Terras paulistas estão 113,6% mais caras

Levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) apontou que o preço da terra no estado de São Paulo mais que dobrou nos últimos cinco anos. O valor médio do hectare subiu 113,6% no período, de R$ 4.740,11 para R$ 10.128,12, com mais rigor no interior. Em Franca, por exemplo, subiu 170% e em Ribeirão Preto 160,4%.

A estabilidade de preços da economia brasileira pós-plano real, associada ao desenvolvimento de negócios de grande escala que formam cadeias agroindustriais exportadoras motivaram o aumento.

Entre as atividades que se desenvolveram, segundo os pesquisadores do IEA, estão grãos, açúcar, suco de laranja e carne bovina - esta atividade com a situação mais crítica do ponto de vista dos produtores.

Além disso, a valorização da terra, que parecia se estabilizar no ano passado, tomou novo fôlego a partir deste ano com o etanol. Um novo ciclo de investimentos em usinas para produção de álcool provoca corrida por áreas para a formação de canaviais no Estado.

"No longo prazo, a tendência de alta do preço da terra deverá prevalecer no mercado paulista, causada, principalmente, pela demanda mundial crescente por biocombustíveis", acredita o engenheiro agrônomo e pesquisador científico do IEA, Felipe Pires de Camargo, responsável pelo último levantamento do preço de terra no estado.

Além da substituição de cultura - com ênfase na conversão de grandes áreas de pasto em canaviais -, há uma suspeita sobre um processo de concentração fundiária em São Paulo nas mãos de grandes grupos sucroalcooleiros ou de fornecedores de cana pode justificar a alta.

As informações são de Agnaldo Brito, do jornal O Estado de S.Paulo.