Sorvetes: período é de crescimento de vendas

Calor e férias significam trabalho árduo para a indústria de sorvetes. O alimento preferido do verão concentra suas vendas entre os meses de setembro e março, período no qual os brasileiros consomem 70% dos 900 milhões de litros produzidos anualmente, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis).

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Calor e férias significam trabalho árduo para a indústria de sorvetes. O alimento preferido do verão concentra suas vendas entre os meses de setembro e março, período no qual os brasileiros consomem 70% dos 900 milhões de litros produzidos anualmente, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes (Abis). A entidade ainda retrata o crescimento do consumo per capita no país, que é de 4,7 litros anuais. "Entre 2002 e 2008, o consumo por brasileiro cresceu 17%. O volume ainda é baixo se compararmos com países como a Finlândia, onde a média é de 13,9 litros por habitante", avalia Eduardo Weisberg, presidente da Abis.

Com a certeza de que o potencial de mercado é grande, Weisberg se mostra otimista em relação ao avanço do setor, mesmo em tempos de crise, e avisa que as pequenas e médias empresas que atuam no segmento terão de investir cada vez mais em qualidade para conquistar o consumidor. Isso acontece porque, segundo levantamento realizado pelo Instituto Euromonitor em 2005, as duas maiores marcas presentes em território nacional, a Kibon e a Nestlé, dominam 54,9% do mercado. O restante do setor é pulverizado, uma vez que mais de 90% dos fabricantes de sorvete se enquadram na categoria de empresas de pequeno porte. "Para os pequenos, o diferencial está no atendimento personalizado. Perto do cliente, ele pode oferecer qualidade, bom preço e agilidade na entrega", comenta Weisberg.

Para garantir a participação nas gôndolas dos supermercados é preciso ter escala e o negócio só vinga a partir do médio porte. É o caso da Di Gênio Sorvetes, instalada na cidade de Praia Grande no litoral paulista, que fabrica em média 1,5 mil litros de sorvete por mês, produção que triplica nos meses de calor. "Nosso marketing é na base do boca a boca e a conquista de um lugar nos congeladores das redes é resultado de muita paciência", admite Ronaldo Brisolla, diretor da empresa. Entre os varejistas que revendem a marca Di Gênio estão lojas do Grupo Pão de Açúcar, do Macro, e os Supermercados Guanabara. Temos de ganhar na escala e operar com uma equipe enxuta e eficiente", comenta Brisolla.

Para quem não pretende concorrer nas gôndolas, a saída está em segmentação, por tipo de produto ou por atendimento regional. A Damp Sorvetes apostou suas fichas na fabricação de sorvetes artesanais, com receita originalmente italiana. A pequena loja no bairro do Ipiranga, em São Paulo, serve de showroom para quem quer experimentar as variedades da sorveteria. "Nosso diferencial é a exigência nos ingredientes. Prezamos pela qualidade e pelo cuidado na fabricação", declara Dalmira Soares Domizi, sócia da empresa.

O atendimento regional é a estratégia de marcas como a Sorvetes Rochinha, de São Sebastião (SP), e Kaskin, localizada no município de Jacupiranga (SP). Com produção anual de 4 milhões de litros e 60 funcionários, a Kaskin atende 13 cidades do Vale do Ribeira, parte da baixada santista e as regiões metropolitanas de Sorocaba (SP) e de Curitiba (PR), somando mais de dois mil pontos de venda. Entre os planos da Kaskin está o de dobrar o números de pontos atendidos até 2011.

Presença cativa nas praias do litoral Norte paulista, a Sorvetes Rochinha possui pontos de venda também em São Paulo e cidades do interior. Vê a receita crescer entre 25% e 30% nos meses mais quentes e, para combater a sazonalidade e ampliar as vendas, está abrindo mercados no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. "Pretendemos crescer cerca de 20% em 2009 e construir uma nova fábrica para atender ao aumento da demanda", avisa José Lopes, proprietário da fábrica.

A matéria é de Ediane Tiago, publicada no jornal Valor Econômico, adaptada e resumida pela Equipe MilkPoint.
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