UE: rotulagem de gordura trans pode prejudicar lácteos

A rotulagem do teor de gordura trans que ocorre naturalmente nos produtos lácteos pode enganar os consumidores e dar aos produtos uma imagem ruim, disse o especialista em efeitos de gorduras na saúde, o professor holandês Ronald Mensink, à agência Reuters.

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A rotulagem do teor de gordura trans que ocorre naturalmente nos produtos lácteos pode enganar os consumidores e dar aos produtos uma imagem ruim, disse o especialista em efeitos de gorduras na saúde, o professor holandês Ronald Mensink, à agência Reuters.

Mensink, que com outros colaboradores provou em 1990 que a gordura trans artificial aumenta os níveis do colesterol ruim, disse que o mundo carece de informações sobre o impacto para a saúde das gorduras trans de ocorrência natural.

Segundo ele, uma ação para introduzir na Europa informações sobre os níveis de gordura trans dos alimentos no rótulo deveria distinguir entre as formas de ocorrência natural e artificial da gordura. Caso contrário, a imagem dos produtos que contêm gorduras trans de ocorrência natural, como leite, queijos e carne de ruminantes, poderá ser prejudicada.

"O risco é que se você rotula os produtos lácteos como tendo uma quantidade substancial de gordura trans - e esta pode ser de 4% da gordura total, por exemplo - as pessoas pensarão que os lácteos e o leite são ruins, e isso não é verdade. Os produtos lácteos não são simplesmente gordura ou simplesmente gordura trans, mas sim, são fontes ricas de proteínas e cálcio".

A maioria das gorduras trans é criada industrialmente quando óleos líquidos são transformados em gorduras sólidas como margarinas, para aumentar o prazo de validade dos alimentos. Essas gorduras também aumentam a quantidade do colesterol ruim no sangue e reduzem os níveis do colesterol bom, aumentando os riscos de doenças cardíacas.

O Canadá e os Estados Unidos já tornaram obrigatória a rotulagem da quantidade de gordura trans artificial presente nos alimentos para estimular hábitos mais saudáveis e fazer com que os produtores reduzam os níveis de gorduras trans dos alimentos.

Especialistas em saúde britânicos e a Agência de Padrões de Alimentos (Food Standards Agency - FSA) do Reino Unido estão pressionando por mudanças na legislação européia para seguir esses exemplos e introduzir essas informações nos rótulos dos alimentos. No entanto, Mensink disse que o debate na Europa também envolve o leite e os produtos lácteos. É importante discutir exatamente como o teor de gordura trans seria expressado no rótulo para evitar enganar os consumidores, disse ele.

"Se você tem somente 1% de gordura no alimento que contém 10% de gordura trans, não deve rotular como 10% de gorduras totais, porque está errado".

Mensink faz parte de uma equipe que trabalha em um projeto europeu, financiado por um consórcio de companhias, incluindo a Nestlé. A equipe está estudando os efeitos dos ácidos graxos trans naturais na saúde humana comparado com a gordura trans artificial. Um estudo similar está sendo feito nos EUA.
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