Yakult espera crescer no Norte e Nordeste

A Yakult planeja aumentar sua receita em até 10% neste ano com um aumento das vendas nos estados do Norte e Nordeste e com a ampliação da produção de sucos de maçã, segundo o presidente da subsidiária brasileira, Masahiko Sadakata. A expansão nas duas regiões deve exigir novas fábricas para atender a esse mercado.

Em 2007 a receita da empresa cresceu 7% no Brasil, ficando em US$ 2,314 bilhões no ano encerrado em março de 2007, o que representou 10% do faturamento global do grupo. As vendas de leite fermentado representam 70% do total da empresa no Brasil.

A venda direta (porta a porta) representou 65% do faturamento da Yakult no Brasil há dez anos e fechou 2007 com 53%. "As pessoas estão vivendo cada vez mais em apartamentos e estão com medo. Isso dificulta o trabalho das vendedoras", explicou. "Mas existe muito espaço para crescer nesse mercado ainda", disse o executivo, citando os estados do Norte e Nordeste como potenciais para esse tipo de comércio.

Segundo ele, esse tipo de venda é mais vantajosa pois "em trinta dias entra o dinheiro". E o porta a porta tem tudo a ver com a nova aposta do grupo, a ampliação das vendas de cosméticos, que não chegam a 1% do faturamento da empresa no Brasil.

Na última segunda-feira, embarcaram para a Bahia um diretor e outros dois funcionários para organizar melhor a operação da empresa na região. Segundo o executivo, a expectativa é crescer 50% pelo menos no Nordeste este ano. "Se nós conseguirmos dobrar as vendas na região podemos construir uma fábrica em dois ou três anos", disse. "Mas por enquanto são só projetos."

O estado do Amazonas também chama a atenção da Yakult. Sadakata contou que a empresa começará a fazer testes com seus produtos em até quatro meses no Amazonas - onde ainda não atua. "É um mercado potencial de 2 milhões de habitantes." Se corresponder as expectativas, uma fábrica também pode vir a ser necessária na região dentro de seis anos.

Depois de 40 anos no mercado brasileiro, a Yakult ainda precisa importar leite porque o produto nacional não atende às especificações técnicas para a produção de leite fermentado. Há três anos a empresa iniciou a importação de leite da Argentina, Uruguai e de países da Europa. Hoje, a matéria-prima importada representa 60% do consumo da empresa no Brasil. Outros 15% são produzidos pela própria Yakult em suas fazendas em Bragança Paulista (SP) - a capacidade de produção é de 30 mil litros por dia - e compra o restante de alguns produtores de Goiás.

Segundo o executivo, a empresa está conversando com produtores para que sejam tomadas medidas que façam com que o leite seja ideal para atender a Yakult. A meta é ampliar a base de produtores brasileiros para até 40% dos fornecedores nos próximos anos.

As informações são de Wilson Gotardello Filho para o jornal Gazeta Mercantil.