UE cobra Brasil e diz que proteção ambiental vai na 'direção errada'

A comissária de Comércio da União Européia (UE), Cecília Malmstrom, alertou nesta quarta-feira o Brasil que os compromissos ambientais assumidos pelo país no acordo de livre comércio UE-Mercosul ''não são apenas palavras vazias'' e precisam ser realmente cumpridos. ''Infelizmente, as coisas atualmente parecem estar indo na direção errada'', afirmou a comissária, em referência ao desmatamento e incêndios na Amazônia que causaram reação internacional.

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A comissária de Comércio da União Europeia (UE), Cecília Malmstrom, alertou nesta quarta-feira o Brasil que os compromissos ambientais assumidos pelo país no acordo de livre comércio UE-Mercosul ''não são apenas palavras vazias'' e precisam ser realmente cumpridos. ''Infelizmente, as coisas atualmente parecem estar indo na direção errada'', afirmou a comissária, em referência ao desmatamento e incêndios na Amazônia que causaram reação internacional.

Ela advertiu que um fiasco do Brasil em não respeitar os compromissos ambientais ''poderá complicar o processo de ratificação (do acordo) na Europa''. França, Irlanda, Luxemburgo, Finlândia e Eslovênia já disseram que, nas condições atuais, não assinam o acordo que dá vantagem para as empresas dos dois blocos, com alíquotas menores e eventuais preços mais baixos para os consumidores.

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Falando sobre ''verdades no comércio'', em evento de um ''think tank'' ontem em Bruxelas, a representante europeia destacou que nos acordos comerciais negociados pela UE foram introduzidas cláusulas ambientais. A visão de Bruxelas é de que isso amarra os participantes com a implementação de tratados internacionais como o Acordo de Paris de combate a mudanças climáticas.

''É parcialmente por isso que nosso recente acordo com os países do Mercosul é tão importante'', afirmou, notando que o compromisso vincula o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai juntos com a UE, num momento em que os EUA abandonaram o Acordo de Paris e encorajam outros a fazer o mesmo.

No entanto, acrescentou, há momentos em que as evidências ''estão diante de nossos olhos'', chamando atenção para os incêndios desenfreados na floresta amazônica. ''Isso é profundamente preocupante, a Amazônia fornece grande parte do oxigênio do mundo e deve ser protegida'', afirmou.

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Para a representante europeia, ''o Brasil tem boas leis sobre desmatamento e precisa respeitá-las''. E acha que o acordo UE-Mercosul tende a ser parte da solução na área ambiental, para proteger a floresta. ''Mas devemos deixar muito claro para o Brasil que esperamos dele que cumpra os compromissos que fez sobre desmatamento e o Acordo de Paris (contra mudança climáticas), que são replicados no acordo de livre comércio'', cobrou ela.

A mensagem europeia deixada por Cecília Malmstrom é de vísivel dúvida sobre a vontade de o governo de Jair Bolsonaro implementar os compromissos ambientais. Cecília Malmstron deixa o cargo de comissária de comércio no fim de outubro, quando uma nova Comissão Europeia assumirá em Bruxelas. As sinalizações são de que a Europa vai endurecer no vínculo comércio/meio-ambiente.

Esta semana, a ministra de Meio-Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, propôs a inclusão de um sistema de certificação para carne bovina e soja no acordo de livre comércio UE-Mercosul, no rastro das queimadas na Amazônia. ''Soja e carne bovina só devem ser autorizadas a ser importadas se ficar provado que a produção não causou danos à floresta tropical'', alegou.

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As informações são do Valor Econômico.

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