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Produção de leite em pastagem: precisamos nos atentar para melhorias no sistema

POR ELCIO RICARDO JOSÉ DE SOUSA VICENTE

E MARCO AURÉLIO FACTORI

MARCO AURÉLIO FACTORI

EM 29/08/2017

5 MIN DE LEITURA

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Mimosa, Malhada, Boneca, Princesa ... não são nem cinco horas, o galo ainda não cantou, muito menos o sol raiou. Faça chuva ou faça frio, de segunda a segunda, feriado ou dia santo, dia após dia. E assim começa mais um amanhecer antes mesmo do início da retirada do leite. 

Talvez debaixo de um cobertura rústica, de chão de terra batido, ou mesmo ao relento, mesmo após a chuva, com barro nas canelas, com as mãos calejadas do trabalho da lida na roça, seu Manuel, Joaquim dentre tantos outros, chamam seus bezerros que respondem com um berro e vêm correndo com o rabo levantado, balançando. Eles passam por todas as vacas e vão direitinho ao encontro de sua mãe para tomar o seu tão esperado e gostoso leite. Um por um é chamado e o contato com a vaca traz calmaria - o que favorece a posterior retirada do leite.

Podem ser cinco, doze, quem sabe vinte e duas, mas são vacas das mais variadas cores: pretas, brancas, marrons, vermelhas, pretas e brancas, vermelhas e brancas, malhadas ou tigradas, isso não importa. Elas possuem vários tamanhos, umas têm chifres outras não, em sua maioria são magras, já com a idade avançada com a cara cheia de pelos brancos, algumas jovens ou de meia idade, com o pelo brilhante, liso ou um pouco mais gordas. Além disso, algumas produzem 4 litros de leite, outras 8. Outras não dão mais que um pouco para o sustento de seu bezerro, isso sem falar nos inúmeros e incontáveis carrapatos. Mas como muitos dizem, a atividade está no 'sangue', é uma paixão, é uma vida.

Ano após ano, no verão ou no inverno, na seca ou em tempos de chuvas fartas, com dificuldades, trabalho árduo, mas com perseverança e dedicação, os produtores conseguem o leite de cada dia. Um pouco mais quem sabe quando os pastos estão verdes por causa do ano bom de chuvas ou um pouco menos, ou bem menos, por causa do inverno ou seca prolongada.

Então, começamos a imaginar e refletir tal situação. Claro que cada caso é um caso, mas todos com um mesmo objetivo em comum, o leite. O precioso leite, o alimento mais completo, que sustenta a vida do nascimento ao desmame dos bezerros (às vezes com 8 meses de idade, como vemos em muitos casos).

Mesmo com todos os problemas existentes, como a baixa produtividade por animal, a carência de seleção genética, a falta de manejo alimentar, a não recuperação de pastagens (que inclui a não adubação ou mesmo uma simples calagem), o leite de todo dia está na prateleira, seja da pequena venda ao maior supermercado. Apesar de toda a simplicidade e rusticidade da vida no campo, sabemos da sua verdadeira origem.

produção de leite

O que fazer? Como fazer? Quando fazer?

Para melhorar e aumentar a produtividade dos nossos animais, não basta o governo aprovar leis e exigir que se cumpram sem nos dar nenhum tipo de suporte. Temos que começar a olhar para nossos defeitos e dificuldades e não só para os nossos vizinhos, do outro lado da cerca. Não podemos esperar que façam por nós o que nós mesmos não fazemos. Não podemos mais ficar esperando que caia chuva em tempos de seca, como se isso fosse resolver os problemas de produção, mesmo sabendo que entra ano e sai ano a seca vai existir de alguma forma: seja pela falta de chuva, seja pelo frio. Os problemas existem e todos nós conhecemos quais são, mas por outro lado às soluções para eles também. Basta começar a por em prática, a tirá-las do papel para que possamos mudar - mesmo que lentamente - a realidade da maioria da nossa querida leiteria.

Sabemos que em todos os anos existe seca e por que não nos prevenimos dela? Seja reservando uns piquetes de pastagem para o inverno, plantando cana ou fazendo silagem para alimentar os animais nas épocas mais severas. Por que não jogar calcário e, se possível (e necessário) adubar as pastagens existentes? Mesmo que seja aos poucos, por hectare/ano, garantindo um melhor alimento para os animais, que é o pasto. Por que não?

Para produzir qualquer tipo de lavoura e para se obter retorno, mesmo que seja uma horta “caseira”, o adubo é necessário. Com nossas pastagens não é diferente. Se quisermos um pasto com boas produtividades de massa, ou seja, se quisermos ter alimento para o gado e que ele continue a produzir leite, temos que cuidar dos alimentos fornecidos, e só existe uma maneira para isso. Portanto, temos que primeiramente analisar o solo e corrigir o que for necessário. 

Inseminação artificial por tempo fixo (IATF) é melhorar a genética e produtividade em pouco tempo, mas, somente após tendo um bom pasto e uma boa alimentação é que deveríamos pensar em melhorar a genética dos animais, seja pela IATF ou por meio da compra de animais. Pois de que adianta ter um animal com alto potencial e produtividade leiteira e este passar fome? Não seria mais fácil ter duas vacas com boa genética e produtividade de leite em boas pastagens, do que ter seis vacas de baixa produtividade em um pasto rapado, passando fome e estando propícias a doenças e carrapatos?

Não podemos mais perder tempo ficando na mesmice. Não podemos ficar lamentando as dificuldades e perdas causadas pela seca, ou pior ainda, as geradas por nós mesmos. Temos que realizar no presente medidas pensando no futuro próximo. Sabemos como fazer e temos gente capacitada para isso. Nós somos capazes, basta querer, mas isso só depende de nós mesmos.

No EducaPoint estão disponíveis 3 cursos apresentados por Marco Aurélio Factori, dois deles contam também com a participação do Dr. Adilson Aguiar, que podem auxiliar na rotina da busca por melhores resultados em sistemas de produção a pasto.

Confira os temas:

Manejo de pastagem 

Correção e adubação do solo da pastagem

Sistema de lotação rotacionada de pastagem

Para ter acesso ao conteúdo dos cursos mencionados acima, basta efetuar a assinatura do EducaPoint. Por apenas R$75/mês, os assinantes têm acesso aos 3 cursos e a muitos outros. Conheça a plataforma EducaPoint! 

 

ELCIO RICARDO JOSÉ DE SOUSA VICENTE

Professor na UNOESTE Presidente Prudente/SP. Zootecnista, Me em Agronomia pela UNOESTE - Presidente Prudente/SP. Produção Vegetal.

MARCO AURÉLIO FACTORI

Consultor, Factori Treinamentos e Assessoria Zootécnica.

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MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/09/2017

Prezado Ivan



Este capim pode ser utilizadodo via pastejo ou ainda se capineira, ser cortado, picado e fornecido no cocho para os animais. Neste caso, se o objetivo é leite, o fornecimento deste capim e ração poderia compor uma boa dieta para a produção. Caso precise de assistência técnica, trabalho com assistência online também e posso lhe ajudar. Qualquer cosia entre em contato pelo e-mail: mafactori@yahoo.com.br   Att. Marco Aurélio Factori
IVAN CONCEIÇÃO CARVALHO

BELMONTE - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/09/2017

Boa noite, alguem dos senhores poderia me orientar a respeito do capim "Guatemala?"

de que forma poderia utiliza-lo na mistura com ração, para vacas de leite.

Atenciosamente
RENATO LEÃO

PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 01/09/2017

Excelente! Fato relevante que merece ser debatido, pois existem as mais variáveis técnicas que podem atender cada tipo de produtor de acordo com seu ideal produtivo.

Parabéns aos autores!
MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/09/2017

Prezado Leovegildo



Obrigado pelas suas palavras. Concordo plenamente. O que tentamos abordar é que nenhum sistema é engessado e portanto ferramentas devem ser criadas para melhorar cada sistema. Concordo também que tudo deve ser avaliado e por isso também, calculado e recalculado. Somente desta forma teremos eficiência. Att. Marco Aurélio Factori
MARCO AURÉLIO FACTORI

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/09/2017

Prezados Colegas do Laticínios Rezende.



Neste caso de pastejo, se consegue contornar esta situação fazendo-se o pastejo noturno no verão e no inverno, produzindo um volumoso de qualidade pela conservação de forragem, seja pela cana de açúcar com a ureia (uma boa opção) ou pelo armazenamento na forma de silagem de milho ou sorgo, sendo estas duas mais caras no entanto também viáveis quando comparadas coma cana + ureia. Att. Marco Aurélio Factori
MARIA LUZINEUZA ALVES GOMES DA MAIA

MARABÁ - PARÁ - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 30/08/2017

Muito bom a abordagem, esta é a realidade  do nosso País.

Ontem eu visitei uma fazenda em  Goianésia-PA, onde o produtor tem  boas matrizes, e estrutura, porém não tem pasto, e eu disse que antes dele ser produtor de leite ele precisa ser agricultor,  cultivar e alimentar a terra primeiro, plantar o CAPIM, para depois alimentar o rebanho.  vamos desenvolver um trabalho nesta Fazenda, pois o mesmo tem coragem, e vontade de mudar de atitudes.
LEOVEGILDO LOPES DE MATOS

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 30/08/2017

Prezado Marco Aurélio e Élcio: concordo com vocês que nossos produtores precisam melhorar muito seus sistemas de produção. Comida abundante e de boa qualidade, tanto no verão quanto no inverno (seca e chuva), deve ser a necessidade principal a ser atendida antes de qualquer outra ação. Entretanto, imaginar que ele precisa trocar de vacas ou utilizar IATF, um avanço tecnológico fantástico, mas não creio que atenda alguma necessidade desses leiteiros. Se esse indivíduo descartar seus animais seria por preços baixos ou baixíssimos. Já a compra ou financiamento das vacas "desejadas" (não necessariamente necessárias) seria por preços de mercado tão elevados que o lucro do leite não o permitiria nunca amortizar esse "investimento". Diagamos que ele financie uma vaca de R$ 4.000,00, com uma margem digamos de R$ 0,10 por litro de leite, ela precisaria produzir 40.000 L para pagar o principal, deixando os juros descobertos. Um protocolo de IATF, custando R$ 70,00 a 80,00, implica em disponibilizar 700 a 800 L de leite para pagar alguma coisa, que com o valor de uma dose de sêmen de touros disponíveis no mercado, custaria muito menos. Para pequenos produtores, com 5, 12 e quem sabe 22 vacas como vc menciona, ele não precisa observar cio de todas elas: a Mimosa e a Malhada, já avançadas na gestação, não darão cio; a Boneca pariu na semana passada tampouco, a Princesa, inseminada na semana passada, da mesma maneira, e assim por diante. Dessa forma sobraram algumas novilhas de reposição e a Bonina, a Quaresma e a Santinha para serem observadas. Elas vem para o curral uma ou duas vezes por dia para serem ordenhadas. Se não forem detectadas quando em cio, esse indivíduo tem que buscar outra profissão, porque leite, com certeza, não deveria ser "sua praia". Infelizmente.
DUARTE VILELA

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 30/08/2017

Caro marco Aurélio e Nelson, os felicito pela posição no artigo "Produção de leite em pastagem: precisamos nos atentar para melhorias no sistema" e iria mais longe, não seria o que fazer e como fazer somente pelas pastagens, mas os sistemas produtivos. Recentemente publicamos o livro "A pecuária de leite no Brasil: cenários e avanços tecnológicos" que faz uma radiografia do setor, abordando o cenário atual e futuro da cadeia produtiva do leite, as tecnologias disponíveis e as inovações que a pesquisa agropecuária reserva para a atividade. Ao leitor deixa a mensagem de que o futuro já chegou a vários campos da ciência. Resta agora ao setor produtivo se apropriar do novo para acelerar o aumento da produção e da produtividade nas próximas décadas. Essa visão de futuro poderá assegurar ao Brasil posição de destaque e de vanguarda no cenário internacional. O livro encontra-se esgotado mas pode ser acessado gratuitamente pelo Link: https://nuvem2.sct.embrapa.br/index.php/s/Sl4SOrHh7TITIl6 graças a uma parceria da Embrapa com o Mistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
LATICINIOS REZENDE LTDA

MONTANHA - ESPÍRITO SANTO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA LATICÍNIOS

EM 30/08/2017

Bom dia.

No verão tem o pasto mais não tem conforto, no inverno tem conforto mais não tem pasto, é difícil de conciliar.
NEI ANTONIO KUKLA

UNIÃO DA VITÓRIA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2017

Excelente!

Vamos ser bons produtores de pasto e deixar que produzir leite a vaca faz e muito bem.

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