“A alimentação é determinada pela cultura, história e hábitos das pessoas e não necessariamente é possível aplicar resultados de outro país que não seja dentro do próprio. Por isso, é muito importante estudar qual é o padrão alimentar dos brasileiros. Além de descobrir quais as características desse padrão, que possui variação regional e que vai proteger a saúde dos próprios brasileiros”, explica Maria Laura Louzada, professora do Departamento de Nutrição da FSP-USP e pesquisadora do Nupens, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.
O feijão e arroz da alimentação brasileira difere de países como EUA e Reino Unido, que já se caracterizam pelo alto uso de produtos industrializados alimentícios para pronto consumo. “Mas sabemos que esse padrão está mudando e cada vez mais a gente se aproxima do padrão dos países do norte”, afirma Maria Laura. Segundo ela, é justamente por isso que nesse estudo do Nupens serão observados qual o impacto na saúde das pessoas que tenham aderido a esse padrão mais ocidental e o que acontece com essas pessoas ao longo dos anos, caso haja mudança de seus hábitos alimentares.
“O Nutrinet se propôs a ser o maior estudo de acompanhamento de pessoas já realizado no Brasil, com o objetivo de acompanhar por dez anos pelo menos 200 mil pessoas.” Sendo totalmente virtual, com cadastro feito no site nutrinetbrasil.fsp.usp.br, qualquer brasileiro acima de 18 anos, residente nas 27 unidades da federação, pode participar, mediante resposta de um questionário que vai coletar informações como alimentação do dia anterior, histórico de doenças e escolaridade. A pesquisadora garante que não é preciso se preocupar com a coleta de dados, pois eles ficarão armazenados sob absoluto sigilo.
As informações são do Jornal da USP.