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Ranking ABRALEITE 2022: captação dos maiores laticínios cai 2,4%

PANORAMA DE MERCADO

EM 20/04/2023

6 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 20/04/2023

O 26º Ranking dos Maiores Laticínios do Brasil foi divulgado nesta semana trazendo os resultados referentes ao ano de 2022. Uma iniciativa e realização da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), a pesquisa recebeu o apoio da CNA, EMBRAPA Gado de Leite, G100, OCB e VIVA LÁCTEOS, com o patrocínio exclusivo da ABS Brasil. A versão 2022 completa 26 anos de levantamentos ininterruptos com a maioria das empresas participando desde o ano de 1997.

No levantamento de 2022, participaram do ranking 14 empresas de laticínios e cooperativas, duas pela primeira vez, sendo que do total, sete são cooperativas e sete são empresas privadas. O volume total de recepção do leite foi de 8,4 bilhões de litros, registrando uma queda anual de 2,4% e representando 35% de toda a captação de 2022 (total Brasil), segundo o IBGE, avançando em 4 p.p. frente a representatividade de toda a captação de 2021.

Algumas empresas que integrariam o ranking foram convidadas a participar, mas não responderam à pesquisa da Abraleite, como Cemil, Italac, Lactalis, Vigor (Lala) e Tirol.

Ao contrário do que ocorreu em 2021, em 2022 a variação anual negativa no volume captado pelas maiores empresas do mercado foi inferior a variação da captação total do país segundo o IBGE (que foi de -5,0% em relação ao volume de 2021).

Pelo terceiro ano consecutivo o Laticínios Bela Vista seguiu como a mais bem colocada no ranking, com uma captação de cerca de 1,57 bilhões de litros de leite em 2022, seguida novamente pela UNIUM, Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal, que captaram aproximadamente 1,3 bilhões de litros de leite, como pode ser observado no gráfico 1. Na variação anual em relação a 2021, o Laticínios Bela Vista teve um recuo de 11% no total captado, enquanto a UNIUM apresentou uma variação anual positiva, mas sutil (de 0,1%), como pode ser observado no gráfico 2.

Gráfico 1.  Volume de Captação Total e variação anual por empresa (2022 vs 2021).


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.
 

Gráfico 2. Variação do Volume de Captação Total (2022 vs 2021).


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.
 

Porém, após dois anos consecutivos mantendo o TOP 3 no ranking, em 2022 esse cenário se alterou por conta do terceiro colocado, que passou a ser a Alvoar Lácteos, que não existia em 2021, e que em 2022 representa a união dos Laticínios Betânia e Embaré, enquanto em 2021 participava da pesquisa somente a Embaré. Dessa forma, a Nestlé, que passou por uma queda anual na captação de 11,4%, passou a ser a 4° empresa do ranking.

Outro ponto importante em relação ao ranking é a origem do leite captado. Em 2022, enquanto a representatividade do leite captado diretamente de produtores aumentou de 75% para 79%, a participação do leite de terceiros no ranking diminuiu de 25% para 21%, sendo que vale destacar que, com a criação da Alvoar Lácteos, o número de produtores subiu significativamente, como é pontuado no gráfico 3, sendo esse o principal fator atrelado a essa mudança, já que a maior parte das empresas apresentaram recuo no número de produtores diretos.

Ao todo, houve um incremento de 2.243 produtores nas empresas participantes em 2022, sendo que somente em relação a Alvoar Lácteos, o incremento registrado foi de 3.111 produtores.

Gráfico 3. Variação do número de produtores diretos (2022 vs 2021).


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.

 

Enquanto em relação ao volume de leite captado de terceiros, a maior parte das empresas também apresentou uma variação anual negativa, como é observado no gráfico 4, com somente a Aurora Coop apresentando um significativo aumento nesse volume, que passou de 10,7 milhões de litros em 2021 para 22,6 milhões de litros em 2022,  volume ainda baixo levando-se em consideração todo o volume captado pela empresa em 2022.

Gráfico 4. Variação do volume captado de terceiros (2022 vs. 2021) das empresas participantes do Ranking ABRALEITE 2022.


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.

 

em relação a produção média dos produtores, 2022 encerrou apresentando um recuo de 3,1% em relação a produção média de 2021, que foi de 450 litros/dia para 436 litros/dia em 2022 (como mostra o gráfico 5). Porém, quando comparado o resultado de 2022 com o resultado de 10 anos atrás, 2012, houve um importante crescimento de 57,4%, reforçando a tendência de crescimento médio do volume por produtor de leite em nosso mercado.

Gráfico 5. Produção média diária (litros/dia) dos produtores fornecedores das empresas participantes do Ranking ABRALEITE 2022.


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.

 

Em relação a produção média diária por produtor por empresa, a UNIUM ocupou a primeira colocação, com uma média de 2,86 mil litros por dia por produtor, um avanço de 17,8% em relação ao resultado obtido pela empresa em 2021 (de 2,43 mil litros produzidos por dia por produtor). A Danone, segunda colocada, também apresentou uma importante variação anual de 11,8%, com 1,73 mil litros de leite por dia por produtor em 2022 (observe o gráfico 6).

Gráfico 6. Variação da produção média/produtor/dia (2022 vs 2021).


Fonte dos dados: Abraleite/Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado.

 

O 1º Vice-presidente da ABRALEITE, Roberto Jank Jr, aponta duas questões principais advindas das informações obtidas pelo ranking: queda de 17% no volume comprado de Terceiros por estas indústrias (maior importância dada ao leite direto de produtores); apesar do volume captado pelas indústrias do ranking ter caído 2,4%, essa redução é a metade da redução observada em todo o mercado pelo IBGE (-5%). Ainda segundo ele, o ranking confirma participação das maiores indústrias captando volume próximo a 35% do mercado formal brasileiro – junto com as outras empresas que não participaram, o grupo congregaria quase 50% do leite formal brasileiro. Assim, as sinalizações transmitidas por estas empresas aos seus produtores tem relação direta com a evolução do setor de produção de leite em todo o país, dada a importância e abrangência do grupo.

Sobre a consolidação em curso no setor industrial, Jank não enxerga problema na consolidação em si (vislumbra uma profissionalização do setor com ou sem ela) e indica que os resultados e consequências dela são bastante dependentes de como funcionará no futuro do mercado a lei de oferta e demanda; se tivermos demanda, é bastante possível que a consolidação traga maior profissionalização no setor e nas relações produtor indústria (com maiores e melhores critérios de qualidade na precificação do leite e etc.). Se não houver demanda e houver muita importação de leite (como no atual momento), esta relação produtor-indústria tende a uma profissionalização mais lenta.

Também sobre a consolidação do setor industrial, Márcio Nery, Diretor da ABS Brasil, considera que ela é natural para o setor, tanto entre os produtores quanto nas indústrias. Considera que o melhoramento genético não é uma demanda só do produtor de leite. Volume, sustentabilidade financeira e ambiental, boas práticas e bem-estar animal também são demandas dos laticínios e a empresa apoia a iniciativa da Abraleite para entender os caminhos do setor industrial brasileiro e o atendimento destas suas demandas.

Na avaliação de Geraldo Borges, Presidente da ABRALEITE, “o ranking espelha a situação vivida no mercado em 2022 de redução na oferta de leite, em decorrência da soma de diversos fatores dentre eles o clima, altos custos de produção nas propriedades leiteiras e das indústrias (ainda efeito da pandemia e guerra no Leste Europeu) e queda no consumo. Esta situação de redução na oferta e conseguinte queda na captação de leite pelos laticínios, não favorece nenhum dos segmentos do setor lácteo”.

Ainda segundo a observação do Presidente da ABRALEITE, “o aprendizado desta situação é que, como trabalhamos com fatores que não temos como controlar, produtor e indústrias devem procurar (se possível em conjunto) ganhos de produtividade para que possam enfrentar situações semelhantes no futuro. Esperamos que os fatores de mercado não dificultem a consolidação de atores do setor leiteiro, como indústrias de laticínios e cooperativas, que são um elo de ligação da produção com a comercialização.”

Na Tabela 1 é possível conferir todas as informações disponíveis sobre os dados do 26º ranking das maiores empresas de laticínios do Brasil em 2022.

Tabela 1. Ranking consolidado e informações sobre os 14 maiores laticínios do Brasil 2022, segundo o Ranking ABRALEITE 2022.

MilkPoint Mercado

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CAROLINE SCHONARTH

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 15/06/2023

Muito bom!
WILLEM VAN DER VLIET

CAIÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/04/2023

Quais laticinios grandes não quiseram participar do levantamento?
STEPHANIE ALVES GONSALES

MARÍLIA - SÃO PAULO

EM 24/04/2023

Olá, Willem! Como vai?

Obrigada pela sua participação! Como consta no texto, algumas empresas que integrariam o ranking foram convidadas a participar, mas não responderam à pesquisa da Abraleite, como Cemil, Italac, Lactalis, Vigor (Lala) e Tirol.

Se eu puder ajudar em mais alguma coisa, estou à disposição.
Obrigada por nos acompanhar e continue por aqui.

Abraços, boa semana!
MILTON FLÁVIO NUNES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/04/2023

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