Algumas das iguarias da culinária marajoara como o "x-búfala", uma versão saudável dos sanduíches de fast food, sorvete de leite de búfala com frutas típicas, peixe frito e açaí são alguns dos alimentos regionais que fazem parte do cardápio de 4.500 alunos da rede pública de Soure, na ilha do Marajó. A merenda, que inclui aperitivo, entrada, prato principal, sobremesa e suco, é disponibilizada de segunda a sexta, de 9h às 10h30 nas escolas durante a pandemia.
Com ingredientes naturais, as refeições são preparadas com produtos adquiridos da agricultura familiar de Soure. Presididas por jovens mulheres, a Associação dos Agricultores dos Campos do Marajó (AAFCAM) e a Associação dos Batedores, Produtores, Extrativistas e Peconheiros de Soure (Abepas), fornecem mais de 40 produtos do cardápio escolar, além de dez mil litros de açaí do tipo médio.
Ao todo, cerca de 4.500 famílias de crianças e adultos em processo de alfabetização, matriculados nas 23 escolas de ensino fundamental do município recebem os alimentos naturais. A quantidade de comida ofertada é proporcional ao número de membros das famílias. As refeições são preparadas na cozinha experimental da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e nas cozinhas das próprias escolas.
Para a construção do cardápio, são analisadas as ofertas e demanda dos produtos, bem como o calendário agrícola e costumes locais.
“Exploramos as potencialidades da agricultura e damos espaço à criatividade. A maioria dos nossos alunos não tem condições socioeconômicas de comprar o que dá vontade de comer, a maioria nunca viajou. Por que, então, não trazer para eles a comida dos comerciais de televisão em um formato que valoriza a regionalidade paraense e proporciona saúde?”, disse o nutricionista Georgio Penha, responsável técnico pela merenda escolar em Soure e Salvaterra.
A promoção da nutrição e cultura por meio da alimentação é uma iniciativa da Prefeitura de Soure, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). O contrato no valor de quase R$ 600 mil, fixado em 2020, chega a atingir 70% de lucro para os agricultores dependendo do produto fornecido, de acordo com a Emater.
As informações são do G1.