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Silagem de milho transgênico: O problema da área de refúgio

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 24/06/2013

2 MIN DE LEITURA

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A partir do próximo mês, os pecuaristas começarão a se preparar para a próxima ‘safra de silagem’, adquirindo equipamentos e insumos, principalmente para as culturas anuais como o milho e o sorgo. Desse modo, será o momento de escolher o híbrido a ser plantado e, a maioria, fará a opção por materiais transgênicos, como vem ocorrendo nos últimos anos no nosso país. Estima-se que mais de 70% das sementes de milho adquiridas no mercado brasileiro no ano passado eram transgênicas.

A transgenia não é algo novo, contudo ganhou força na agropecuária nos últimos tempos. Ela nos propiciou indivíduos com características importantes, com destaque para as plantas que apresentam resistência às pragas. Contudo, o uso desta tecnologia nas fazendas requer cuidados especiais. Um dos mais importantes é plantio da área de refúgio, a qual deve ocupar cerca de 10% da área total cultivada com milho não transgênico, conforme exemplo na Figura 1. O refúgio é necessário porque irá manter insetos susceptíveis ao efeito ‘inseticida’ do milho transgênico dentro da população, prevenindo a resistência da praga e a preservação da tecnologia transgênica, ou seja, é algo vital para que continuemos cultivando o milho transgênico.



Figura 1. Modelo de refúgio que pode ser utilizado quando um híbrido transgênico é cultivado.

Contudo, quando nos deslocamos até o comércio para adquirirmos milho transgênico e não transgênico da mesma classe, ou seja, o mesmo híbrido, diferentes apenas de introdução de um gene, dificilmente nós os encontramos. Isso significa que as empresas estão disponibilizando o milho transgênico, contudo sementes do seu ‘irmão’, para serem utilizadas na área de refúgio, o produtor não consegue adquirir. Em geral, essa situação problema tem sido resolvida de duas maneiras. O pecuarista compra somente sementes de híbridos transgênicos e impacta negativamente sobre a tecnologia e o meio ambiente. Ou ele adquire sementes de um híbrido de outra classe para compor o refúgio.

Muitos poderiam pensar que a segunda opção resolveria o problema, mas ocorre que em uma lavoura de milho é impossível realizar os tratos culturais e o processo de ensilagem com híbridos de características diversas, muitas vezes, opostas. A cultura do milho possui uma janela de corte muito estreita quando utilizada como silagem. Utilizar híbridos de diferentes classes só dificultará o manejo. O produtor terá a opção de colhê-los simultaneamente e, quando isso ocorrer um dos talhões será cortado precocemente ou tardiamente. Ou colher 90% da área em um momento e 10% em outro, o que não é interessante porque as atividades se multiplicam.

Empresas produtoras de sementes, abram os olhos! A tecnologia dos transgênicos poderá ter um fim, o qual será muito precoce, causado por um motivo que se quer deveria ter existido.

Produtores, exijam das empresas a solução deste impasse. Será importante para a economia brasileira e para o meio ambiente nós utilizarmos indivíduos transgênicos de modo seguro e correto. Pensem nisso!





 

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THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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WALTER WILLIAM

SERRA NEGRA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/09/2013

Em Sta.Catarina temos noticia da não recomendação do plantio de milho trangenico para silagem. Pergunto se há noticia a esse respeito e quais seriam os motivos.
AFONSO VOLTAN

JALES - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/08/2013

A questão da produção de sementes de milho para silagem vai muito além da transgenia e da área de refugo, este um problema muito bem explicitado pelos prezados autores do artigo. Quanto temos hoje de milho próprio para silagem, com grãos dentados? Será que o mercado de sementes de milho para ensilar é tão insignificante que as sementeiras não se interessam por ele?
JORGE ANTONIO LOEBENS

VERA CRUZ - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2013

Noutro dia vi uma frase que tem muita em haver com esta discussão: "O progresso da ciência é também o da nossa ignorância; que como uma vela no fundo de uma catedral não ilumina, apenas demonstra a imensidão do que não conhecemos". Eu planto milho convencional na minha região no cedo ( agosto até início de novembro porque nesta época não temos problemas sérios com lagarta.) Já na safrinha (a partir de novembro) somente transgênico.
WELLINGTON MARCOS DE PAIVA SILVA

CARRANCAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/06/2013

Antonio Radi: "o que deveria predominar é o princípio da precaução".

Essa frase escrita pelo Antonio, sintetiza qual é o caminho certo a seguir, pois a pressa de viver está literalmente nos matando, e como apressados que somos não temos tempo para perceber isso!
CLÁUDIO VIEIRA TAVARES

CRISTIANO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/06/2013

Ano que vem já vai ter empresa comercializando transgênico com 10% de sementes sem a transgenia.
ANTONIO RADI

LONDRINA - PARANÁ

EM 27/06/2013

Prezado Ronaldo:



Pulverizar um determinado produto sobre uma espécie vegetal é uma coisa; comer este mesmo produto é outra.

O trabalho com ratos ingerindo milho Bt, conforme salientei em meu comentário anterior, é polêmico. A nossa CNTbio, por exemplo, não aceita os argumentos dos pesquisadores franceses e aponta uma série de "furos" na citada pesquisa.

A meu ver, o embate envolvendo os transgênicos tem como pano de fundo uma questão conceitual: afinal, o genoma funciona como um  "programa" ou como um "conjunto de dados"?

Pelo sim, pelo não, penso que o que deveria predominar é o princípio da precaução fazendo-se estudos de impactos por períodos mais prolongados. Ao contrário disso, no entanto, o que se vê é uma verdadeira corrida para se patentear genes.

Buscando contribuir para a resposta à sua pergunta "em quem acreditar" quero lembrá-lo que grandes companhias fabricantes de produtos químicos compraram várias empresas produtoras de sementes...
WELLINGTON MARCOS DE PAIVA SILVA

CARRANCAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Antes colonizados pelas armas, agora pela as empresas! Só indo pra rua!!!!

E ainda temos a pretensão de sermos considerados  inteligentes!
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Prezado Antonio Radi,



Se é para tocar na ferida então vamos lá, você acredita que quem está tomando um prejuízo enorme com o desenvolvimento da transgenia vai ficar de braços cruzados? Será que se os Bt  fossem tão cancerígenos, os primeiros a morrerem de cancer não deveriam ter sido os consumidores de produtos organicos que são tratados com este produto? E o que dizer sobre quem faz a aplicação de Bt nas plantações sem nenhum equipamento de proteção? Veja que situação, de um lado temos uma tecnologia nova e seus desenvolvedores ganhando dinheiro com a venda de sementes ( se bem que já ganhavam antes da transgenia ) e de outro temos os que sempre ganharam dinheiro vendendo veneno ( e que não querem parar de ganhar), em quem acreditar? Você seria capaz de me responder?  
LUCIANO DA SILVA ANDRADE

NOVA CANAÃ - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Bem... acho que devemos pensar muito antes de comprar sementes transgênicas.

Tem muitos efeitos de alimentos seculares que só conseguimos associar a anomalias nos dias de hoje a exemplo da lactose, frutose, glutem, etc, imaginem quanto tempo teremos certeza destas novidades. Para nós produtores é sempre um atrativo econômico ficar livres de pragas, mas nossa consciência em primeiro lugar.
ANTONIO RADI

LONDRINA - PARANÁ

EM 26/06/2013

Caro Thiago, você falou em "tocar na ferida"... pois bem, vamos cutucar um pouco mais fundo então.

Tomemos como ponto de partida as considerações do José Antônio. Sim, a maioria das empresas que atuam no segmento de melhoramento genético vegetal são multinacionais, mas não é só isso; segundo Martins (2011) apenas dez grandes companhias controlam 67% do comércio mundial de sementes.

Quando o José Antônio toca na questão ambiental, faz outro comentário pertinente; afinal, existem muitas dúvidas quanto a inocuidade dos OGMs transgênicos para o meio ambiente. Mas há ainda outro aspecto: o da saúde humana. Um polêmico trabalho conduzido por cientistas franceses e publicado na revista "Food and Chemical Toxicology" relacionou a ingestão de milho Bt com o aumento da frequência de tumores em ratos.  

Era para tocar na ferida, não era?
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/06/2013

Prezado José Antonio,



Se você me apresentar provas concretas que jogar toneladas de veneno no meio ambiente é mais saudável que plantar transgênicos talvez eu possa pensar em me sacrificar para salvar a humanidade.
DÍRION PINZON

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 26/06/2013

Talvez, nossa saúde é um espelho do meio em que vivemos.
JOSÉ ANTÔNIO REIS

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/06/2013

Prezado Ronaldo.

É um direito seu.

O nosso umbigo não deve ser tão maravilhoso que nos impeça pensar num todo.

Eu não me preocupo somente comigo; eu vejo a sociedade como um todo.


RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/06/2013

Caro José Antonio,



Eu sou produtor e cultivo transgênicos,  para mim qualquer coisa que me livre de usar veneno é bem vinda. Tenho muito amor a minha vida, creio que veneno é pior ao meio ambiente que os transgênicos, mas se não for... bem... entre minha saúde e o meio ambiente qual você acha que eu escolho?
VINÍCIUS ALVES

MARINGÁ - PARANÁ - TRADER

EM 25/06/2013

olha que ideia essa Thiago!!!
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/06/2013

Caro José Antônio, é por este motivo que nós escrevemos este artigo. Estamos tocando na ferida de um problema que nós estamos atravessando. Uma vez o assunto em questão,  vamos dar dimensão à ele.

Com certa frequência nós estamos sendo criticados por tocar em assuntos polêmicos, mas muitos não compreendem que esse é o nosso papel.

Vamos inserir mais um tema em meio a tantas manifestações que ocorrem neste momento.



Att,



Thiago & Rafael
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/06/2013

Caro Vinícius, a solução é a disponibilização de híbridos da mesma classe (um transgênico e o outro convencional). Ocorre os produtores, de algum modo, precisam exigir isso das empresas. Não adquirir híbridos transgênicos pode ser um caminho para protestarmos.



Att,



Thiago & Rafael
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/06/2013

Prezado Luciano, esta é uma alternativa que está sendo estudada principalmente pelos americanos, contudo, segundo os entomologistas, a inserção de plantas convencionais em meio as transgênicas não resolve o problema por questões de distribuição da praga na lavoura.

Quanto ao uso de plantas que são resistentes aos herbicidas, por exemplo, este fato se torna mais grave pois não possibilidade de haver a aplicação do produto em lavouras que possuem a associação de plantas.

O correto, até o presente momento, é plantarmos áreas diferentes como foi discutido no artigo.



Att,



Thiago & Rafael
JOSÉ ANTÔNIO REIS

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/06/2013

Muito boa a colocação do Vinícius. Eu ainda pergunto: Como faremos, se as empresas, que sabemos ser quase a totalidade estrangeiras, resolverem boicotar a agricultura brasileira, assim que tiverem todas as áreas dependentes dos transgênicos? E no meio ambiente, alguém pensou?
RITA DE CÁSSIA RIBEIRO CARVALHO

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/06/2013

Parabéns pelo artigo!

A recomendação da CTNBio para o MRI (Manejo para Resistência ao Inseto) é a utilização de área de refúgio. Tal recomendação é o resultado do consenso de que o cultivo do milho Bt em grandes áreas resultará na seleção de biótipos das pragas-alvo resistentes às toxinas do Bt. Portanto, é  bom ressaltar que para glebas com dimensões acima de 800m cultivadas com milho Bt, são necessárias faixas de refúgio internas.

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