Stephanes garante qualidade e intensifica controle

Ontem (29), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, garantiu que o leite produzido no Brasil é de qualidade. "Infelizmente, os produtores brasileiros e a sociedade estão sofrendo por causa de um crime, de um desvio de conduta praticado por uma minoria", lamentou. Em entrevista coletiva, na sede do Ministério da Agricultura, em Brasília, ele falou sobre o novo sistema de fiscalização da produção.

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Ontem (29), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, garantiu que o leite produzido no Brasil é de qualidade. "Infelizmente, os produtores brasileiros e a sociedade estão sofrendo por causa de um crime, de um desvio de conduta praticado por uma minoria", lamentou. Em entrevista coletiva, na sede do Ministério da Agricultura, em Brasília, ele falou sobre o novo sistema de fiscalização da produção.

O futuro modelo prevê auditorias nos laticínios de forma aleatória. "O novo sistema foi projetado para inibir fraudes como essas detectadas em Minas Gerais, na semana passada", explicou Stephanes. Para consolidar a mudança, será preciso passar por uma fase de transição, em que os dois modelos conviverão. Além disso, será necessário revisar e atualizar o Regulamento de Inspeção Sanitária em vigor.

A previsão do ministério é que o novo modelo começará a ser implementado a partir de hoje, em Minas Gerais, estado em que já estava sendo desenvolvido um projeto piloto, e, em todo o país, gradativamente, a partir da semana que vem.

Além disso, outras medidas de inspeção e controle, em caráter excepcional e como ações suplementares à rotina das atuais atividades desempenhadas pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), serão adotadas:

- As auditorias, de forma aleatória, serão feitas por equipe constituída com três fiscais federais agropecuários (dois médicos veterinários e um agente de inspeção sanitária), que realizarão avaliação criteriosa sobre o funcionamento da empresa e seus processos produtivos, incluindo a avaliação de desempenho dos servidores responsáveis pela inspeção do SIF junto à empresa;

- Intensificar a coleta de amostras de Leite UHT prioritariamente, de todas as marcas disponíveis, submetendo-as a análises laboratoriais para avaliação de sua conformidade com os regulamentos técnicos;

- Em caso de detecção de "não conformidades", submeter a empresa a um Regime Especial de Avaliação e Controle, o que implicará em retenção das produções elaboradas, que ficam sujeitas à prévia avaliação laboratorial pelo SIF, antes de sua liberação ao comércio;

- Exigir das empresas que cometerem irregularidades a apresentação de um programa específico de monitoramento e controle efetivo da qualidade das matérias primas utilizadas e produtos elaborados, com a necessária comprovação, por meio de análises laboratoriais, de que os produtos elaborados estão de acordo com os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade;

- Encaminhar ao Ministério Público todos os processos administrativos instaurados contra as empresas que fraudarem produtos, para as avaliações e providências;

- Exigir das empresas autuadas por fraudes a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta junto ao Mapa e ao Ministério Público Federal ou Estadual;

- Publicar no site do Mapa a relação das empresas autuadas por fraudes, após a finalização dos processos instaurados no âmbito do ministério;

- Promover e estimular a integração de ações com a Polícia Federal e com o Ministério Público, com o objetivo de fortalecer os procedimentos de investigação e monitoramento sobre a qualidade e inocuidade dos produtos de origem animal.
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CLAUDIA
CLAUDIA

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 10/11/2007

Concordo em gênero, número e grau com o Sr. Dracco!
Mudar a maneira como a população está vendo o setor agora, está cada vez mais difícil.
Cesar Dracco
CESAR DRACCO

RIO CLARO - SÃO PAULO - TRADER

EM 06/11/2007

Apesar de não pertencer ao setor e portanto não possuir os conhecimentos teóricos e práticos que o sr. possui, não atreverei-me a comentar estes pontos (que isto fique bem claro), sinto-me habilitado somente a respeitosamente discordar de um ponto de seu artigo e concordar com outro.

A polícia está com bastante propriedade apontada com o dedo em riste para o "pai da fórmula", pois trata-se de um criminoso frio e cínico. Com relação a seus cumplices, tenho uma opinião bem pessoal no que concerne à forma de punição aplicável a criminosos em geral (com culpa comprovada por meio de um julgamento e devidamente sentenciados): uma cerca de arame farpado eletrocutada, uma corrente e uma bola de aço nos pés de cada um, em regime de trabalhos forçados, objetivando a ressocialização destas pessoas (esta é uma opinião pessoal e como cidadão tenho o direito de expor ela).

O sr. deve levar em consideração ainda que os atos praticados por estas pessoas comprometeram o setor gravemente, quer dizer: muitos empresários honestos arcam com as consequências das fraudes práticadas por meia dúzia.

Não existe justificativa nenhuma para um ato criminoso, nem a sobrevivência e isto é definitivo!

Com relação à última parte de seu artigo, no que diz respeito à Inglaterra, concordo com o sr. em gênero, numero e grau.

Respeitosamente!
José Milton Castan Jr
JOSÉ MILTON CASTAN JR

VOTORANTIM - SÃO PAULO - FOOD SERVICE

EM 05/11/2007

Caríssimos,

Seria oportuno aprofundarmos a discussão!

Até aqui todos - Consumidores, Governo, Polícia e Mídia - estão com os dedos em riste apontando para os Laticínios e para o "pai" da tal fórmula, como sendo os grandes vilões. Não vou defendê-los, e certo que todos deverão arcar por suas atitudes.

Porém, trata-se apenas dos efeitos. E as causas? Quais os motivos que levaram estas empresas se expor e se arriscar? Ganância? Maiores lucros? Novos mercados? Novos produtos?

Não! Nada disso! Apenas sobrevivência.

O Leite UHT, competentemente, trouxe a praticidade exigida pelo consumidor. Já não é mais necessário irmos diariamente à padaria.

Em 1992 apenas 9,76% de todo leite consumido era UHT. Leite "B" 9,84%. Leite "C" 80,40% (fonte Datamark). Em 2008 serão 97% de Longa Vida.

Porém, a um custo suportado pelo produtor e pelo laticínio, uma vez que "ainda" a "Lei da Oferta e da Procura" não foi revogada.

Os equipamentos UHT, os processos UHT, as embalagens UHT juntamente com o monopólio UHT são os verdadeiros responsáveis por tal situação!

Ora, os laticínios não poderiam se rebelar. Mas precisavam continuar sobrevivendo. Qual a solução para fechar a conta onde uma embalagem UHT tem um custo superior ao produto? O resultado, todos sabemos!

A história continua: talvez a volta do leiteiro entregando leite (e pão quentinho) diariamente. Leite fresco, com todas as vitaminas e sem o absurdo custo ambiental das caixinhas! Exatamente como ainda hoje é, por exemplo, na Inglaterra.
André Gama Ramalho
ANDRÉ GAMA RAMALHO

BATALHA - ALAGOAS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/11/2007

Infelizmente é necessário uma denúncia para que, os procedimentos que deveriam ser de rotina, passem a ser praticados.

Mais uma vez o produtor vai pagar a conta. Nós produzimos qualidade, como disse o companheiro Goiano Aroldo Augusto Martins. Contudo, depois que o leite sai do nosso tanque não podemos garantir.

É preciso uma fiscalização no leite em trânsito. Principalmente naqueles que não são captados pelas cooperativas ou comprados pelos laticínios, e sim por carreteiros.

André Gama Ramalho
Pres. do Sind. dos Produtores de Leite de Alagoas
Paulo Antonio Merotto
PAULO ANTONIO MEROTTO

TAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/11/2007

Temos que reverter com urgência este quadro. A cabeça de vários consumidores está confusa, que tal usar parte do dinheiro proviniente das multas aplicadas nestas empresas fraudulentas no setor leiteiro, e levar até a mídia pessoas competentes, para divulgar à importância desta "RICA" bebida, chamada "LEITE"?


Nei Antonio Kukla
NEI ANTONIO KUKLA

UNIÃO DA VITÓRIA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/11/2007

A ineficiência no sistema de fiscalização de produtos de origem animal e vegetal no Brasil predomina a eficiência do produtor em fazer um produto de qualidade.

Funcionários do sistema público de fiscalização mal remunerados, sem condições estruturais de trabalho e muitos deles com má vontade de trabalhar, a falta de política séria para o setor (Ministério da Agricultura) acaba em prejuízos de grande monta como este da fraude do leite.

Também sabemos que existem bons produtores e mau intensionados, não vamos achar que todos pecusristas de leite são santos, pois seria ingenuidade. Então, cabe ao governo, em todas as esferas, investir mais no setor, além de fiscalização, primeiro em assistência técnica para ensinar, educar, mostrar o método certo de produzir e conservar o produto, de forma que todos tenham condições de se adequar a IN 51.

Nada adianta estampar nas publicidades do governo que mais e mais recursos são investidos em assistência técnica, pois eu sou prova de ter participado já desses investimentos que muitas vezes não passam de pagar viagens...hotéis...diárias... a meia dúzia de pessoas da secretaria, delegacia...ministério para vir toda a vida falar de Crédito Rural, de Prorrogação de Dívidas, aliás, por que todo ano o agricultor precisa prorrogar suas dívidas? Será que não está na hora deste governo ver qual é a gravidade do problema e deixar de adotar medidas urgentes (Prorrogação) e agir nas ações importantes para não torná-las urgentes?

Tenho absoluta certeza que este desabafo muitos agricultores gostariam de fazer e ter resposta. Concreta!
Clayton Zanin Pereira
CLAYTON ZANIN PEREIRA

VINHEDO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 31/10/2007

Prezados amigos,

Na minha opinião o que ocorre no Brasil é um descaso total à Bioseguridade e à Segurança Alimentar.

Exemplos claros foram os casos de Aftosa e o risco da Gripe Aviária, nos quais somente foram tomadas medidas corretivas e preventivas quando a mídia, sensacionalista e desinformada tecnicamente como de costume, alardeou à população.

É sabido e fato corrente no nosso meio agropecuário, que há falta de Fiscais Federais e principalmente carência na qualificação técnica, para um controle rigoroso da entrada de enfermidades no país e da qualidade dos produtos, quer sejam para consumo animal ou humano.

Enquanto países como os Estados Unidos e demais da Europa investem alto e competentemente em biosegurança, redução de antibióticos, bem estar animal, sustentabilidade ambiental e principalmente segurança alimentar, nós aqui no Brasil "brincamos" com tais medidas de relevância ímpar para os consumdores nacionais e internacionais.

Obviamente, que o problema é mais grave, ou seja, culturalmente precisamos nos desenvolver muito ainda, precisamos deixar de lado a fomasa "Lei de Gerson", o "jeitinho brasileiro" e a falta de ética profissional e pessoal de muitos; entretanto o Governo Brasileiro, deve e pode adiantar o processo de desenvolvimento neste país.

Não sou cientista político nem especialista para dizer como o Governo deve agir, porém sou Médico Veterinário e cidadão brasileiro e como tal me envergonho cada dia mais com as notícias veiculadas em relação à agropecuária, fico cada vez mais indignado com o descaso com o setor que sustenta esse país há anos, sofrendo sempre com a falta de políticas adequadas e cosistentes.

Acredito que a melhor saída é o setor PRIVADO se organizar, investir e coordenar iniciativas de controle sanitário e de qualidade alimentar, como o lançamento de Selos de Qualidade, Certificações de Segurança e Conformidade, Programas de Marketing, informação e estímulo ao consumo interno, etc...

Infelizmente, mais uma vez, me parece que a melhor opção para o crescimento e desenvolvimento do país não deve depender do Governo, mas ao contrário, pressioná-lo para que não atrapalhe e no mínimo cumpra o seu dever de oferecer Fiscais Federais em quantidade e qualidade suficientes para evitar escândalos como o ocorrido com o Leite.

Atenciosamente

Clayton Z Pereira
Roberto Trigo Pires de Mesquita
ROBERTO TRIGO PIRES DE MESQUITA

ITUPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 31/10/2007

A boa intenção do Ministro é patente e merece aplausos.

Entretanto, também é evidente uma super valorização do poder de fiscalização do Ministério, insistindo no falido modelo de gestão estruturado no monopólio do monitoramento da qualidade dos produtos de origem animal atribuído por uma legislação retrógrada ao obsoleto Serviço de Inspeção Federal, que continuará sendo ineficaz enquanto não agir de forma integrada com os demais serviços de vigilância sanitária, policiamento e defesa do consumidor.

Está na hora de delegar aos processadores e indústrias de alimentos, juntamente com os varejistas, a responsabilidade pela certificação da qualidade dos produtos levados ao mercado, que garanta ao comprador final o atendimento pleno aos seus direitos por segurança alimentar e qualidade nutricional em uma relação transparente de troca de moeda com o valor agregado pelas marcas comerciais.
Elvis Luís Basso
ELVIS LUÍS BASSO

PEJUÇARA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/10/2007

Esse sistema rigoroso de fiscalização deveria existir há muito tempo, infelizmente teve que acontecer essa trajédia para as autoridades tomar alguma atitude.

O que me preocupa é o que será feito em prol do marketing de produtos lácteos, pois o consumo per capita vai cair muito, e infelizmente somos extremamente dependentes do mercado interno, mesmo com preços internacionais em alta.

Temos que nos organizar para exportar e isso depende principalmente das indústrias que devem exigir uma matéria-prima de qualidade dos produtores (pagamento por qualidade e não por quantidade) e depois beneficiar este produto com responsabilidade.

Há dias observamos nos jornais reportagens anunciando a péssima qualidade e conseqüente fraudes no leite, como se todas as empresas fossem culpadas e todo o leite deste país estivesse fraudado; assim, espero que os órgão responsáveis como, Láctea Brasil, façam a sua parte, juntamente com outras empresas e segmentos, afim de reestabelecer a confiança do consumidor e evitar que empresas e produtores sérios e honestos paguem pela ganância e incompetência de outros.
Antonio Luis B.de Lima Dias
ANTONIO LUIS B.DE LIMA DIAS

MOCOCA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/10/2007

Se o Governo exigir o cumprimento da Normativa 51 tenho certeza que grande parte destes problemas de qualidade e aduteração acabarão.
Aroldo Augusto Martins
AROLDO AUGUSTO MARTINS

EDEALINA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/10/2007

Acho ridiculo, pois tudo que foi dito pode ser corrompido. O consumidor precisa saber de quanto é o custo para produzir o leite que ele bebe, ficar ciente que um litro de leite de boa qualidade não dá para ser vendido pelo preço de uma garrafa de água de 500ml.

Começa por aí, valorizar o produto tão rico como o leite. Compare o preço do leite e da cachaça ou cerveja ou refrigerante, analisem o custo de cada um. Deixe de fazer politica em cima de quem produz com qualidade, beneficiando laticinios picaretas que adulteram para vender preço e não qualidade, por isso a cadeia produtiva é tão desorganizada.

Dê respeito a nivel nacional e internacional.
Qual a sua dúvida hoje?