmos nossa eficiência e qualidade. Contudo, discordo em alguns pontos: por exemplo, a questão de fazendas com mais tecnologia terem quebrado. Está falando de uma época na qual os preços flutuavam muito, não havia pagamento por qualidade, e um produto diferenciado não tinha espaço nenhum. Além disso, o preço da terra em várias regiões tradicionalmente produtoras tornou totalmente desinteressante continuar no setor. Muitos produtores "quebraram" por ser totalmente inviável produzir leite em uma terra que tem valor por metro quadrado.

Hoje em dia é bem mais complicado ter produção em larga escala em sistema de pastejo (por vários motivos), e sabemos que a rentabilidade da atividade no Brasil está bem ligada à escala. Além disso, quem produz com qualidade recebe melhor por isso e tem condições de ter um produto diferenciado no mercado. Quem não tem qualidade, espero eu, deve sair da atividade em um futuro próximo. Podemos sim produzir pasto o ano inteiro, mas esse pasto pode virar pré-secado e feno, e também podemos produzir silagem e grãos em grande quantidade. Creio que a intensificação é um processo natural e que ocorrerá caso não existam cotas de produção. Os sistemas de pastejo também tem suas limitações e problemas - em um país quente como o Brasil, por exemplo, é necessário um cruzamento/raça bem adaptada para sobreviver. Mais do que isso, não acho que a sazonalidade do sistema sobreviveria no mercado consumidor brasileiro.

Enfim, acredito que há espaço para todos - só não deve haver espaço para quem não é eficiente e não produz um produto de qualidade.
MATOZALÉM CAMILO

ITUIUTABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/09/2017

Muito boa a reflexão Caetano. Parabéns. Ninguém tem a formula para resolver os problemas do leite no Brasil. Mesmo porque ela não existe. Tem sim é que haver discussões para que todos possam trabalhar em harmonia e com rentabilidade. Se cada produtor se preocupar com o seu próprio negócio, não colocar leite exageradamente caro no mercado (alto custo de produção). Com certeza a oferta se ajusta com a demanda e todos ganham. O pior para o setor é realmente a produção descontrolada de sistemas de altíssimo custo, que não se preocupam com lucro (dinheiro sabe-se de onde vem) e que descontrolam a equação da oferta e demanda, causando estes altos e baixos exagerados para os setor. Precismos sim ter controle oficial sobre o setor, regras mínimas de controle de entrada de leite no país, e cotas de produção de acordo com cada sistema de produção. Sistemas de custos de produção sabidamente muito altos, devem ser monitorados para não inundarem o mercado de leite e causarem o desabamento dos preços ao produtor. Apesar de que qualquer controle sobre sistemas de produção é muito complicado e dificilmente irá ocorrem, principalmente em nosso país onde não há políticas publicas sérias de longo prazo. Quem consegue controlar a produção são os próprios produtores monitorando criteriosamente seus custos e não produzirem jamais com custo acima do preço de venda. Isso é um absurdo do ponto de vista comercial, parece uma loucura, mas acontece com muita frequência.
PEDRO AUGUSTO CARVALHO PEREIRA

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/09/2017

Gostei muito da análise até o ponto em que se começa a comparar e, com todo respeito, até mesmo tendenciar sistema de produção como a salvação da lavoura. Num país de dimensões continentais, com tanta diversidade climática, topográfica, cultural, característica de solo ... não há de ter um sistema considerado como modelo a ser seguido. Em praticamente todas as regiões do país existem casos de sucesso tanto em sistemas de confinamento quanto em pastejo. O que não se pode é levantar uma única bandeira como sendo a salvação da pátria. Problemas estruturais da cadeia leiteira, como muito bem abordados no artigo, pedem soluções bem mais emergenciais do que ficarmos discutirmos sistemas de produção.

Com relação a pergunta sobre aonde estariam os sistemas de confinamento aqui em São Paulo.... Mais desaparecidos estão os pastejos rotacionados implantados durante os anos 2000 com o projeto balde cheio. Aqui no Vale do Paraíba foram praticamente varridos do mapa e mesmo assim a produção regional vem crescendo anualmente. Essa idéia de leite caro ou barato, ao meu ver, passa longe da discussão sobre modelo de produção, mas sim sobre capacidade de gestão da propriedade. Aliás, produzir leite a baixo custo no Brasil em qualquer sistema, mesmo a pasto, é praticamente impossível, a menos que consigam desenvolver uma vaca que faça fotossíntese para sobreviver e produzir leite...   

Em grande parte, o que falta no Brasil da porteira para dentro é profissionalismo e muitas vezes vocação para conduzir a atividade como negócio. Qualquer sistema funciona e é capaz de remunerar o produtor, basta fazer de forma correta.
CAETANO BEBER

BLUMENAU - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 15/09/2017

José Eduardo, obrigado. O marketing precisa ser muito desenvolvido no setor e lácteos. Alavancagem de marca, diferenciação de produto, etc. Pra agregar mais valor a produção, inclusive pensando nas exportações.



Edgar e Andiara, muito obrigado. Tecnologia de ponta na produção de leite não é nenhuma novidade. Há muito o que se desenvolver através de Pesquisa e Desenvolvimento, porém há muito já disponível no mercado. O problema que vejo é o acesso à essa tecnologia, em termos de transmissão de conhecimento e em termos financeiros.

Andiara, parabéns pelas iniciativas! Fico muito feliz em saber que gostou do artigo! Como você disse. No setor agropecuário de países em desenvolvimento é geralmente assim: quando a economia do país vai bem há subsídios e incentivos disponíveis. Mas quando vai mal é a agropecuária quem mantém a economia e a industrialização necessárias até terminar a recessão e o país voltar a crescer de novo. Infelizmente!



Adil, parabéns por manter-se resistindo e melhorando!

Adil e Aluizio, realmente, a nossa indústria é frágil por ser muito dependente do mercado consumidor interno. E o Brasil por ser um país ainda muito dependente da agricultura e extrativismo, é muito sensível ao ciclo das commodities. Cada vez que os preços das commodities caem, o Brasil entra em crise e a demanda retrai. Com esse consumo retraído, o setor do leite é um dos primeiros afetados. As pessoas deixam de consumir lácteos, principalmente os de maior valor agregado. Com o menor consumo, a indústria não tem pra quem vender e os preços caem para a indústria e se refletem nos preços pagos ao produtor.

Solução: Bom, a melhor solução seria que o Brasil fosse industrializado, assim os consumidores teriam mais dinheiro pra consumir mais lácteos. Mas aí já é mais complicado. Em se tratando do mercado de lácteos, a solução seria aumentar as exportações, assim o nosso leite atingiria mercados consumidores de outros países e não seria tão dependente dos consumo interno, que sempre tem as suas altas e baixas. Assim como o Uruguai faz por exemplo, deveríamos fazer o mesmo e mandar o nosso leite pra outros países. Mas para isso precisa-se definir um plano estratégico para aumentar as exportações. Também acho que esse caminho passa, entre outros, por um reposicionamento e uma melhora significativa de eficiência na indústria de processamento.



Abraços!
ANDIARA

ENCRUZILHADA ENCRUZILHADA DO SUL - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/09/2017

Verdade Edegar vi essa reportagem eles vieram e se preocupam em produzir leite barato! Eu e meu marido estamos produzindo leite e começamos 1 mês antes de a crise piorar eu sempre estudei muito e trabalho com a recria de gado de corte também, por ter vivido a vida toda no interior e ver meu pai já passando por isso no arroz onde da mesma forma a cada ano o produto está mais desvalorizado, por diversos fatores, no leite não é diferente somos abandonados a própria sorte e alem de tudo temos que conviver com um Mercosul que só beneficia nossos vizinhos como se pra nós ele não existisse. Só funcionando como um programa de ajuda e auxílio e tirando do seu povo o governo empobrece ele! Outro fator que gostaria de comentar é por que alguns produtores ainda acham que por trabalharem em um sistema tecnificado são melhores que produtores familiares, hoje o conhecimento está a dispor de todos, mas como o Caetano esplanou muito bem, as vezes não teve oportunidade de aprender! Acredito que o caminho em primeiro lugar é nosso governo olhar para os seus produtores enxergar o potencial que está abandonado!! Parabéns melhor artigo que já li no milk!

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