Uruguai estuda fixar cotas para garantir abastecimento

Diante da atual conjuntura da indústria de lácteos uruguaia, que está destinando maior quantidade de leite ao mercado externo devido aos melhores preços, fontes do setor disseram ao site Observa que o Governo está estudando a possibilidade de fixar uma cota de leite destinado ao mercado local para evitar desabastecimento.

Dentro do setor, afirma-se que a Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), maior empresa de lácteos do país, teria levado ao Governo sua preocupação com a diminuição de suas margens e poder de compra de leite por manter a oferta de leite fluido ao mercado interno, enquanto seus competidores vendem o produto ao mercado internacional, onde obtêm melhores preços.

O presidente da Conaprole, Jorge Panizza, negou que tenha feito um acordo com o Ministério da Pecuária e Agricultura (MGAP) para garantir o abastecimento, como foi divulgado recentemente na mídia uruguaia, mas admitiu que chegou a conversar com o Ministério sobre o assunto.

Embora não tenha sido divulgado o conteúdo deste possível acordo, uma das possibilidades é que o MGAP imponha uma cota às empresas para abastecer o mercado interno, segundo disseram fontes da indústria. Até agora, as empresas têm liberdade de comercializar sua produção e determinar o preço de seus produtos vendidos ao exterior. No entanto, o Estado fixa o preço pelo qual o leite deve ser vendido ao consumidor uruguaio.

Por outro lado, o integrante da diretoria da Conaprole, Wilson Cabrera, disse que a "Conaprole sempre teve seu compromisso com o mercado interno", de forma que sugeriu que o Governo deveria, através da Junta Nacional de Leite, instrumentar um sistema de subsídios ou liberar o preço do leite.