Uruguai: Conaprole mantém negócios com o exterior

O presidente da Cooperativa Nacional de Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole), Jorge Panizza, disse que, apesar das dificuldades dos mercados, a cooperativa continua concretizando negócios e que, no momento, a empresa não pensa em fechar plantas de leite nem dar folga aos funcionários.

Segundo ele, é "normal" que nesta época do ano o envio de leite baixe como conseqüência da entrada do verão. Neste sentido, Panizza disse que "os níveis de captação de leite que se tem hoje em dia são muito similares aos que se tinha no ano passado", embora ele admita que talvez tenha, nos últimos dias, ocorrido uma ligeira redução na captação.

Consultado sobre a possibilidade de paralisar alguma planta pela queda da captação, ele disse que "no momento não se pensa em tomar este caminho". No entanto, Panizza reconheceu que se a queda na produção continuar, será avaliada a possibilidade de fechar alguma outra planta. Atualmente, a Conaprole tem uma planta de processamento de leite em pó fechada.

Com relação às exportações, Panizza disse que a Conaprole continua realizando negócios no momento. Os preços das vendas seguem baixos e a possibilidade de abrir novos mercados está bastante complicada. Atualmente, aguarda-se por uma licitação para leite em pó lançada pela Argélia. Os principais mercados da Conaprole são Venezuela, México e Cuba.

Quanto ao preço, a tonelada de leite em pó está entre US$ 1.800 e US$ 2.000. No entanto, Panizza disse que cada negócio se faz com preços diferentes dependendo do país, do volume de mercadoria e da forma de pagamento. De qualquer forma, estes valores estão muito distantes do preço do começo do ano passado, quando a tonelada de leite em pó chegou a ser vendida a mais de US$ 4.500.

Paralelamente, os produtores de leite estão enviando vacas leiteiras ao abate por causa da seca. O presidente da Câmara Uruguaia de Produtores de Leite, Horacio Leaniz, disse que muitos produtores estão "reduzindo" seus rebanhos leiteiros por causa da seca e enviando as vacas para os frigoríficos. "Esta é uma situação muito grave que não se pode recuperar nem em curto nem em médio prazo". Ele disse que alimentar as vacas com ração está levando muitos produtores a trabalhar no vermelho.

A reportagem é do El País Digital, adaptada e traduzida pela Equipe MilkPoint.