Silemg teme falta de espaço para estocagem de leite

Sem espaço para estocagem e com as vendas em declínio, em 30 dias o leite produzido em Minas Gerais pode "sobrar" nas fazendas. "As empresas não têm espaço físico para estocagem, principalmente as que produzem leite longa vida", avisou o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais (Silemg), Celso Costa Moreira. Ele disse já ter notícias de recusa e até cancelamento de compras por empresas do comércio varejista de São Paulo.

"Existe terrorismo, não vai haver boicote", rebateu o presidente da Comissão de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim. "Isto é tática do mercado para poder inibir consumo e abaixar ainda mais o preço do leite", criticou.

Hoje o preço médio do litro de leite pago ao produtor está cotado a R$ 0,75. "Somando safra mais a questão mercadológica deve haver uma queda para R$ 0,60 a R$ 0,65 ao produtor", previu o representante do Silemg em reportagem de Helenice Laguardia, do jornal O Tempo/MG.

Mas o presidente da Itambé, José Pereira Campos Filho, não acredita em reflexos negativos com a redução da compra do produto pelos varejistas de São Paulo. A Itambé tem produção de 3,6 milhões de litros por dia fornecidos por cerca de 7 mil produtores. Ele aconselha o produtor a não vender para empresas desonestas e nem o consumidor comprar marcas desconhecidas.

A Nestlé, por meio da sua assessoria, informou que continua comprando leite normalmente.