UE não fará concessões nas negociações com a OMC

É irreal esperar que a União Européia (UE) faça outras grandes concessões nas próximas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentou a European Dairy Association (EDA) contra as críticas da posição da Europa. O secretário geral da EDA, Joop Kleibeuker, disse que a UE já fez uma boa quantidade de concessões para dar andamento às negociações da OMC.

Um debate sobre como evitar um entrave nas negociações da OMC ressurgiu agora, antes da próxima reunião formal entre os principais blocos comerciais em julho. A UE está enfrentando fortes críticas por parte de grupos e outros países por sua recusa em cortar subsídios e abrir seus mercados agrícolas para países em desenvolvimento.

Entretanto, Kleibeuker disse que a posição dos Estados Unidos com relação ao acesso a mercados está sendo vista cada vez mais por todos como "irreal". Ele disse que a UE não está sozinha e que as discussões da EDA com países em desenvolvimento, incluindo Brasil e Índia, mostraram que esses países não são tão favoráveis ao acesso a mercados de acordo com o modelo norte-americano.

O maior problema em comparar as propostas da UE e dos EUA é que ambos defendem as áreas que são mais vantajosas para si. Os EUA preferem os cortes de tarifas porque está buscando acesso a mercados, enquanto a UE se sente mais segura com os subsídios domésticos porque acredita que tem feito mais progressos nesta área.

Uma das maiores disputas entre os dois blocos está relacionada aos chamados "produtos sensíveis", ou seja, uma lista de produtos, que incluem os lácteos, que não estariam sujeitos aos cortes mais rigorosos nas tarifas. Os EUA propuseram que somente 1% das linhas de tarifas deveriam ser protegidas como "sensíveis", enquanto a UE propôs 8%. Algumas agências de apoio disseram que qualquer coisa a mais que 2% poderia reduzir os ganhos da liberação comercial em até 70%.

Kleibeuker disse que um compromisso poderia ser alcançado nas linhas de tarifas e que a EDA "aceita a tendência em direção à liberalização comercial no mundo".

A reportagem é de Chris Mercer para o site Dairy Reporter.