UE quer bem-estar animal nas regras da OMC
A União Europeia está propondo a um grupo restrito de países, entre os quais figura o Brasil, a inserção das regras de bem-estar animal nas normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo e o setor privado brasileiros estão preocupados com as intenções por trás dos esforços da UE. Há temores sobre eventual uso do tema como "moeda de troca" para garantir uma possível sobrevida aos subsídios agrícolas concedidos pelo bloco a seus produtores, principalmente em tempos de profunda crise.
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Nas entrelinhas, porém, teria ficado clara a disposição da UE em usar o tema do bem-estar, caro aos consumidores e ONGs de proteção dos animais, como um "escudo" na defesa da extensão dos subsídios agrícolas no bloco. "Não aceitaremos a imposição de regras de bem-estar animal como uma forma de barreira comercial. Dissemos isso claramente à UE", afirma o secretário de Desenvolvimento Agropecuário do Ministério da Agricultura, Márcio Portocarrero, que representou o governo brasileiro na conferência.
O embaixador da UE no Brasil, o português João Pacheco, defende o uso dos princípios de bem-estar animal como regras de comércio internacional, mas esclarece que os debates ainda estão restritos à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), um braço da OMC para o tema com 172 países-membros. "São regras que não têm qualquer incompatibilidade com a OMC. Essa discussão existe e gostaríamos que houvesse a absorção dessas regras pela OMC. Mas as discussões ainda estão na OIE", afirma.
A política das "cinco liberdades" da UE prevê garantia de água, alimento, espaço adequado e descanso, além do direito de não sofrer doenças, dor, ferimentos, medo ou angústia. Os europeus desenharam um plano de ação até 2010 para melhorar os níveis de proteção e bem-estar dos animais, considerados "seres sensíveis" pelo bloco.
"Concordamos, estamos avançados, até mais do que eles em alguns casos, mas é preciso ter debates. Temos que resolver juntos com a sociedade", afirma o secretário Portocarrero. Mas o governo não vai impor regras no mercado interno, segundo ele. "Elas serão voluntárias. É um tema novo, que pegou o setor privado de surpresa e o mundo tem que construir parâmetros, e não apenas aceitar imposições".
O governo teme os impactos econômicos sobre o setor rural. "O produtor europeu e americano quer saber se haverá subsídios, mas o brasileiro quer saber se vai pagar o pato sozinho", resume Portocarrero. Ele alerta que as regras implicam a redução da população animal, a elevação dos custos de transporte e de alimentação dos animais. "Dizem que essas boas práticas remuneram as ações, mas ninguém ainda provou isso".
Se passarem ao âmbito da OMC, as regras devem obrigar produtores e indústrias a se adaptarem até 2012 a rígidos padrões de criação, alimentação, transporte, armazenagem e distribuição de carnes bovina, suína, de frango e peixe, além de outros derivados animais.
As informações são de Mauro Zanatta para o jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela equipe AgriPoint.
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RIO VERDE DE MATO GROSSO - MATO GROSSO DO SUL
EM 03/02/2009
Que tratos são esses? É muito fácil procurar falhas no umbigo dos outros. Com certeza, apoio o comentário do Ronaldo, de Janaúba. Penso que aumentar as exigências é uma demonstração de medo de concorrência.
Apoio muito o bem estar animal, mas não concordo que este seja ensejo para protecionismo. Nós produtores brasileiros é que temos que mostrar nosso potencial e evitar regras como instrumento de desvalorização do leite nacional.

SÃO PAULO - SÃO PAULO
EM 03/02/2009
Ao invés de continuar perdendo tempo com tentativas de ressuscitação do Mercosul, missões comerciais à Tunísia e bobagens do gênero, está mais do que na hora do Itamaraty levar a sério os reais interesses do país e preparar, ouvindo o setor privado brasileiro, um arsenal crível e exequível de medidas compensatórias e de retaliação que possam ser postas em efeito imediatamente após qualquer nova manifestação de hipocrisia externa contra os exportadores brasileiros. E não é só com respeito à UE: a Rússia, por exemplo, deveria receber em curtíssimo prazo notificação oficial do cancelamento de quaisquer tratativas sobre compra de equipamentos militares (o único real interesse da recente visita de seu presidente Medvedev) enquanto não forem revistas as cotas de importação de cárneos em favor dos produtos brasileiros. Chega de bancarmos os idiotas.

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS
EM 03/02/2009

PARANAVAÍ - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
EM 02/02/2009
Gado gosta de sossego, agua, pasto e pouco sal e gente!
A perda de peso para manejar o gado para atingir toda essa exigencia não compensa. O bonus no preço da arroba é piada. Precisamos é de acordo bilateral!
Abraços.