Setor leiteiro começa 2009 inseguro
O setor de lácteos começa 2009 apreensivo, temendo queda ainda maior no preço do leite, que está excedente no mercado há meio ano. A média nacional, que hoje é de R$ 0,59 por litro, pode baixar mais se as exportações seguirem caindo, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida, Laércio Barbosa.
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O revés no setor veio na sequência de uma onda positiva iniciada em 2007, que encerrou com preços altos e aumento da produção. A boa fase acabou na metade de 2008, quando sobrou leite no mercado. Houve um descompasso entre a produção e as demandas interna e externa do produto, segundo o pesquisador do Cepea, Gustavo Beduschi.
"No primeiro semestre [de 2008], a produção cresceu 24% em relação a 2007. Isso é muita coisa, a indústria não conseguiu escoar, os preços do atacado caíram e fizeram o valor pago ao produtor despencar."
Para socorrer o setor, o Ministério da Agricultura realizará, a partir de hoje, leilões quinzenais para escoar a produção de regiões deficitárias. No primeiro leilão, serão ofertados à indústria de beneficiamento de leite 200 milhões de litros produzidos no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste. A indústria ainda terá disponíveis R$ 15 milhões, via linha especial de crédito, para que continue comprando dos produtores nos próximos meses.
Para Paulo Carletti, especialista do setor no Rabobank, instituição com foco no agronegócio, no primeiro semestre o mercado do leite deve sofrer medidas paliativas, como leilões do governo e a diminuição do processamento na indústria para balancear a demanda. No segundo semestre, as previsões internacionais apontam para uma recuperação do setor.
O presidente do Conseleite (associação de produtores e da indústria de laticínios do Paraná), Ronei Volpi, diz que há falta de confiança no setor e que os produtores estão revendo investimentos para 2009.
O presidente da Câmara Setorial do Leite de Minas Gerais, Eduardo Dessimoni, prevê que os preços baixos e a alta nos insumos provocarão queda na produção no primeiro semestre. "Com menor estoque, o preço deve subir novamente."
As informações são da Gazeta Mercantil, adaptadas pela Equipe MilkPoint.
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BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE
EM 23/01/2009
Abraços, P A T R U S.

SÃO PAULO - SÃO PAULO
EM 14/01/2009
Ja passou da hora do setor arrumar a sua casa. Nao se ve nenhum esforço para monitorar estoques, planejar a produçao e reduzir oscilaçoes tão drasticas (algum nivel sera sempre inevitavel).
Os institutos de pesquisa e acompanhamento economico e mesmo os Conseleites tendem a "manter o olho no retrovisor" (melhoraram muito nesse aspecto, por sinal). As açoes de "marketing" nao saem do terreno das boas intençoes e tampouco fazem jus ao nome, sendo muito mais de promoçao do que de mercado propriamente ditas.
A Associacao Brasileira dos Produtores de Leite nao possui (infelizmente) a capilaridade necessaria para coordenar a produçao e insiste em torpedear qualquer nivel de associaçao regional dos produtores.
Contratos de produçao seriam uma otima novidade, forçando industria e produtores a se unirem ao redor de um minimo de planejamento (perdão: nao era minha intençao entrar no terreno das utopias).
Resta tocar o barco, contando sempre com a viuva (leia-se consumidores) para financiar açoes de emergencia como as que vemos agora. Antes de continuar a pedir socorro, os setor deveria mostrar que esta maduro e integrado e que fez o que podia para evitar o pior.
Afinal o dinheiro da viuva deveria servir para socorrer verdadeiras emergencias como as que vivem os produtores Uruguaios no momento, vitimados por uma seca que nao se poderia prever ou evitar.

CAPIM GROSSO - BAHIA
EM 13/01/2009
Há quase 02 anos ouviu-se dizer que o consumo interno aumentava, o preço do leite no mercado externo subia, era milho dos Estados Unidos fazendo álcool para automóvel e não ração para vaca dar leite, era recuo nos subsídios europeu, era elevação do consumo na China, Índia, eram áreas de terra para produzir gado de corte, cordeiro e cana, etc., enfim, o cenário era promissor e com uma vantagem: com tantos aspectos positivos, talvez se um destes aspectos dessem errado, ainda teríamos os outros aspectos para manter um preço mais razoável.
Só que a realidade mostrou-se outra. Tudo aquilo que parecia um vento em popa mostrou-se apenas um lapso de ventania. Pior. Sem falar no aumento de custos normal da atividade, para muitos, os investimentos foram como um furacão. Foi só melhorarmos um pouquinho a produção, por vaca, por área, ou como quiserem, que esta outra (ou a verdadeira) realidade se descortinou à nossa frente: preço cai por excesso de produção.
Aí vem muitas perguntas e questinamentos e a principal delas: será que se fizéssemos ou continuássemos a fazer algo para melhorar a produção brasileira valeria a pena? Pois, até onde o preço poderia encolher? Se o Brasil, ou seja, nós, aumentássemos em 25% nossa produção, será que ganharíamos mais dinheiro? Ou a maioria quebraria? Será que o leite segue o caminho de muitas outras atividades e não tendo mais espaço para os pequenos: ser gigantesco para dar resultado? Muitos mudaram o sistema de produção, venderam e compraram animais, melhoraram a alimentação, a sanidade, a genética, o gerenciamento, tiveram agora, e novamente, sua dor de cabeça com a redução da margem de lucro e, também novamente, a desilusão de achar que poderiam investir e ter um melhor retorno na atividade.
Aqui na nossa região, há 02 anos quando se dizia que o leite iria para R$ 0,50, todos achavam uma beleza, hoje, por este preço: "deixa o bezerro mamar". Aí a produção brasileira cai, os índices de produção caem, os índices zootécnicos caem, e o pequeno produtor vai aos trancos e barrancos criando seus bezerros mestiços e vendendo o leite que sobrar.