O desaquecimento do consumo de produtos alimentícios deve continuar no terceiro trimestre. A avaliação é do vice-presidente e diretor de relações com investidores da Vigor, Vinicius Vieira Ramos. Segundo ele, o ânimo do consumidor não se alterou do fim de junho para cá. "O mercado de lácteos está devagar como conseqüência do emprego e da renda", analisa.
No segundo trimestre, em razão do baixo consumo, houve excesso de oferta, o que impactou os resultados da empresa. A receita líquida cresceu 10,6%, para R$ 170,322 milhões, mas as despesas com vendas e operacionais engoliram parte desse aumento, impedindo um melhor desempenho. O lucro de R$ 146 mil de abril a junho de 2004 transformou-se em prejuízo de R$ 1,650 milhão.
A fim de ampliar a receita, a fabricante de produtos lácteos e gordurosos realizou diversos investimentos no período, que consistiram basicamente na montagem de centros de distribuição e melhorias nas fábricas de São Paulo, São Caetano do Sul (SP) e Anápolis (GO), para aumentar a produção, diminuir custos e melhorar a distribuição. Com isso, as despesas operacionais cresceram 17%, para R$ 61,4 milhões.
As medidas para ampliação das vendas, na expectativa da empresa, devem produzir resultado nos próximos meses e ajudar a compensar o fraco desempenho do consumo. A Vigor foi poupada dos efeitos da desvalorização cambial, pois não trabalha com commodities como o leite em pó ou condensado.
Produtores, sobretudo da região Sul, reclamaram da falta de atrativos para exportar e ainda da superoferta no mercado interno, que acabou absorvendo os produtos que iriam para o exterior. "A natureza de nossos produtos (lácteos refrigerados) não possibilita a exportação", considera o executivo.
Menos de 2% do faturamento da Vigor vão para o mercado externo. São exportados margarina, requeijão e queijo ralado para países da África, Bolívia, Chile. Os Estados Unidos importam iogurtes, remetidos via aérea.
Ramos afirmou que a empresa não tem novos investimentos planejados para os próximos meses. A última grande iniciativa foi há quatro anos, numa fábrica de margarinas em Anápolis.
A Vigor despertou o interesse da administradora de recursos Hedging-Griffo. Recentemente, os fundos da instituição atingiram uma fatia de 5% do capital preferencial (sem direito a voto) da companhia.
Fonte: O Estado de S.Paulo (por Márcia Furlan), adaptado por Equipe MilkPoint
Vigor tem prejuízo com baixo consumo
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