Uruguai: Conaprole tem negócios consolidados até 2009

A Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), a principal cooperativa de lácteos do país, tem as exportações consolidadas até o primeiro trimestre de 2009. A empresa disse que a crise mudou o tipo de demanda e que agora negocia contratos de curto prazo.

A instabilidade nos preços internacionais dos produtos lácteos tem modificado o tipo da demanda dos clientes externos. "As compras que agora são realizadas são para abastecer as necessidades de curto prazo", disse o executivo do Departamento de Comercialização da Conaprole, Javier Fernández, ao Últimas Notícias. "Existe uma demanda muito fechada em matéria de lácteos, porque os compradores especulam com a eventualidade de que o preço diminua mais e, em conseqüência, retardam até o último momento as ordens de compra".

Fernández disse que a cooperativa mantém vigentes vendas de lácteos e derivados até o primeiro trimestre do próximo ano, a partir de negócios consolidados meses atrás, mas após estourar a crise global, a demanda internacional de lácteos se retraiu. "Ocorre que ainda ninguém pode fazer projeções. Todavia, não se conhecem os dados definitivos do consumo mundial de lácteos e derivados, mas os dados parciais dos primeiros sete meses do ano indicam que em 2008 houve um leve aumento com relação ao consumo mundial registrado durante o mesmo período de 2007".

Ele reconheceu que a falta de preços estáveis no mercado global "tem tornado o mercado mais pesado", ainda que nada indique que as exportações vão desaparecer. "Os produtos lácteos sempre têm forte demanda no mundo em desenvolvimento, de modo que a questão é esperar para ver qual é o novo valor que o mercado fixa. Isso nos permite saber que a retração de hoje não durará para sempre".

A principal oferta da Conaprole no mercado externo é de leite em pó integral e desnatado, queijos e manteiga. "O consumo de queijos e manteiga tem baixado, mas o de leite em pó integral e desnatado tem aumentado. Apesar de tudo, o mercado segue com pouca fluidez".

A demora dos negócios internacionais devido à conjuntura tem levado a cooperativa a mirar no mercado doméstico de lácteos. "O mercado doméstico é muito pequeno para compensar a falta de negócios devido à crise", disse Fernández.

A reportagem é do Últimas Notícias, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.