Setor precisa de marketing e exportação para crescer

Na palestra sobre Tendências para o Mercado de Leite no Brasil, proferida do AgriPoint Gestão Leite 2006, Paulo do Carmo Martins, chefe geral da Embrapa Gado de Leite, mostrou que, nos cenários futuros mais prováveis, a produção nacional excederá o consumo, gerando um superávit que precisará ser exportado. A outra alternativa que deve ser perseguida é elevar o consumo no mercado interno.

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Na palestra sobre Tendências para o Mercado de Leite no Brasil, proferida do AgriPoint Gestão Leite 2006, Paulo do Carmo Martins, chefe geral da Embrapa Gado de Leite, mostrou que, nos cenários futuros mais prováveis, a produção nacional excederá o consumo, gerando um superávit que precisará ser exportado. A outra alternativa que deve ser perseguida é elevar o consumo no mercado interno.

No primeiro cenário apontado por ele, a produção cresceria 2,0% ao ano e o consumo 1,2%, basicamente seguindo o aumento populacional. Em 2025, o Brasil produziria 37,2 bilhões de litros e consumiria 31,6 bilhões, com superávit de 5,6 bilhões anuais.

No segundo cenário, a produção cresceria 2,5% ao ano e o consumo 1,5%. Com isso, em 2025, o Brasil produziria 41 bilhões de litros e consumiria 33,5 bilhões, com superávit de 7,5 bilhões anuais.

Por fim, no terceiro cenário, a produção cresceria 3,0% ao ano e o consumo 1,2%. Assim, em 2025, o Brasil produziria 45,2 bilhões de litros e consumiria 31,6 bilhões, com superávit de 13,6 bilhões anuais, o que equivale hoje a um terço do comércio mundial de lácteos.

Martins mostrou que pode ser equivocada a análise de que o consumidor brasileiro gosta de leite e, aumentando a sua renda, irá elevar o consumo de lácteos. "Há diferenças relevantes entre tipos de produtos", revela ele, citando um trabalho feito recentemente por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. Enquanto o consumo de queijos realmente responde ao aumento da renda, a resposta para leite fluido e em pó é baixa, até negativa no caso do leite em pó e famílias de baixa renda. "Isso quer dizer que é preciso reforçar o marketing e investir em inovação para que o consumidor tenha à sua disposição produtos que sejam atrativos", conclui. "Dizer que leite é bom pode já não ser suficiente, diante desses números".

Para que o setor possa consumir o leite que tem condições de produzir com folga, Martins sugeriu uma agenda microeconômica e uma agenda institucional. A agenda microeconômica baseou-se na racionalidade administrativa, no investimento em capital fixo, qualidade do leite, utilização de consultorias, logística de captação e distribuição e marketing.

A agenda institucional foi baseada em cinco pontos: campanha promocional, defesa sanitária, pesquisa, informações de mercado e marketing internacional. Nesse último item, Martins mostrou a edição da Sial, feira de alimentação que ocorreu pela primeira vez na China e que tinha forte presença de países que já atuam no mercado internacional, como Argentina, Uruguai, Estados Unidos e até o México, que é um dos maiores importadores de lácteos.

China estimula o consumo de lácteos

Martins mostrou ainda o enorme crescimento do leite na China, estimulado pelo fomento ao consumo. "Há propaganda estimulando o consumo de leite em outdoors e ônibus, entre outros, sempre relacionando à saúde e à estatura das pessoas, com menção aos Jogos Olímpicos de Pequim", mostrou (veja abaixo).

A China teve um crescimento astronômico na produção de leite nos últimos 10 anos, de mais de 300%, contra 37% do Brasil.

Figura 1


NOTA MILKPOINT: No primeiro cenário apontado, o valor estimado para o crescimento da produção era de 2,0% e não 2,5% como colocado pelo MilkPoint. Pedimos desculpas pelo erro de digitação.
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